Com
a soltura do principal político do PT, a verdadeira polarização ganha de vez
contorno de guerra nas ruas do país, com a reafirmação da decisão de luta por
parte da oposição ao governo, que alimenta o íntimo belicista do irascível presidente
brasileiro, que é convencido sobre a imperante necessidade da tática segundo a
qual o país precisa se manter em permanentes conflitos.
Ao
contrário que se poderia imaginar, no fundo, o presidente demonstra ter gostado
da soltura do petista, por não ter se manifestado, em pronunciamento, nem contra
ou a favor dela, tendo ficado indiferente aos acontecimentos, em que pese o
notório incômodo evidenciado com a revolta que isso gerou, em especial, entre
os seus apoiadores.
Por
sua vez, o presidente também não pretende se indispor com os ministros do Supremo
Tribunal Federal, à vista da visível receptividade deles aos seus interesses, em
especial no que tange ao envolvimento de familiares, no mais indigno compartilhamento
de táticas conjuntas destinadas a frearem as investigações da Lava-Jato em
direção a filhos dele implicados na Justiça.
O
gosto pela polarização ganha destaque porque o presidente, nem bem sentou com
firmeza na principal cadeira do país, já se apaixonou de vez pelo poder, diante
da influência e das prerrogativas oferecidas pelo cargo presidencial, tendo,
muito rapidinho, com menos de um ano de governo, declarado que pretende prorrogação
à sua frente, o que não seria diferente, a exemplo de todos os que já passaram
por momento idêntico.
Os
antecessores dele no cargo fizeram exatamente o mesmo, seguindo script
análogo e o resultado é que o Brasil não consegue sair das graves crises, que têm
contribuído para o emperramento e a dificuldade na retomada do crescimento
socioeconômico.
O
arquirrival do presidente, a despeito de ter feito governo sempre lembrado,
teve a infelicidade de ter criado a sua complicada teia de influência, em
especial com o aparelhamento do Estado, tendo culminado com o patrocínio dos
famigerados mensalão e petrolão, de drástica memória para os brasileiros
honrados.
O
atual governo também tem procurado, à sua
maneira, aparelhar a estrutura do poder, com a infiltração de seus prediletos
afilhados na administração pública, mas com detalhe maquiavélico, em que tem
sido comum aqueles que contrariarem os interesses do governo são imediatamente
jogados para fora do barco, a toque de caixa e aos gritos, não importando se
eles estejam cumprindo estritamente seu trabalho institucional, a exemplo do
que ocorreu com os presidentes do INPE, Coaf, IBGE e ANCINE, que foram exonerados, despachados dos cargos
tão somente por terem informado, no exercício de suas atribuições, números e elementos
verdadeiros, cujos atos contrariaram o mandatário.
À
toda evidência, o Brasil está, irremediavelmente, sob o signo da extrema polarização,
cujas ideias vão prevalecer doravante, exclusivamente para atender às vontades
dos dois principais caciques da direita e da esquerda, que estão preocupados apenas
com as benesses advindas do poder.
Quem
está no poder tem muito mais elementos para manobras e deverá protagonizar diabruras
para não entregar o governo à esquerda e ainda se manter nele, se possível até perpetuamente,
como era o indiscutível sonho dos petistas.
Não
será surpresa se, nessa guerra, houver o uso descontrolado de estratagemas via
difamação de adversários, rede ilegal de produção de desinformações de ambas as
partes, para potencializar, de forma enérgica, a destruição de adversários, com
a fartura de ameaças de toda ordem, tudo em defesa do fantástico projeto de
dominação arquitetado por ambos líderes, que haverá de vencer aquele que
mostrar mais habilidade no campo da promiscuidade política, porque nessa guerra
suja, normalmente ganha quem tiver maior cacife e poder de convencimento da população
com as suas maquiavélicas maldades, prontas para o ataque e a destruição, sem o
menor escrúpulo quanto aos interesses nacionais.
Não
se pode esperar tempos desanuviados, quando as perspectivas são as piores possíveis,
diante da formalização oficial da polarização, com a tendência da exaltação dos
ânimos, protagonizada por duas figuras que não têm o menor pudor em destruir a
capacidade intuitiva e pacífica dos brasileiros, com as suas mirabolantes
intenções voltadas com exclusividade para seus projetos de poder.
