domingo, 14 de abril de 2019

Pesquisa tendenciosa?


Acaba de ser publicada pesquisa Datafolha, no site do jornal Folha de S.Paulo, que “aponta que 32% dos brasileiros acham que a atuação do Congresso Nacional é ruim ou péssima, 22% aprovam e 41% consideram regular.”, de acordo com reportagem extraída do site do G1.  
Consoante aquele instituto, o índice de aprovação do Congresso é o maior patamar já aferido em início de legislatura, quando, em 2015, 11% o aprovavam e, em 2007, o percentual de aprovação foi de 16%.
Conforme o resultado da aludida pesquisa, os entrevistados responderam que o Congresso tem a seguinte avaliação: 22%; 41%; 32% e 5%, respectivamente, para ótimo ou bom; regular; ruim ou péssimo; e não souberam responder.
O referido instituto esclarece que foram ouvidas 2.086 pessoas, nos dias 2 e 3 do fluente mês, com abrangência dos trabalhos em 130 municípios brasileiros, atribuindo-se o nível de confiança de 95% da pesquisa, conforme seus parâmetros de consulta popular.
Em dezembro último, o Datafolha havia perguntado à população o que ela esperava do novo Congresso, tendo obtido os resultados no sentido de que 56% afirmaram ter expectativa ótima ou boa; 28% regular; 8% ruim ou péssima; e 8% não souberam responder.
O instituto disse que, entre as instituições avaliadas, o Congresso só ganha dos partidos políticos, em grau de desconfiança, quando apenas 5% dos entrevistados disseram que confiam muito nas legendas.
O Datafolha ressaltou que, em 1º lugar, estão as Forças Armadas, que têm segura confiança de 80% dos entrevistados, sendo que 45% confiam muito e 35% confiam um pouco, vindo em seguida a Presidência da República.
Em junho de 2018, sob gestão anterior do MDB, apenas 5% confiavam muito na Presidência da República e 64% não confiavam, mas, agora, são 29% os que confiam muito e outros 29% os que não confiam, enquanto os que confiam um pouco são 41%.
Finalmente, o instituto informa que cresceu de forma discreta a confiança no Supremo Tribunal Federal, quando, na pesquisa anterior, eram 14% os que confiavam muito, sendo 43% destes disseram que confiavam um pouco e 39% afirmaram que não confiavam. Agora são 18% que acreditam no Supremo, nas faixas de 46% e 32%, respectivamente.
Na pesquisa realizada em dezembro, o instituto comete grave falha de omissão, por ter deixado de mencionar, agora, a quantidade de pessoas pesquisadas, considerando que essa informação é muito importante para a avaliação da opinião pública sobre o resultado apresentado.
Não se sabe, com certeza, a principal motivação para a notícia inicial se referir exatamente que 22% dos brasileiros aprovam a atuação do Congresso, quando, a bem da verdade, essa informação, precisamente como se encontra escrito, é de extrema irresponsabilidade de parte de seus autores, por ser mentirosa e certamente leviana, porque somente foram entrevistados 2.086 brasileiros, conforme dito pela publicação, levando à ilação de que a amostra pesquisada representa infinitesimal parcela da população, não tendo a mínima condição para nenhum instituto sério e cônscio sobre a sua responsabilidade profissional como órgão com capacidade para prestar informação tão importante e precisa para a avaliação da opinião pública, com relação ao assunto enfocado.
Ainda na mesma informação sobre as localidades visitadas pela equipe de pesquisa, o instituto diz que os trabalhos foram realizados em apenas 130 municípios, ou seja, apenas 2,3% do total do 5.754 municípios do Brasil, o que também só contribui para desmoralizar o resultado de pesquisa de suma importância para se aquilatar o pensamento sobre a atuação e a confiabilidade do Parlamento brasileiro.
À toda evidência, a pesquisa em comento é surpreendente, diante do tanto que o Congresso tem deixado de prestar bons serviços para os brasileiros e ainda por acomodar no seu seio parcela significativa de servidores públicos, alguns parlamentares, que não se envergonham de trabalhar em defesa de seus interesses, com destaque para o tal do famigerado centrão, pela escancarada ambição pela prática de degradante fisiologismo, em troca de apoio a projetos do governo.
Como se sabe, o referido centrão, recentemente, houve por bem promover pública quebra-de-braço entre ele e o governo sobre a sua imposição de que somente estaria votando favoravelmente à aprovação da reforma da Previdência se houvesse “conversa” com representantes do governo, dando a entender, de forma direta, que sem negociata, ou seja, sem o deprimente jogo sujíssimo do “toma lá, dá cá”, a citada reforma estará fadada ao insucesso.
Não é novidade que parlamentares integrantes do centrão vêm manobrando e monopolizando, de longa data, os trabalhos do Congresso, sempre alimentados por meio de cargos do governo e emendas parlamentares, em verdadeira desmoralização própria das organizações mafiosas, de extrema ardilosidade criminosa, que não se pode mais ser admitida na atualidade, diante da premência de o Brasil entrar na era da moralização, inclusive no Congresso, que precisa dá os exemplos de dignidade, decoro e honestidade por todos os seus integrantes, com embargo desse indigno centrão.  
