Depois que o titular do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio se afastou do cargo para se candidatar ao
cargo de governador de Minas Gerais, a presidente da República resolveu preenchê-lo
com um técnico, especialista e conhecedor do ramo, que deverá assumir
importante função sem o ranço da politicagem e da influência da “cacicagem”
partidária, que normalmente dá a última palavra nos ministérios ocupados pelos
partidos políticos, em harmonia com o indecente esquema da troca de apoio e de
alguns minutos no horário eleitoral. No curriculum
no novo ministro, consta que ele é técnico e professor universitário da área
pertinente à finalidade do ministério que ele vai comandar. No momento, é de
extrema importância que um técnico assuma a pasta que diz respeito ao fomento à
indústria e ao comércio, uma vez que a abertura do mercado brasileiro de forma
global às importações resultou no fechamento de milhares de indústrias no país,
em especial em São Paulo, e na demissão em massa de milhares de trabalhadores,
permitindo a saída do país de unidades industriais de componentes de ultima geração,
sem similar nacional, causando enormes prejuízos à economia nacional. Na
atualidade, o Brasil passa por dificuldade na economia, exatamente porque se
tornou apenas grande importador e vendedor de produtos asiáticos, notadamente
chineses, fato que contribuiu para o fechamento de unidades industriais, com perdas
de trilhões de dólares em todos os níveis, justamente pela total incapacidade
de competir com os produtos importados, que são fabricados em condições que
favorecem os interesses dos seus países de origem e mantêm o pleno emprego. Enquanto
os países se dispõem a flexibilizar seus sistemas econômico, tributário,
previdenciário, trabalhista etc., visando à competitividade dos seus produtos e
ao pleno emprego, o Brasil permanece alheio à realidade da economia mundial,
ainda estando no comando de políticos sem a menor visão estratégica para
perceber que o país não pode continuar esperando que o desenvolvimento aconteça
além-fronteira sem que nenhuma medida seja implementada para revolucionar os
mecanismos capazes de fomentar a industrialização, a começar pela reforma dos
arcaicos sistemas tributário, previdenciário e trabalhista, por serem onerosos
demais e totalmente contrários à modernidade e à racionalidade da produção. É bem provável que a presidente
da República tenha entrado em rota de colisão com o presidente da República de
fato, para ter a iniciativa de indicar, enfim, um especialista da indústria e
do comércio, pessoa tecnicamente conhecedora dos assuntos do ministério, o que
se trata de algo inusitado nesse governo, que sempre se compôs com políticos.
Naturalmente que ela deve ter contrariado os arraigados princípios
fisiologistas defendidos desde a sua assunção ao poder, cujo governo sempre foi
integrado por políticos, visivelmente desqualificados e despreparadas para o
exercício dos cargos de ministros e de dirigentes de empresas estatais,
ocupados em função do apoio político à base da sustentação do governo, em forma
do vergonhoso critério do toma lá, dá cá, próprio das republiquetas, que
ignoram os avanços e as modernidades da humanidade, que vive a experiência da pureza
da democracia, apenas em benefício do interesse público. Isso é verdadeira
demonstração de que o país deve ter perdido enorme oportunidade de ter colocado
pessoas competentes para comandar os ministérios e empresas estatais, até então
loteados entre os partidos de sustentação do governo, porquanto se houvesse a
ocupação dos cargos de direção por técnicos competentes, certamente que o país
não estaria patinando e até se atolando no lamaçal do atraso e do
subdesenvolvimento, comandado pelo governo que não teve iniciativa para promover
reforma de coisa alguma e ainda permitiu que o anacronismo das estruturas do
Estado perdurasse por tempo indefinido, contribuindo para o fortalecimento dos
gargalos que impedem o crescimento econômico e social, principalmente diante da
inexistência da tão necessária reformulação dos sistemas tributário,
previdenciário, trabalhista, administrativo, político, eleitoral etc., sem o
que não há o destravo dos obstáculos à competitividade da produção nacional,
que perde espaço para os produtos importados, em total detrimento dos
interesses nacionais, que são prejudicados pela incompetência e incapacidade
dos governantes, que não conseguem vislumbrar os caminhos e as
estratégias capazes de fomentar o desenvolvimento do país. Urge que as
estruturas do Estado sejam reformuladas, com a maior prioridade possível, como
forma capaz da consecução do tão almejado desenvolvimento socioeconômico. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de fevereiro de 2014
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