domingo, 23 de fevereiro de 2014

Aprovação injustificável

Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, encomendada e divulgada pelo site do jornal O Estado de S.Paulo, a aprovação do governo federal caiu de 43%, em dezembro, para 39% neste mês. Foram ouvidos, na pesquisa, 2.002 eleitores em 141 municípios. De acordo com o histórico das pesquisas promovidas por esse instituto de opinião, a aprovação ao governo vem de altos e baixos, com constantes oscilações a partir das manifestações de protestos de junho último. Logo no mês de julho seguinte, houve significativa queda da aprovação do governo petista, que despencou do nível alcançado de “ótimo" ou "bom" de 55% para 31%, mas, ainda no mês seguinte, o índice subiu para 38%, que manteve entre 37% e a 39% até novembro. Não chega a ser novidade que a melhor aprovação do governo vem no Nordeste, com 51%, cuja região, por ter o maior bolsão de pobreza, recebe os maiores cuidados assistencialistas do bolsa família. Em contraposição, as piores taxas de aprovação estão no Sudeste e Norte/Centro-Oeste, respectivamente com os percentuais de 33% e 32%. O Ibope esclarece que o governo tem melhor desempenho entre o eleitorado com mais de 55 anos (45%), escolaridade até a quarta série do ensino fundamental (50%) e renda de até um salário mínimo (49%) e as piores taxas de aprovação no eleitorado com menos de 24 anos (35%), escolaridade superior (26%) e renda de mais de cinco salários mínimos (34%), ou seja, esses fatos podem ajudar a se inferir que o eleitorado com menor nível escolar e com emprego situado na faixa do salário mínimo demonstrou que não tem muita preocupação com a qualidade da administração do país ou com as precariedades da prestação dos serviços públicos da incumbência constitucional do Estado, o que vale dizer que é de somenos importância que a administração do país tenha ou não por consecução os objetivos de eficiência e resultados satisfatórios. O governo que é acusado de lotear os ministérios e as empresas públicas entre os partidos políticos, em espúria coalizão de interesses e conveniências políticas, em evidente troca de apoio e de horário eleitoral, em detrimento dos interesses nacionais, jamais poderia contar com a aprovação da sociedade, por mais rude que seja, porque isso contribui para o comodismo do governante, que termina acreditando que o seu governo não é medíocre. Além dessas alianças prejudiciais ao interesse público, o governo petista não teve capacidade para promover as reformas da estrutura do Estado, principalmente do sistema tributário, que permite que a carga tributária tupiniquim seja uma das maiores e escorchantes do mundo, fator a indicar sensível prejuízo à economia da população, por agravar injustamente o seu bolso. Outro fato que agrava a situação do governo diz respeito à prioridade dada à construção de porto moderno em Cuba, logo no país que desrespeita os direitos humanos e menospreza os princípios saudáveis da democracia, submetendo seu povo aos porões do subdesenvolvimento e do retrocesso humanitário, quando aqui no país os portos, as estradas, a segurança pública, os hospitais, as escolas, o saneamento básico e demais serviços públicos passam por seríssimas e terríveis dificuldades. Somente esses episódios já eram mais do que suficientes para total reprovação desse governo, que também consegue colocar o país entre os piores quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano, justamente pela falta de prioridades à prestação dos serviços essenciais à população. Infelizmente, os programas assistencialistas têm sido responsáveis por justificar aprovação elevada do governo, justamente por falta de alternativas capazes de demonstrar efetividade na administração do país. É extremamente decepcionante se perceber que o maior índice de aprovação do governo petista venha exatamente do Nordeste, diante do completo desprezo demonstrado por ele por ocasião da terrível seca, que dizima as pessoas e os animais, sem que sejam adotadas as medidas capazes de, senão solucionar a questão, amenizar e suavizar o sofrimento dos sertanejos. É de se lamentar a intrigante simpatia pelo trabalho da presidente por parte das pessoas com menor nível cultural, quase a justificar o pouco interesse do governo em investir na educação, permitindo que o índice de analfabetismo seja espantoso e estarrecedor para o país com as potencialidades do Brasil, que já deveria ter alcançado os países desenvolvidos há bastante tempo, caso fosse governado com a competência que ele exige e merece. A sociedade tem que se conscientizar sobre a urgente necessidade de o país ser administrado com a competência compatível com as suas grandezas territoriais e econômicas, sob pena de continuar padecendo na tristeza do eterno subdesenvolvimento.  Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 22 de fevereiro de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário