terça-feira, 26 de novembro de 2019

À falta do verdadeiro estadista


Circula mensagem, nas redes sociais, afirmando que o ex-presidente da República petista teria criado, no seu governo, os programas ProUne, SAMU, Bolsa Família, cotas sociais, Enem, FIES, PAC, Fome Zero, Minha casa, minha vida, Luz para todos, PETI, Brasil Alfabetizado, UPA e Primeiro Emprego.
Logo abaixo do aludido texto, vem a seguinte frase: “A regra é clara. Pessoa inteligente vota em Lula. Falar mal deste homem é fácil, difícil é fazer melhor do que ele.”.
          Um atento e cuidadoso internauta, alegando que fez pesquisa sobre os temas acima, descobriu a seguinte verdade: a) o Fies foi aproveitado do programa de financiamento estudantil por nome de crédito educativo, criado no regime militar e remodelado pelo presidente tucano e novamente remodelado pelo petista; b) o Bolsa Família apenas foi mudado de nome pelo governo petista, porque lei de julho de 2001 unificou os programas da época, como Bolsa Educação, Bolsa Alimentação, Vale Gás, mas o petista passou a ideia de que ele o havia criado, sem citar que esses programas assistenciais eram criticados por ele, antes do seu governo, como sendo programas eleitoreiros, como forma de assistencialismo com viés para se angariar votos das classes menos favorecidas; c) o Luz para todos também não foi criado pelo petista, que somente mudou o nome do programa criado pelo governo tucano, chamado de Luz no Campo; d) o governo petista não criou 16 universidades, mas sim apenas 4 e trocou o nome de outras 2, a exemplo da Escola de Farmácia de Odontologia de Alfenas, que passou a ser chamada Universidade Federal de Alfenas; e) de acordo com o IPEA, o governo petista não teria tirado 36 milhões de pessoas da miséria, porque o número de pessoas que viviam na pobreza extrema vinha caindo bem antes do governo dele, quando o número correto de pessoas na miséria era 14 milhões, em 2002, que caiu, em 2012, para 6 milhões.
Quem quiser duvidar ou contestar a verdade ou questionar os fatos pertinentes a ela, basta pesquisar para conhecê-la, porque é preciso que parem com enganações e manipulações sobre a verdade dos fatos, que se assentam em tentativa de iludir as pessoas ingênuas e desinformadas, que não merecem viver nesse cruel mundo de mentiras sobre mentiras, como se isso contribuísse para aumentar a credibilidade de político que se autodestruiu com a institucionalização de esquemas criminosos de corrupção e terminou sendo tragado pelas gigantescas ondas das propinas vindas de várias empreiteiras, conforme a confirmação do resultado ultrajante das investigações levadas a efeito pela Operação Lava-Jato, à vista de duas condenações à prisão, demandadas pela Justiça, exatamente ante às insatisfatórias defesas por ele apresentadas.
O que leva essas pessoas, nitidamente fanatizadas, enaltecerem algumas qualidades do governo petista, que realmente beneficiaram brasileiros, mas apenas deveriam ser feitas no âmbito do governo que foi eleito exatamente para realizar algo de bom e útil, em termos sociais, mas se acovardam em acobertar a sujeira desse mesmo governo, que instituiu poderosos esquemas de corrupção para desviar dinheiros públicos para projetos políticos e outras finalidades ilícitas?
O que se passa na cabeça dessas pessoas que preferem se autoiludirem e o pior é que muitas delas são criaturas normais, instruídas e absolutamente cônscias, que demonstram saber perfeitamente o que seja correto, em benefício do próprio ego, mas fecha os olhos para aquilo que é errado, igualmente para satisfazer talvez sentimento ideológico, que parece ser muito mais valioso para os seus princípios humanitários, quando tudo isso não passa de depravação da própria consciência como gente, porque não custava entender que desmoralização de conduta não combina com princípios éticos, que são próprios do ser humano?     
Enfim, resta aplaudir a oportuna e lúcida explanação feita por esse atento internauta, que presta importante contribuição à inconteste verdade sobre os fatos da vida, ao mostrar vários equívocos de quem somente quer enxergar o que seria o lado bom da vida, mostrando algo que nem teria sido da lavra do governo petista, mas, por outro lado, é deixado  de ser citado, de propósito, a parte podre, trágica e perversa da história negra e nefasta do Brasil, representada pelos abomináveis escândalos do mensalão e do petrolão, ocorridos justamente no governo considerado extraordinário por essa gente.
Há brasileiros que somente vêm aquilo que lhes interessa, enquanto os fato maléficos não passam de tentativa de se prejudicar pessoa que só teria feito algo de bom na sua estreita visão de considerar algumas realizações que não passam de mera obrigação governamental, não sopesando, em contrapartida, os seus defeitos, porque isso não interessa a nenhum projeto político, em razão de atrapalhar, em muito, os objetivos inerentes à reconquista do poder.
          Não se pode negar que o ex-presidente petista teria feito governo dedicado, como prioridade, para a área social, porque esse fato é inegável, embora nada de excepcional da normalidade administrativa inerente ao governo em si.
Agora, também é fato indiscutível que o objetivo primordial do petista foi justamente dominar as classes política e social, com seus programas assistencialistas e compra da consciência de parlamentares, com prioridade nas áreas social e política e isso é mais do que evidente, só não ver quem é cego pelos efeitos nefastos da pura ideologia, que não permite enxergar nada diferente disso, tanto que o seu único plano de governo era a manutenção no poder e ninguém com essa cegueira ideológica consegue ver dessa maneira.
Falam-se muito nos feitos sociais do petista, também esquecendo que somente as questões sociais foram realizadas com prioridade no seu governo, ficando relegados, de forma estratégica, outros importantes programas, em especial os que se referem às reformas das estruturas do Estado, que funcionavam em completo estado de obsolescência, a ponto de se permitir a existência, em pleno século XXI, do precário, arcaico e prejudicial fisiologismo, que tinha por fundamento a partilha ou o loteamento da administração pública entre os partidos aliados na famigerada coalizão de governabilidade.
Na prática, essa distribuição de órgãos e entidades era o mesmo que entregá-los, de porteira fecha, aos verdadeiros donos dos respectivos ministérios e empresas estatais, onde prevalecia o seu aparelhamento com seus grupos políticos, de modo a que se praticavam apenas políticas do interesse das agremiações, em dissonância com as reais causas nacionais e dos brasileiros, permitindo que houvesse a pior prestação dos serviços públicos à população da competência constitucional do Estado, mas, repita-se, a cegueira ideológica não permitia se enxergar absolutamente nada disso.
Importa lembrar, para quem tanto exalta os feitos do petista, em especial na área social, que nenhum governo, por mais medíocre que seja, precisa fazer alguma obra ou serviço em benefício da sociedade, o que vale dizer que o pouco ou o muito que for feito por ele estava perfeitamente dentro da sua obrigação de governar o país, com competência, eficiência e responsabilidade, tendo o dever de gerar resultados sociais e outros em prol da população, à vista da existência de recursos públicos disponíveis em orçamentos que precisam ter destinação e, no caso do petista, ele achou por bem estabelecer prioridades nas áreas sociais, exatamente em consonância com seus objetivos de conquistar a simpatia do eleitorado e, de certa forma, conseguiu o seu intento, precisamente fazendo uso de recursos públicos, sem que as pessoas menos informadas e capazes de perceber o pulo do gato, no que diz respeito aos seus reais objetivos políticos.
Fato é que, em determinada região do Brasil, esse fenômeno prevaleceu com muito mais potencialidade, por ter sido gasto muito mais recursos no programa Bolsa Família, cuja população entendeu exatamente na forma preconizada pelo esperto político, que soube explorar a fraqueza da população carente de assistência do Estado e não de governo, mas isso foi transformado em viés eleitoreiro, conforme mostram os resultados das eleições presidenciais, em que determinado partido tem a preferência do eleitorado, a despeito de que o atual governo, que é declaradamente de direita, mantém em plena atividade o referido programa e ainda concedeu o 13º salário sobre ele, algo que os governos petistas nem cogitaram, por tanto tempo de gestão, mas a atual administração, com menos de um ano na chefia do país, cuidou de melhorar esse benefício, o que vale dizer que qualquer governo, por mais incompetente que seja, jamais pode deixar de pagar o Bolsa Família, por se tratar de assistência às famílias carentes de assistência financeira do Estado.
          Essa é verdade incontestável, o que se lamenta, diante da potencialização do Bolsa Família, por determinado partido, que há região do Brasil onde não se acredita que o “todo-poderoso” teria se envolvido com os escândalos referentes aos famigerados mensalão e petrolão, onde ficaram comprovadas, por meio de investigações e julgamentos pela Justiça, as maiores roubalheiras a cofres públicos da história da Republica brasileira, tendo como epicentro exatamente o governo do petista, que não teve a dignidade para assumir as ladroagens e ainda tenta induzir a população fanatizada a acreditar que tudo não passa de obras criadas precisamente para destruir a reputação e a imagem do homem público mais “honesto” e “inocente” da face da Terra.
Na prática, as paixões, talvez por motivo ideológico, conseguem levar as pessoas a acreditar que político da estirpe do petista jamais teria condições de se envolver com falcatruas referentes a desvio de dinheiros públicos, entre outras ilicitudes, como o financiamento de campanhas eleitorais milionárias que foram mantidas com dinheiro sujo e, por isso mesmo, irregulares diante do uso indevido de recursos arrecadados por meios estranhos à legalidade, ou seja, com a intercessão do caixa 2, que é ilegal e imoral.
É evidente que nada disso tem sido levando em consideração pelos apaixonados e fanáticos da ideologia da esquerda, diante da costumeira cegueira, que dificulta vislumbrar a verdade sobre os fatos, preferindo elogiar as ações que são muito condizentes com os atos considerados extraordinários, quando, em resumo, eles não passaram de mera obrigação de governante, que seriam feitos por qualquer um, mesmo que não se mostrasse com tanta ambição e sede ao poder.
Ou seja, o que o governo petista não pode é ser considerado, em absoluto, nada acima da normalidade, principalmente porque a sua façanha com prioridade ao social, que é importante, só contribuiu para dificultar a realização das grandes obras de impacto, que deixaram de ser construídas, salvo a iniciativa da transposição das águas do Rio São Francisco para o Nordeste, que continuam em execução, depois de mais de dez anos do seu início, com garantia de conclusão em dois anos, além de já terem sido gastos mais de dez bilhões, quando a previsão inicial era de dois bilhões, para obra de valia apenas parcial e de saneamento paliativa, por não resolver, por completo, a desgraça da seca do Nordeste.
No mais, como já foi dito, a administração pública, no governo petista foi exemplo de precariedade, porque sempre resistiu às reformas estruturais necessárias, do próprio Estado, além da previdenciária, administrativa, trabalhista, tributária, política, eleitoral, judiciária, entre outras que eram essenciais ao desenvolvimento socioeconômico do Brasil, mas jamais sequer esboçadas como viáveis naquela gestão.
Diante desses fatos da vida, da veneração enlouquecida e injustificável a homem público que nada fez, em substancial, no seu governo, senão em cumprir o seu dever como legítimo gestor público, que também não fez nenhuma obra pública de impacto, para marcar o seu governo, nem teve coragem para promover reformas estruturais do Estado, a despeito da sua decadência de funcionabilidade, e o que ele fez, nada de anormal, para ficar sendo lembrado e exaltado, para o resto da vida, sob a alegação de que “(...) difícil é fazer melhor do que ele”, como se realmente houvesse algo a justificar isso, é muito fácil de se acreditar o tanto que faz falta, no Brasil, homem público com real capacidade administrativa, em termos de competência, eficiência e responsabilidade.
