sábado, 8 de fevereiro de 2014

Leviandade com recursos públicos

Na forma de medida provisória, o governo brasileiro liberou a quantia de R$ 60 milhões do Orçamento da União para contratar, sem licitação, uma estatal para prestar serviços de recuperação e transporte de equipamentos de geração de energia elétrica. Depois de recuperados, esses equipamentos deverão ser cedidos à Bolívia, na forma de entendimento previsto no programa de cooperação energética entre os dois países. O governo brasileiro alega, como justificativa, que o presidente daquele país solicitou ajuda ao Brasil para resolver dificuldade de energia da Bolívia, que vem enfrentando racionamento de eletricidade. Ao que se informam, os equipamentos serão retirados da Usina Termelétrica do Rio Madeira, localizada em Rondônia, os quais não estariam sendo utilizados. Ocorre que a citada medida provisória foi retirada de pauta do plenário da Câmara dos Deputados, com a concordância dos lideres governistas, fato sem a menor relevância, porque, a falta de votação da MP acarreta a perda da sua validade, mas, estranhamente, isso não invalida a efetividade da ajuda do governo brasileiro, tendo em vista que os recursos já tinham sido disponibilizados, porquanto a medida provisória tem força de lei e seus efeitos, consistentes na concessão dos repasses financeiros, ocorreram imediatamente à sua assinatura pela presidente da República. Diante da constatação de que já não poderia ser anulada a estranha e injustificável ajuda em causa, houve apenas alguns protestos, sem a menor repercussão, no Plenário da Câmara, feitos por deputados federais criticando a insensibilidade do governo brasileiro de estar liberando verbas públicas para a Bolívia enfrentar seu déficit energético, deixando que a população brasileira continue no crônico sofrimento decorrente dos abomináveis apagões quase diários em todo país. Alguns parlamentares da oposição não se conformavam pelo fato de o Brasil entregar de mãos beijadas a termoelétrica do Rio Madeira à Bolívia, que será reformada e depois repassada em perfeitas condições de uso, sem o menor pudor quanto à sua falta para solucionar a carência da população brasileira, que reclama dos constantes apagões. Outros parlamentares lembraram o recente episódio do aumento do preço do fornecimento de gás para o Brasil, que foi aceito normalmente e agora o Brasil dar de presente uma termoelétrica para a Bolívia. O episódio em referência somente demonstra a forma descuidada e desinteressada como os recursos dos bestas dos contribuintes são gastos pelo governo, que libera dinheiros públicos para seus amigos socialistas, em socorro às necessidades dos países deles, quando o povo brasileiro passa por necessidades generalizadas, inclusive dos preocupantes apagões que estão ocorrendo amiudamente em todas as regiões do país, exatamente pela precariedade das redes de distribuição de energia e pela falta de investimentos na melhoria do complexo energético, que passa por evidente e progressivo processo de sucateamento dos equipamentos e de desprezo à necessária modernização do sistema. Compete ao povo brasileiro avaliar a forma leviana como o governo brasileiro vem distribuindo recursos públicos aos países comandos por ditadores, que ignoram os princípios da liberdade, dos direitos humanos e da democracia, em detrimento dos interesses fundamentais do seu povo e do desenvolvimento do país. As ajudas financeiras aos países socialistas estão sendo feitas há bastante tempo, a exemplo da injustificável obra do porto de Mariel, em Cuba, que é um empreendimento dos mais modernos do mundo e que foi construído no país onde não terá finalidade nem aproveitamento econômicos, por se tratar de país destroçado pelo truculento e retrógrado regime comunista, cujos governantes conseguem convencer apenas seus incautos, que também não fazem questão de enxergar a realidade da modernidade alcançada pela humanidade dos regimes democráticos, passíveis de conviver normalmente com os processos de progresso e de desenvolvimento. Urge que o povo brasileiro repudie a forma irrefletida como os recursos públicos estão sendo distribuídos graciosamente para os países de governos socialistas, em detrimento dos interesses nacionais, e se conscientize sobre a necessidade de se exigir que o governo federal seja responsabilizado, na forma da lei, pelos atos injustificáveis como esse de doar termelétrica para o país vizinho, quando há efetiva carência de energia no país tupiniquim. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 07 de fevereiro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário