quarta-feira, 17 de abril de 2019

A conscientização do povo


Tem sido estarrecedora a maneira como o Congresso Nacional demonstra pouco caso em compreender o que se passa no Brasil real, em que os assuntos que dizem respeito aos seus interesses são colocados na prioridade da pauta de votação, deixando para depois o que realmente deveria ser resolvido com a devida urgência, a exemplo da reforma da Previdência.
É visível o distanciamento dos deputados quanto à votação das matérias que podem contribuir para a retomada do desenvolvimento econômico, como no caso da referida reforma, que objetiva primacialmente o reequilíbrio das contas públicas e a volta dos investimentos públicos em obras, a ensejarem a criação de empregos e do incremento à produtividade nacional.
Trata-se de verdadeira alienação política extremamente prejudicial aos interesses da economia brasileira, que tem a junção pluripartidária, em vergonhosa concentração abertamente contrária aos projetos elaborados pelo governo, como se ele fosse algo a ser destronado, justamente por não ter concordado em manter a velha e desgraçada política do escrachado fisiologismo, popularmente conhecido pelo “toma lá, dá cá”, alimentado por cargos públicos e emendas parlamentares.  
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados já deveria ter deliberado sobre a constitucionalidade da proposta de reforma da Previdência, mas a pauta foi invertida para a votação prioritária do projeto da emenda constitucional (PEC) do orçamento impositivo, o que mostra o descaso dos parlamentares diante da tramitação de projeto de importância estratégica nacional.
O mais grave dessa desconfortável situação é que partidos supostamente próximos ao governo, inclusive a legenda do presidente do país, se juntaram à oposição nessa manobra de inversão da pauta, para dar prioridade ao projeto da mencionada PEC, de modo a se obstruir e retardar a tramitação das mudanças no sistema previdenciário, tendo como consequência o travamento dos fatores benéficos ao crescimento da economia, que impedem a sua decolagem.
Tudo indica que essa vergonhosa e mesquinha chantagem busca a conquista de benesses próprias do deprimente esquema fisiológico, que preponderou com desenvoltura em governos recentes, que tanto ajudou a contribuir para a desgraça dos brasileiros, diante da visível situação de miserabilidade pela qual se encontra o Brasil, com milhões de desempregados e a economia ainda patinando nos percalços das dificuldades econômico-financeiras, que parece não haver solução, diante da resistência demonstrada pelo Palácio do Planalto, que tem ignorado o apelo dos inescrupulosos parlamentares.
Diante desse quadro de extrema irresponsabilidade política, por se saber que a PEC do Orçamento é prejudicial ao desempenho da gestão pública, quando destina mais recursos para as emendas parlamentares, a sua aprovação constitui enorme golpe para o governo, que, para piorar, ela foi aprovada em ultravelocidade pela Câmara e pelo Senado, também com maciço apoio multipartidário, em evidente demonstração de indevida, injusta e descabida pressão sobre o governo, porque torna ainda mais estreito o ínfimo espaço de manobra para se administrar o Orçamento, visto que as verbas engessadas passam de 93% para 97% do Orçamentária da União.
Nesse caso da reforma da Previdência, a oposição vem fazendo o seu normal papelão de promover medidas e manobras para retardar o máximo possível o andamento dela e, até o momento, as suas intervenções têm produzido resultados satisfatórios.
Ao que tudo indica, a oposição age como se a reforma fosse em benefício direto do presidente do pais e tudo tem feito para dificultar a sua aprovação no Congresso, em cristalina e acentuada demonstração de alheamento à precariedade propriamente da economia nacional, cuja lamentável situação teve enorme participação dela, que, por ação ou omissão, a produziu e, mais grave, agora, volta as costas para a multidão dos 13 milhões de desempregados que aguardam a reação do Produto Interno Bruto brasileiro, para propiciar crescimento econômico e geração de empregos, fato que dificilmente será possível se não houver reforma alguma.
Causa perplexidade que os congressistas, lídimos representantes do povo, sabem perfeitamente, melhor do que ninguém, que, se não houver a reforma da Previdência e a adoção de outras providências complementares de ajustes econômico e fiscal, certamente que nada de crescimento poderá acontecer, porque o governo já assumiu o Brasil com a economia na unidade de terapia intensiva, justamente nas condições estruturais de precariedade da máquina pública, exigindo ajustes urgentes, nos setores onde causam déficits públicos, cujas deficiências clamam por urgente saneamento, em benefício do Brasil e do seu povo.