Não
há a menor dúvida de que os dois políticos têm olhos vidrados na concretude de
seus únicos projetos políticos e ambos contam com seus seguidores, que são
fiéis às suas ideias, sendo incapazes de enxergar algo diferente, mesmo que seja
em benefício dos interesses do Brasil e dos brasileiros.
Com
o objetivo de conquistar seguidores, em irregular e notória antecipação da campanha
eleitoral, ainda tão distante, os dois políticos se enveredam em trapalhadas nada
republicanas, contrárias ao que deveriam ser compromisso sério com vistas à solução
dos graves problemas nacionais, mas os fatos mostram que as suas preocupações dizem
respeito a objetivos voltados para o mando e o poder, nada importando que o
Brasil fique exposto ao caos e à desordem, em razão do radicalismo extremo, insensato
e antidemocrático que ambos alimentam como propósito político.
A
princípio, o presidente se apresentou a seus eleitores com a meta de limpar a
sujeira da administração do Brasil, acabando com a desgraça das práticas
imorais e dos desvios endêmicos e sistemáticos de recursos públicos, a
politicagem paroquiana, para o restabelecimento dos valores morais, com enfoque
também para a dignidade dos padrões da família, a qual ainda se mostra
embrionária, mas com perspectiva de dias melhores, a despeito de pequenos
deslizes aqui e acolá, em defesa de interesses de filhos.
Por
seu turno, o seu oposto, se intitulava, ao meio de verdadeiro mantra, a pessoa
mais inocente do planeta, se equiparando, sem modéstia, somente ao Mestre Jesus
Cristo e que ele teria sido, nas suas palavras, convertido em uma ideia, o
próprio Deus do Olimpo político para seus seguidores, que o idolatram incondicionalmente,
a despeito de ter sido condenado a prisão em dois processos, considerado, pelo
Ministério Público, formador de quadrilha, recebedor de propinas em série, além
de ainda responder, como réu, a mais seis processos na Justiça, sendo
colecionador de invejável e extensa folha corrida, enquadrado, como tal, na Lei
da Ficha Limpa e ainda com direitos políticos suspensos, por oito anos, contar
da decisão da segunda instância.
À
toda evidência, trata-se de político completamente implicado com fatos e
denúncias nitidamente incompatíveis com as atividades públicas e políticas, por
exigirem conduta ilibada e imaculabilidade, ou seja, sem qualquer denúncia ou
ação em tramitação na Justiça, o que não é o caso dele, que está solto, mas não
livre.
Enfim,
não resta mais a menor dúvida de que, o destino do Brasil está lançado e não
consegue mais escapar das mãos e das cabeças de dois astutos e experientes
políticos, que têm muita capacidade para tratar de manipulações, astúcias e
retóricas de toda ordem, com capacidade para transformar o jogo político em
verdadeira guerra, onde certamente não haverá vencedor, mas sim perdedor declarado
desde logo: o Brasil.
Fora
de dúvidas, compete aos brasileiros sensatos o despertar, em termos se sentimentos
cívicos, ao meio dessa programada guerra política, que só acaba de começar,
para o fim de, acordados e lúcidos, terem condições de apelar para o bom senso
e seguir os rumos do equilíbrio e da serenidade, evitando o terrível desatinado
radicalismo, que só leva às incertezas e à confusão, fato este que sinaliza
para o afastamento do povo do extremismo, de modo que medida nesse sentido
somente contribuirá para a construção do bem do Brasil e dos brasileiros.
Induvidosamente,
o cenário político que acaba de ser armado tem os ingredientes para o
desenrolar de intensa guerra, que só começou entre o bolsonarismo versus o
lulismo, cujo caldo ideológico tem tudo para engrossar daqui em diante, à vista
da disposição de dois políticos absolutamente desatinados e inconsequentes, que
certamente hão de oferecer momentos angustiantes para os brasileiros, porque
esse conflito, por certo, não resultará em nada proveitoso, não importando o
lado que pender a vitória, porque os interesses do Brasil serão fragorosamente
derrotados, ante o protagonismo de terrível e temerosa polarização.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília, em 18 de novembro de 2019
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