sexta-feira, 5 de abril de 2019

Combate à pobreza


De acordo com relatório do Banco Mundial, a pobreza aumentou no Brasil, entre 2014 e 2017, atingindo 21% da população, ou seja, 43,5 milhões de pessoas foram atingidas por essa tragédia humanitária.
O documento tem como título “Efeitos dos ciclos econômicos nos indicadores sociais da América Latina”, fazendo referência quando os sonhos encontram a realidade, demonstrando que o aumento da pobreza nesse período foi de 3%, ou seja, um número adicional de 7,3 milhões de brasileiros passou a viver com renda até US$ 5,50 por dia.
Segundo o documento, no ano de 2014, o total de brasileiros que viviam na pobreza era de 36,2 milhões, o equivalente a 17,9% e esse quadro negativo teve início com a forte recessão que o país atravessou, a partir do segundo semestre daquele ano, que durou até o fim de 2016.
O Banco Mundial avalia que o fraco crescimento da América Latina, especialmente na América do Sul, afetou os indicadores sociais no Brasil, país que possui um terço da população de toda a região.
Mesmo assim, o Banco Mundial manteve as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, com altas de 2,2% em 2019 e 2,5% em 2020.
As projeções para o Brasil são melhores do que as de outros países, como o México (1,7%), mas ficam abaixo de nações como a Colômbia (3,3%), enquanto há previsão de queda no PIB para a Argentina (- 1,3%) e a Venezuela (-25%).
O aludido relatório destaca incertezas quanto à reforma da Previdência, tendo afirmado que a sua aprovação "depende da formação de coalizões", uma vez que o partido governista não tem maioria no Congresso Nacional.
A instituição elogia o Brasil, por tentativa de se buscar programa "ambicioso" de reformas, mas, mesmo assim, afirma que o país suscita mais preocupação na região, só ganhando, imagina, da combalida Venezuela.
O documento revela que o Brasil deverá ter déficit fiscal de 6,9% do PIB, em 2019, e déficit primário de 1,2% também do PIB, enquanto a dívida pública deve corresponder a 80% do PIB, fato que é considerado extremamente preocupante, em razão da pouca opção para investimentos públicos.
O relatório afirma que, “Se excluídos os números venezuelanos, o PIB da América do Sul teria alta de 1,8% em 2019. As perspectivas de crescimento para este ano não mostram uma melhora substancial em relação a 2018, como consequência do crescimento débil ou negativo nas três maiores economias da região – Brasil, México e Argentina – e do colapso total na Venezuela".
O citado relatório ressalta que os programas sociais podem ser os mais eficazes amortecedores dos choques econômicos e, segundo o economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe, essas iniciativas são comuns em países desenvolvidos, mas não nessa região.
O documento afirma que "A região deve desenvolver, além dos programas estruturais existentes, ferramentas de rede de segurança social que possam apoiar os pobres e os mais vulneráveis durante o ciclo de baixa nos negócios".
O Banco Mundial afirma que a América latina e Caribe é a região com os indicadores mais voláteis em todo o mundo, por ser exposta a fatores externos, a exemplo dos preços das commodities e da liquidez internacional, e especialmente das instabilidades institucionais e políticas.
O referido banco esclarece que foram analisados três indicadores, a saber: taxa de desemprego, pobreza e necessidades básicas insatisfeitas, com relação a habitação, educação e saneamento básico.
O relatório em referência mostra, com muito propriedade, o tanto da desigualdade social existente no Brasil, em que a pobreza se acentuou no último governo do período de 2014 a 2017, quando houve forte recessão, por conta da regressão das atividades econômicas, elevando o desemprego para patamares alarmantes, cujos efeitos trágicos ainda perduram no tempo, embora a economia tivesse contornado o terrível ciclo de restrição das atividades férteis da produção, que vem tentando superar o baque das políticas desastrosas implantadas pelo governo de então.
A grande importância dessa análise feita por especialistas do Banco Mundial, além de mostrar a fase cruel para a sociedade, com o fatídico aumento da pobreza, que demonstra a desconformidade da satisfação social, diante da diminuição dos meios indispensáveis à sobrevivência razoável, é clara sinalização aos governantes para a maior necessidade da priorização de políticas com vertentes para a melhoria das condições de vida da população carente, que precisa de mais viva e permanente atenção dos governantes, que estão muito mais preocupados em se manter em foco na mídia, enquanto as políticas sociais são apenas mantidas com as mesmas precariedades e deficiências, in capazes que são de tirar alguém da pobreza.
É preciso que os governantes se conscientizem de que o combate à pobreza, com a priorização e disponibilização de políticas adequadas à eliminação das mazelas que são próprias dessa faixa desprestigiada da população, que tem seus estridentes clamores apenas enclausurados em “ecoduto” sem a mínima ressonância, não permitindo que eles ultrapassem os muros palacianos.
A chaga visível da pobreza merece o mesmo cuidado com que é dispensado às reformas prioritárias de governo, porque é no seu âmago que se encontra pulsante parcela expressiva da população, de ser humano que sempre tem sido prejudicada exatamente pelo descaso e pela falta da devida atenção, porque isso faz parte de cultura de extrema insensibilidade e irresponsabilidade, que nunca mereceu interesse de ninguém de cuidar, de forma efetiva, dessa chaga social.
Não se quer aqui propugnar pela ampliação, turbinamento, potencialização da distribuição de renda, a torto e a direito, para as populações mais pobres e carentes, porque isso é também igualmente imprescindível para quem nada tem e seria extremamente pior se não houvesse a assistência do governo, como no caso do Bolsa Família.
Na verdade, a principal e real intenção que pretende diz respeito à criação de polos de desenvolvimento econômico, por meio dos quais o governo resolveria, de forma positiva, estimular a instalação, por meio da concessão de incentivo fiscal, de centros de produção, fábricas e outros negócios do ramo econômico, tendo como objetivo não somente a produção em local de extremo subdesenvolvimento econômico, mas a criação de empregos, que beneficiariam parcela expressiva de titulares do Bolsa Família, além de contribuir para a urgente eliminação da pobreza, que tem flagelo bastante oneroso para o sistema econômico do país.
Os governantes precisam entender que a mera assistência social, com a distribuição de valores irrisórios à população, nunca vai resolver a situação grave da pobreza, posto que, quando muito, ela tem o condão de minimizar, de forma paliativa, a gravidade do sofrimento das pessoas carentes.
Diante do exposto, resta apelar para os especiais discernimento e boa vontade políticos do Presidente da República, para que ele se conscientize de que a pobreza se enfrenta com o tratamento das mazelas sociais que precisam ser priorizadas por meio de ações e políticas de Estado, de modo que haja preferência por medidas capazes de combatê-la, não somente com os programas de assistência social, como já vêm sendo executados, a exemplo do Bolsa Família, mas sim com a criação de polos de desenvolvimento econômico, que têm a gigantesca capacidade da criação de empregos em regiões absolutamente desprezadas, tendo as enormes vantagens de reduzir drasticamente a população dependente do aludido programa, eliminar a pobreza e propiciar o progresso econômico de muitas localidades brasileiras.      
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 5 de abril de 2019

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