sábado, 22 de fevereiro de 2014

A conscientização da sociedade

Depois das barbáries disseminadas por determinação do presidente da Ucrânia, que resultaram na morte de dezenas de pessoas e no massacre de outras centenas de civis, o Parlamento Ucraniano decidiu, com surpreendente urgência, imbuído do seu dever cívico, em cumprimento à nobre missão constitucional de defesa da sociedade, pela destituição do mandatário daquele país, sob o entendimento de que ele se encontrava constitucionalmente inábil para prosseguir no exercício de suas funções. Na ocasião, foram marcadas novas eleições para o próximo 25 de maio. À toda evidência, os fatos mostrados pela televisão denunciavam a contradição do pensamento do governo com os anseios da sociedade. Enquanto o governo defendia seu alinhamento com a Rússia, em troca de ajuda financeira, o povo lutava para que o país tivesse independência política e ideológica para ingressar na União Europeia, como forma de propiciar desenvolvimento econômico e plena liberdade democrática. Não aceitando o seu brusco afastamento, o presente destituído alegou que “Os eventos testemunhados por nosso país e todo o mundo são um exemplo de um golpe Estado”. É evidente que a inadiável e necessária medida adotada pelo Parlamento ucraniano implicará golpe de Estado se a nação continuar sendo comandada por governo igualmente irresponsável que chacina com fuzilamento a população, mas não o é se essa medida extrema tiver por finalidade a restauração do Estado Democrático de Direito, com o restabelecimento da ordem público e o reconhecimento dos direito livres da sociedade, como forma de respeita à vontade da população. Não há dúvida de que o massacre da sociedade, a violação das responsabilidades constitucionais, a ameaça ao funcionamento do estado e à defesa da integridade territorial e da sua soberania tornam-se sobejamente evidenciadas as razões ensejadoras da destituição de quem demonstrou plena incapacidade para governar aquele país, com a observância dos salutares princípios democráticos de respeito aos direitos humanos. Nos países desenvolvidos e cultores dos princípios fundamentados no Estado Democrático de Direito, não haveria necessidade da extrema violência para destituir os déspotas e os governantes incompetentes, bastaria que o povo se conscientizasse de que, assim como eles são colocados no governo mediante o voto popular, o próprio povo deveria ter competência constitucional para afastá-los das suas funções, uma vez que a permanência deles nos cargos se tornou prejudicial aos interesses nacionais e da sociedade. Não há a menor dúvida de que os fatos deflagrados na Ucrânia podem servir para mostrar que as nações precisam ser despertadas para mudar as políticas públicas quando perceberem que os mandatários não têm políticas de governo com o objetivo de beneficiar senão seus próprios interesses, seus exclusivos objetivos de perpetuação no poder, sem se preocuparem com os fins para serem atingidos seus objetivos. Urge que o povo se desperte para entender que, prejudicados seus interesses, como vem acontecendo no país tupiniquim, o remédio das mudanças é impositivo, em respeito aos princípios democráticos. É evidente que a índole do povo brasileiro não permitirá que a situação atinja o nível máximo e desagradável da violência, da destruição e das mortes, como ocorreu na Ucrânia, mas o que se percebe é que parcela significativa do povo demonstra insatisfação com o governo tupiniquim, que tem seu estilo próprio de administrar a nação, disseminando ideias socialistas, em acalento aos anseios das classes menos aquinhoadas, com políticas assistencialistas mantidas com elevados recursos públicos, em evidente ferimento aos princípios da produtividade e do progresso do país, com políticas massacrantes impostas por pesadas cargas tributárias. É induvidoso que o povo da Ucrânia está a ano-luz de distância do povo brasileiro, em termos de clarividência sobre a realidade quanto à administração inescrupulosa dos países. Comparativamente à forma como as nações estão sendo administradas, não há diferença alguma, eis que, tanto lá como no país tupiniquim, as políticas de governo são adotadas ao sabor das conveniências dos mandatários. Enquanto lá, o governo seguia as orientações russas, mediante ajudas financeiras, com a obrigação de ler na sua cartilha comunista, aqui, o governo gerencia o país segundo a fiel ideologia do seu partido, com o extremo cuidado de se evitar que seus atos não prejudiquem os planos de perenidade no poder, em claro detrimento ao atendimento dos interesses da sociedade. Urge que os governantes atentem para o fiel cumprimento das suas funções preconizadas na Carta Magna, como forma republicana de atender com fidelidade as políticas públicas, em harmonia com as responsabilidades inerentes ao eficiente funcionamento do Estado, à integridade territorial e da sua soberania e à prestação de serviços públicos de qualidade, com embargo das indecentes politicagens de interesses e conveniências. Acorda, Brasil!
 

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 

Brasília, em 22 de fevereiro de 2014

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