Tem
sido estarrecedora a maneira como o Congresso Nacional demonstra pouco caso em
compreender o que se passa no Brasil real, em que os assuntos que dizem
respeito aos seus interesses são colocados na prioridade da pauta de votação,
deixando para depois o que realmente deveria ser resolvido com a devida
urgência, a exemplo da reforma da Previdência.
É
visível o distanciamento dos deputados quanto à votação das matérias que podem
contribuir para a retomada do desenvolvimento econômico, como no caso da referida
reforma, que objetiva primacialmente o reequilíbrio das contas públicas e a
volta dos investimentos públicos em obras, a ensejarem a criação de empregos e do
incremento à produtividade nacional.
Trata-se
de verdadeira alienação política extremamente prejudicial aos interesses da
economia brasileira, que tem a junção pluripartidária, em vergonhosa concentração
abertamente contrária aos projetos elaborados pelo governo, como se ele fosse
algo a ser destronado, justamente por não ter concordado em manter a velha e
desgraçada política do escrachado fisiologismo, popularmente conhecido pelo “toma
lá, dá cá”, alimentado por cargos públicos e emendas parlamentares.
A
Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados já deveria ter deliberado
sobre a constitucionalidade da proposta de reforma da Previdência, mas a pauta foi
invertida para a votação prioritária do projeto da emenda constitucional (PEC)
do orçamento impositivo, o que mostra o descaso dos parlamentares diante da
tramitação de projeto de importância estratégica nacional.
O
mais grave dessa desconfortável situação é que partidos supostamente próximos
ao governo, inclusive a legenda do presidente do país, se juntaram à oposição nessa
manobra de inversão da pauta, para dar prioridade ao projeto da mencionada PEC,
de modo a se obstruir e retardar a tramitação das mudanças no sistema
previdenciário, tendo como consequência o travamento dos fatores benéficos ao
crescimento da economia, que impedem a sua decolagem.
Tudo
indica que essa vergonhosa e mesquinha chantagem busca a conquista de benesses próprias
do deprimente esquema fisiológico, que preponderou com desenvoltura em governos
recentes, que tanto ajudou a contribuir para a desgraça dos brasileiros, diante
da visível situação de miserabilidade pela qual se encontra o Brasil, com
milhões de desempregados e a economia ainda patinando nos percalços das
dificuldades econômico-financeiras, que parece não haver solução, diante da
resistência demonstrada pelo Palácio do Planalto, que tem ignorado o apelo dos inescrupulosos
parlamentares.
Diante
desse quadro de extrema irresponsabilidade política, por se saber que a PEC do
Orçamento é prejudicial ao desempenho da gestão pública, quando destina mais
recursos para as emendas parlamentares, a sua aprovação constitui enorme golpe
para o governo, que, para piorar, ela foi aprovada em ultravelocidade pela
Câmara e pelo Senado, também com maciço apoio multipartidário, em evidente
demonstração de indevida, injusta e descabida pressão sobre o governo, porque
torna ainda mais estreito o ínfimo espaço de manobra para se administrar o
Orçamento, visto que as verbas engessadas passam de 93% para 97% do Orçamentária
da União.
Nesse
caso da reforma da Previdência, a oposição vem fazendo o seu normal papelão de
promover medidas e manobras para retardar o máximo possível o andamento dela e,
até o momento, as suas intervenções têm produzido resultados satisfatórios.
Ao que
tudo indica, a oposição age como se a reforma fosse em benefício direto do
presidente do pais e tudo tem feito para dificultar a sua aprovação no Congresso,
em cristalina e acentuada demonstração de alheamento à precariedade propriamente
da economia nacional, cuja lamentável situação teve enorme participação dela, que,
por ação ou omissão, a produziu e, mais grave, agora, volta as costas para a
multidão dos 13 milhões de desempregados que aguardam a reação do Produto
Interno Bruto brasileiro, para propiciar crescimento econômico e geração de empregos,
fato que dificilmente será possível se não houver reforma alguma.
Causa
perplexidade que os congressistas, lídimos representantes do povo, sabem perfeitamente,
melhor do que ninguém, que, se não houver a reforma da Previdência e a adoção de
outras providências complementares de ajustes econômico e fiscal, certamente que
nada de crescimento poderá acontecer, porque o governo já assumiu o Brasil com
a economia na unidade de terapia intensiva, justamente nas condições
estruturais de precariedade da máquina pública, exigindo ajustes urgentes, nos
setores onde causam déficits públicos, cujas deficiências clamam por urgente
saneamento, em benefício do Brasil e do seu povo.