Essa pesquisa tem um tanto de ridículo, por revelar visivelmente intenção mais do que oculta ou premeditada de impor uma situação absolutamente inexistente, eis que é mais do que notório que, somente por meio de manipulação grosseria como essa de se afirmar que os brasileiros, aproximadamente  constituídos de 205 milhões ou de cerca de 150 milhões de eleitores, seriam representados inexpressivamente, de forma vexaminosa, por tão somente 2.086 pessoas, com o que se afirmaria, de maneira mais bisonha possível, que os brasileiros, no percentual de 22% dos ouvidos aprovam a atuação do Congresso, quando isso não passa de medíocre balela, absolutamente repudiável e inaceitável, à luz dos princípios da seriedade, do respeito à opinião pública e à responsabilidade profissional.
Essa pesquisa tem tudo para ser desmascarada, pelo que nada representa em termos de opinião pública de verdade, para a importante finalidade no contexto nacional, por validar algo absolutamente inexistente, que seria a expressiva opinião representativa do sentimento dos brasileiros, eis que uma pesquisa séria, positiva e responsável teria o condão de contribuir para corresponder à realidade dos fatos, mostrando a sua validade para a finalidade de mostrar situação realmente existente.
Na verdade, o que se precisaria mesmo, a depender da opinião pública para valer, feita com a devida abrangência, levando-se em conta maior participação dos brasileiros, em pelo menos mil municípios ou mais, certamente chegar-se-ia à conclusão de que a atuação do Congresso seria muito mais do que negativa, nefasta para os interesses da população, que não sente o seu trabalho em benefício dela, com reprovação tamanha e expressiva, talvez próxima de zero, com que o péssimo desfecho da avaliação aconselharia o seu fechamento e a consequente abertura de outro Parlamento, com formato completamente diferente do atual. 
É certo que o modelo vigente de Parlamento não merece aprovação sequer de um por cento, diante de seus pífios resultados de trabalho em benefício do interesse público e mais ainda levando-se em conta, em especial, o espúrio posicionamento fisiológico do chamado centrão, que tem sido o símbolo de corrente de parlamentares da pior espécie, absolutamente inadmissível até mesmo nas piores republiquetas, que tratariam de expulsá-los da vida pública, diante da sua péssima contribuição às práticas políticas voltadas para o bem comum e o interesse público, ante a sua demonstração de somente votar se houver contraprestação, em forma de cargos públicos e emendas parlamentares, que não se conformam com os princípios da moralidade pública.
O mais grave dessa absurda e escandalosa pesquisa é que ela ainda contribui para o entendimento junto ao Congresso de que os números são verdadeiros e que os congressistas passam a estar respaldados em números fajutos para o entendimento de que eles têm realmente alguma importância política, com o estrondosa apoio de um quinto dos brasileiros, cujo resultado da pesquisa não passa de triste forjamento nitidamente interesseiro.
Na verdade, essa aprovação popular mentirosa não passa de sofrível quantidade de 460 pessoas, no universo de aproximadamente 150 milhões de eleitores votantes, em capacidade para opinar legitimamente sobre a atuação do Parlamento, fato que é da maior preocupação, na atualidade, principalmente porque a imprensa tem o poder de manipulação das massas, evidentemente sendo paga para a difusão de informações distorcidas, inverídicas, desonestas e extremamente irresponsáveis, por haver nítida distância da verdade, que é um dos pilares da democracia e da República.
Não há a menor dúvida de que o Parlamento precisa, com a maior urgência possível, adquirir alguma forma de credibilidade, mas, por óbvio, não pode ser mediante pesquisa absolutamente sem o mínimo de confiabilidade, sem consistência de credibilidade, quando, à vista das condições da sua inutilidade para a satisfação do interesse público, a única hipótese possível para se alcançar esse objetivo é mostrando trabalho e, mais ainda, exemplos dignos, em fiel cumprimento da sua missão constitucional de legislar em defesa exclusivamente da sociedade que o elegeu, com vistas ao bem comum, em estrita sintonia com os saudáveis princípios republicanos, inclusive no que diz respeito ao intransigente combate à corrupção e à impunidade, que são verdadeiros anseios dos brasileiros honrados e dignos.
Urge que os brasileiros, no âmbito dos deveres patriótico e de cidadania, tenham consciência cívica para o fim de repudiar, com veemência, essa esdrúxula pesquisa, com viés visivelmente manipulador, absolutamente ridícula na forma, maledicente, tendenciosa, mentirosa e inútil, quanto ao seu parâmetro de avaliação, por fazer uso de informações insuficientes e imprecisas, para a conclusão de resultado que seria de extrema importância para o contexto nacional, porém se torna distanciada da verdade, além de indiscutivelmente contrária ao interesse público, diante de afirmações que não correspondem à realidade dos fatos, com conotação bastante estranha, ante o prisma da consistência dos elementos coligidos, a se exigir, para tanto, muito mais do que os pífios números apresentados à opinião pública.
Brasil: apenas o ame!      
Brasília, em 13 de abril de 2019

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