O PT divulgou
bilhete manuscrito como sendo do próprio punho do ex-presidente da República
petista, no qual ele parabeniza o deputado federal que ficou marcado por desrespeitar
publicamente o ministro da Economia, em audiência na Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara dos Deputados, ao chamá-lo de "tchutchuca" (termo
chulo usado por funkeiros, para a denominação de seres desprovidos de
cérebro, com QI Invertido, entre outras conotações pejorativas).
A
imagem do citado bilhete, com o texto, foi publicada no Twitter do partido, que
está escrito exatamente nestes termos: "Querido Zeca, estou muito orgulhoso da Bancada do PT, que teve um papel
extraordinário no debate sobre a Previdência com o Guedes, 'o destruidor os
pobres'. Zeca, parabéns por compará-lo a uma 'tchutchuca' na relação dele com
os empresários. Eu fiquei tão orgulhoso de você, que vou aprender a música da
'tchutchuca e o tigrão'. Kkkk Abraços, Lula. 04/04/2019.".
No último dia 3, a aludida
audiência foi encerrada depois que o mencionado parlamentar petista acusou, com
termos agressivos o citado ministro, em tom de provocação, ao acusá-lo de ser
"tigrão" com os
aposentados, idosos de baixa renda e agricultores, ou seja, ser inflexível com
a classe de menor nível social, mas, ao contrário, "tchutchuca" com banqueiros,
empresários, executivos, ou seja, bonzinho com a classe de privilegiados.
O ataque do petista foi a gota d’água para levar à explosão final do ministro
da Economia, que reagiu com destempero fora do microfone, tendo dito que "Eu não vim aqui para ser desrespeitado, não.
(…) tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita
as pessoas. (…) Isso é ofensa. Eu
respeito quem me respeita. Se você não me respeita, não merece meu respeito".
O parlamentar petista já iniciou sua participação perguntando a razão
pela qual o ministro começou as reformas com a da Previdência e não alterações
que afetassem os banqueiros.
Diante da truculência do petista, o ambiente foi transformado em
verdadeiro tumulto, tornando impossível a continuidade da audiência, que foi
encerrada.
Em primeiro plano, qualquer governo de ideologia de esquerda, direito ou
de centro teria, irremediavelmente, que promover reforma da Previdência, na forma
como foi oferecido o projeto em discussão na Câmara ou agasalhando outro texto,
porém qualquer que fosse estaria tratando da mudança cogitada pelo governo, em
razão do desequilíbrio flagrante nas contas públicas.
Aliás, é preciso que se
diga que o próprio ex-presidente petista sempre entendeu - embora nunca tivesse
tido coragem política para implementar - sobre a necessidade da reforma da Previdência,
por achar que o brasileiro tinha adquirido maior expectativa de vida, o que deixaria
o sistema injusto e oneroso para o Estado.
Na atualidade, porém,
não constitui nenhuma novidade que o PT seja contra a reforma em apreço, por se
tratar de medida impopular e ser contra ela se harmoniza com o sentido de
recuperação da popularidade perdida nas urnas, com a surra que levou de
candidato que quase nem campanha pôde promover e ainda sob as piores acusações
sobre qualificações pessoais, ou seja, o que foi protagonizado pelo parlamentar
petista condiz fielmente com a atitude ética e moral típica do PT, quando já
foi demonstrado, no passado, estando na oposição, que ele consegue ser
contrário a tudo e a todos, mesmo que se trate de projeto em benefício do país
ou do povo, mas, ao contrário, quando ele esteve no poder, sempre prevalece a
sua verdade, ou seja, ninguém nunca fez nada melhor para o povo, mesmo que
nunca tivesse tido coragem nem disposição política para implementar reforma
significativa da estrutura do Estado e muito menos grandes obras capazes de
contribuir efetivamente para o desenvolvimento do Brasil.
Não há a menor dúvida
de que se trata de atitude bastante deplorável de político com a dimensão alcançada
pelo cacique-mor, que deveria procurar orientar a condução dos trabalhos parlamentares
dos integrantes do seu partido em estrito ambiente de alto nível, em clima de
respeito, harmonia e sabedoria, mesmo em demonstração de contrariedade aos
projetos governamentais, porque isso faz parte do jogo político, mas o baixo
nível somente demonstra sentimento muito ruim para a imagem não somente do
partido, mas sim do Parlamento.
É induvidoso que isso,
infelizmente, faça parte do jogo político-democrático, de se opor à reforma que,
no caso, tem por principal objetivo o equilíbrio das contas públicas e não
seria nada vergonhoso para o partido se manifestar contrariamente a tal
procedimento, mesmo porque no último governo era normal a existência dos rombos
nos orçamentos públicos, muito bem retratados pelas famosas “pedaladas fiscais”,
que ensejaram o afastamento da presidente da República, justamente em razão da
caracterização do crime de responsabilidade fiscal, previsto na Constituição
Federal, ou seja, o governo gastava mais do que se arrecadava, obrigando que
bancos oficiais antecipassem, com recursos próprios, o pagamentos de obrigações
da União.
À toda evidência, a
mensagem do político-mor não pode se harmonizar com os melhores princípios das
atividades políticas, por concordar com forma de grosseira para demonstrar que não
concorda com o projeto do governo, quando se ofende publicamente agente público
de relevância, ao denegrir, de maneira graciosa, a sua imagem, quando a
atividade parlamentar precisa seguir o rito, a liturgia do acatamento aos princípios
democrático e republicano de respeito à dignidade do ser humano, tendo-se em
conta que o sentimento da verdade se impõe por si só no âmbito do respeito mútuo
e tratamento cordial, mesmo para se expressar que não concorda com as medidas
cogitadas pelo governo.
É normal, se proceder
nos países sérios, civilizados e evoluídos, em termos legislativos, políticos e
democráticos, que o parlamentar ou partido ofereça, gentilmente, substitutivos
para os tópicos da reforma, naquilo que não se coaduna com a realidade dos
fatos ou da sua ideologia, em clara demonstração de maturidade sabedoria políticas
e em consonância com a inteligência própria das atividades legislativas.
É evidente que o líder-mor
petista se expõe publicamente, de forma nada dignificante, por que em apoio à atitude
visivelmente reprovável pela normal sensibilidade social, que prima por princípios
de elegância e respeito ao ser humano, porque ele sabe que seus seguidores, na
maioria, esperam que ele tenha condescendência com tudo aquilo que possa
atingir o governo, sem sequer imaginar que a reforma da Previdência tem apenas
a iniciativa dele, por força da obrigação executiva, mas a sua aprovação diz respeito aos interesses
nacionais, ou seja, aos brasileiros, que anseiam pela retomada do
desenvolvimento do Brasil, que certamente não será possível sem as reformas que
deixaram de ser implementadas no passado.
Em síntese, o
ex-presidente da República petista perdeu excelente oportunidade para
transmitir não somente aos integrantes de seu partido, mas aos brasileiros
importante lição de maturidade, sabedoria e dignidade político-democrática,
quando, mesmo concordando, porque isso ficou patente, com a atitude nada
condizente com o decoro político e social de afoito congressista, que, por
princípios, precisa respeitar a dignidade do ser humano, poderia, ao contrário
do que fez, apresentar escusas à sociedade, pelo ocorrido, e intenção de oferecimento
de sugestão de reforma da Previdência condizente com o pensamento ideológico do
partido, contendo os mesmos objetivos do governo de equilíbrio das contas
públicas, além de se comprometer a orientar seus correligionários a exercerem
seus mandatos em estrita observância aos princípios de civilidade e respeito à
dignidade humana.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília,
em 10 de abril de 2019
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