Não
obstante, a “inteligente” oposição, que foi clamorosamente derrotada nas urnas,
por político que se declarava, de forma reiterada, que não entendia de nada,
muito menos de economia, mas o pouco que sabia da sua experiência política, seria
suficientemente capaz para consertar os estragos causados pela oposição ao Brasil
e ao seu povo, mas a oposição, enxergando, agora, excelente oportunidade para
desarranjar os planos e projetos governamentais voltados para o fechamento dos
rombos nos orçamentos públicos, procura, por todos os meios, ser instrumento para
que nada seja aprovado e o país continue na completa letargia não somente na
economia, mas absolutamente em tudo e há quem concorde com tudo isso.
Se os projetos
do governo não forem vitoriosos, por conta exclusiva de ações e movimentos da
oposição, é precisa, enfim, que ela tenha dignidade e coragem para assumir a
responsabilidade pelo fracasso não apenas do governo, porque ele é tão somente
instrumento que não teria tido condições de materializar seu projeto de reforma
da Previdência encaminhado ao Congresso, diante de ação direta de antibrasileiros
que fizeram tudo para dificultarem a sua viabilização, simplesinho assim.
À toda
evidência, não se justifica que essa ultrapassada oposição e quem mais a quem
se alinhar, como vem se mostrando na Comissão de Constituição e Justiça,
precisam se conscientizar de que urge mudança da sua mentalidade predatória,
que tem muito com atitudes prejudiciais às causas do interesse público, que estão
ano-luz adiante da defesa de seus interesses e planos políticos, que têm por
base a absoluta dominação das classes social e política e a conquista do poder,
além da permanência nele, não importando os fins para a consecução de seus
objetivos, conforme é exatamente isso que ela vem mostrando e o povo não pode
continuar placitando isso, por questão de mera ideologia, procedimentos que
terminam prejudicando seus interesses, como se verifica no caso em comento.
Em
palavras diretas, é importante que os brasileiros, não importando a sua
ideologia, saibam e se conscientizem de que, se a oposição conseguir impedir a
aprovação da reforma da Previdência e não sendo aprovada alternativa para ela,
muito dificilmente o governo terá condições de reequilibrar as contas previdenciárias
e as públicas em geral, e dificilmente haverá investimentos públicos,
crescimento da economia e possibilidade de aumento da produção e do emprego.
É
simplesmente espantoso que partidos políticos participem de jogo destinado a
sabotar a aprovação de reforma que tem objetivos claros de consertar o que está
indiscutivelmente errado, porque é notório que não faz sentido que justamente representantes
do povo tenham essa tacanha mentalidade de ser contrário ao que é precisa mudar
para beneficiar justamente quem precisa, visto que a situação vigente só aprofunda
o que já está precário e isso até parece risível, para não dizer palavrão, e o
pior é que muitos brasileiros formam filas, em multidão, para justamente apoiaram
tamanha ingenuidade e irracionalidade.
Diante desse clima deplorável, que não condiz com a
modernidade política, que tem como objetividade a convergência de pensamentos
para a busca de solução para os problemas da sociedade, não importando as
correntes ideológicas, porque é exatamente assim que acontece nas nações sérias,
civilizadas e evoluídas, em termos políticos e democráticos, a exemplo dos
Estados Unidos da América, em que os partidos Democratas e Republicanos
promovem esforços em união, em momento de crise nacional, para, juntos,
buscarem a solução dos problemas e a estabilidade da nação, mostrando que a
única ideologia em jogo é o interesse pelo engrandecimento da pátria.
Causa espécie que os parlamentares brasileiros não
consigam se despertar para os veementes alertar vindos do mercado financeiro,
em termos de projeções de analistas, mostrando a reiterada mudança, já pela
sétima vez consecutiva, da redução do crescimento da economia, para este ano,
que tem tido influência dos trabalhos negativos do Congresso.
Convém que os congressistas se conscientizem de que
a modernização da Previdência é imposição de ordem necessária à organização fiscal,
no âmbito do dever cívico e patriótico, com vistas a possibilitar o equilíbrio
das contas e o desenvolvimento socioeconômico.
A
oposição e os brasileiros que não concordam com a reforma apresentada pelo
governo precisam mostrar competência para formular o seu projeto de mudança
previdenciária, contendo medidas sérias, não demagógicas, sem hipocrisia, mas
com objetividade, para solucionar o rombo ou déficit das contas
previdenciárias, tendo necessária sensibilidade para compreender que a situação
vigente não é boa para ninguém, nem para as ideologias de direita, esquerda,
centro, muito menos para brancos, pretos, ricos, pobres, ou seja, a reforma é
urgente e necessária, desde que ela consiga solucionar os problemas que estão
atravancando o desenvolvimento do Brasil, tendo como consequência, se nada acontecer,
a falta de investimentos públicos, produção e empregos, i.e., a falência de uma
nação, justamente porque seus filhos não tiveram competência para se reunir,
discutir e aprovar uma mera reforma de um sistema totalmente falido.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 17 de abril de 2019
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