Não obstante, a “inteligente” oposição, que foi clamorosamente derrotada nas urnas, por político que se declarava, de forma reiterada, que não entendia de nada, muito menos de economia, mas o pouco que sabia da sua experiência política, seria suficientemente capaz para consertar os estragos causados pela oposição ao Brasil e ao seu povo, mas a oposição, enxergando, agora, excelente oportunidade para desarranjar os planos e projetos governamentais voltados para o fechamento dos rombos nos orçamentos públicos, procura, por todos os meios, ser instrumento para que nada seja aprovado e o país continue na completa letargia não somente na economia, mas absolutamente em tudo e há quem concorde com tudo isso.
Se os projetos do governo não forem vitoriosos, por conta exclusiva de ações e movimentos da oposição, é precisa, enfim, que ela tenha dignidade e coragem para assumir a responsabilidade pelo fracasso não apenas do governo, porque ele é tão somente instrumento que não teria tido condições de materializar seu projeto de reforma da Previdência encaminhado ao Congresso, diante de ação direta de antibrasileiros que fizeram tudo para dificultarem a sua viabilização, simplesinho assim.
À toda evidência, não se justifica que essa ultrapassada oposição e quem mais a quem se alinhar, como vem se mostrando na Comissão de Constituição e Justiça, precisam se conscientizar de que urge mudança da sua mentalidade predatória, que tem muito com atitudes prejudiciais às causas do interesse público, que estão ano-luz adiante da defesa de seus interesses e planos políticos, que têm por base a absoluta dominação das classes social e política e a conquista do poder, além da permanência nele, não importando os fins para a consecução de seus objetivos, conforme é exatamente isso que ela vem mostrando e o povo não pode continuar placitando isso, por questão de mera ideologia, procedimentos que terminam prejudicando seus interesses, como se verifica no caso em comento.
Em palavras diretas, é importante que os brasileiros, não importando a sua ideologia, saibam e se conscientizem de que, se a oposição conseguir impedir a aprovação da reforma da Previdência e não sendo aprovada alternativa para ela, muito dificilmente o governo terá condições de reequilibrar as contas previdenciárias e as públicas em geral, e dificilmente haverá investimentos públicos, crescimento da economia e possibilidade de aumento da produção e do emprego.  
É simplesmente espantoso que partidos políticos participem de jogo destinado a sabotar a aprovação de reforma que tem objetivos claros de consertar o que está indiscutivelmente errado, porque é notório que não faz sentido que justamente representantes do povo tenham essa tacanha mentalidade de ser contrário ao que é precisa mudar para beneficiar justamente quem precisa, visto que a situação vigente só aprofunda o que já está precário e isso até parece risível, para não dizer palavrão, e o pior é que muitos brasileiros formam filas, em multidão, para justamente apoiaram tamanha ingenuidade e irracionalidade.
Diante desse clima deplorável, que não condiz com a modernidade política, que tem como objetividade a convergência de pensamentos para a busca de solução para os problemas da sociedade, não importando as correntes ideológicas, porque é exatamente assim que acontece nas nações sérias, civilizadas e evoluídas, em termos políticos e democráticos, a exemplo dos Estados Unidos da América, em que os partidos Democratas e Republicanos promovem esforços em união, em momento de crise nacional, para, juntos, buscarem a solução dos problemas e a estabilidade da nação, mostrando que a única ideologia em jogo é o interesse pelo engrandecimento da pátria.
Causa espécie que os parlamentares brasileiros não consigam se despertar para os veementes alertar vindos do mercado financeiro, em termos de projeções de analistas, mostrando a reiterada mudança, já pela sétima vez consecutiva, da redução do crescimento da economia, para este ano, que tem tido influência dos trabalhos negativos do Congresso.
Convém que os congressistas se conscientizem de que a modernização da Previdência é imposição de ordem necessária à organização fiscal, no âmbito do dever cívico e patriótico, com vistas a possibilitar o equilíbrio das contas e o desenvolvimento socioeconômico.
A oposição e os brasileiros que não concordam com a reforma apresentada pelo governo precisam mostrar competência para formular o seu projeto de mudança previdenciária, contendo medidas sérias, não demagógicas, sem hipocrisia, mas com objetividade, para solucionar o rombo ou déficit das contas previdenciárias, tendo necessária sensibilidade para compreender que a situação vigente não é boa para ninguém, nem para as ideologias de direita, esquerda, centro, muito menos para brancos, pretos, ricos, pobres, ou seja, a reforma é urgente e necessária, desde que ela consiga solucionar os problemas que estão atravancando o desenvolvimento do Brasil, tendo como consequência, se nada acontecer, a falta de investimentos públicos, produção e empregos, i.e., a falência de uma nação, justamente porque seus filhos não tiveram competência para se reunir, discutir e aprovar uma mera reforma de um sistema totalmente falido.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 17 de abril de 2019

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