Da mesma forma, com base também nesses mesmos componentes, é fácil de se intuir que muitas pessoas têm enorme dificuldade para se perceber que o homem público, diante das exigências sobre a observância dos saudáveis princípios da moralidade, dignidade, honestidade, entre outros, não pode se envolver com suspeitas de atos irregulares, sob pena de ser banido das atividades públicas, enquanto houver a sua implicação perante a Justiça, não sendo razoável que ele seja ou pretenda ser representante do povo, porque o exercício dessa atividade pende da imaculabilidade, que é própria dos verdadeiros homens públicos.
Nesse caso, pouco importa qual tenha sido o nível ou a excepcionalidade da sua gestão, porque é certo que ninguém pode exercer atividade política estando respondendo a processos na Justiça, como réu, nem já ter sido condenado à prisão, pela prática de atos desabonadores da moralidade, porque isso significa desvio de conduta caracterizado como incurso na Lei da Ficha Limpa, que tem o sinete da maculabilidade que destoa dos princípios republicano e democrático, em contrariedade à regularidade pretendida na vida pública.
Urge que as pessoas se conscientizem de que os homens públicos precisam se desligar das atividades políticas enquanto estiveram implicados com a Justiça, quer respondendo a ação penal, quer já tendo sido condenado à prisão, por força da constatação de desvio de conduta, devendo somente voltar à vida pública depois de comprovar, em definitivo, a sua inocência com relação aos fatos denunciados, porque é exatamente assim que se procede nos países com o mínimo de civilidade e dignidade do seu povo, que bane com veemente desprezo as pessoas que se tornam indignas de representar a sociedade honesta.
Nesse particular, alguns brasileiros ainda se encontram na idade do paleolítico, por demonstrarem prestígio a políticos decadentes, em termos de moralidade, como se isso não fosse também clara evidência de igual forma de indignidade e insensibilidade por parte de quem oferece apoio aos atos dos fora da lei, dos fichas sujas, exatamente por se tornarem cúmplices com os atos deles.
No caso do petista, há de se ressaltar que, por força da condenação à prisão, na segunda instância, ele perdeu os direitos políticos, por oito anos, estando em pleno vigor tal medida, o que vale dizer que ele devia se dignar a se afastar das atividades políticas, o que já teria sido feito compulsoriamente se houvesse seriedade no cumprimento das penas no país tupiniquim, porque, nessas condições, o condenado não pode se envolver em atos de cunho político, já que seus direitos políticos estão cassados, o que significa mais uma cumplicidade por parte daqueles que o apoiam em atividades visivelmente ilícitas.
É preciso que as pessoas de bem, que conhecem os reais princípios da integridade moral, não se deixem influenciar, à luz do sentimento ideológico, que precisa ser preservado, a despeito do desvio de conduta de quem quer que seja, para se solidarizar com condenado pela Justiça, enquanto não houver o definitivo saneamento da sua situação, porque a questão da moralidade está acima do sentimento da simpatia política, por se tratar de princípios e conduta de retilineidade de caráter que precisa imperar na vida pública.        
É simplesmente lamentável que ainda tenha gente que somente consegue enxergar um punhado de ações que resultaram em apenas algo estratégica sem muita expressão, porque nenhum governante é eleito para não fazer absolutamente nada, diante dos recursos que são colocados à sua disposição, mas é preciso bater palmas para aqueles que realmente se preocupam com as políticas pluralistas, com abrangência em todos os interesses e as áreas da nacionalidade, de modo que possa haver desenvolvimento integrado, em termos macros, sem precisar de reconhecimento algum, porque qualquer governo precisa trabalhar sim em benefício dos brasileiros, sem fanatismo nem paixão, procurando apenas cumprir o seu dever como estadista.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 26 de novembro de 201

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