Mais
um trágico e doloroso acidente ocorreu, no último sábado, à noite, na saída da rodovia
estadual PB-391, que liga Uiraúna à cidade de Sousa, no Alto Sertão da Paraíba.
Segundo
relatos, o homem acidentado e morto, de apenas 39 anos, pilotava sua
motocicleta pela rodovia, onde veio a colidir contra uma vaca, logo na saída de
em Uiraúna.
Imediatamente,
ele foi socorrido por equipe da SAMU, mas logo foi constatado, ainda no local,
que o motociclista já se encontrava sem vida.
Há
pouco mais de um mês, houve situação semelhante a essa, onde um rapaz com quase
a mesma idade, ainda na florescência da vida, no melhor da sua idade, também
teve abreviada a sua saudável vida, por mera casualidade, quando colidiu sua
motocicleta também contra uma vaca, uma dessas que costumam matar impunemente
as pessoas trabalhadoras e indefesas, que andam correndo o risco de vida, de
maneira absolutamente graciosa.
Não
há menor dúvida de que essa omissão das autoridades públicas já passou dos
limites, quando os fatos trágicos se sucedem normalmente, um atrás do outro, e
nenhuma providência efetiva é tomada por elas, principalmente por quem tem a
incumbência institucional para fiscalizar e controlar o sistema de tráfego de veículos
na região ou até mesmo pelas autoridades do Município de Uiraúna, que se
mostram completamente insensíveis a essa terrível e monstruosa situação de
calamidade pública, que tem levado à morte de pessoas amadas e ao sofrimento de
familiares e amigos das vítimas.
É
muito difícil se acreditar que não tenha ninguém capaz de se sensibilizar com
essa terrível situação de claro descaso à vida de pessoas, que são tratadas
como se tragédia dessa natureza fosse normal, sendo mera obra do acaso, quando
há sim culpa em potencial nesse absurdo que é, repita-se, de autoridade ou autoridades
que têm a incumbência de cuidar diretamente das estradas federais, estaduais e
municipais, conforme o caso, que não podem simplesmente lavar as mãos diante de
problema das maiores seriedade, gravidade e responsabilidade públicas.
Nessa
situação de extrema gravidade, imagine-se que não existisse ninguém com a
incumbência institucional para cuidar do assunto, então sempre compete às demais
autoridades municipais apelarem para quem de direito, com vistas à urgente busca
de providências capazes de obrigar os proprietários de animais domesticados,
como bovinos, equinos, caprinos etc., a prenderem seus animais, com o que
certamente evitar-se-iam ou se minimizariam os graves acidentes ocorridos entre
veículos automotores e animais, que normalmente vêm resultando em fins
monstruosos, com a perda de importantes vidas humanas, que poderiam, por certo,
ser preservadas se houvesse interesse das autoridades públicas com o mínimo de
preocupação com os sentimentos de quem pena e sofre quando é atingido
diretamente com a fatalidade que pode sim ser perfeitamente evitada, diante da
plausibilidade da adoção de medidas cautelares, principalmente com o
estabelecimento de obrigação de se manterem presos em cercados os animais de
criação.
Bem
recentemente já escrevi duas crônicas tratando de drástico tema análogo,
mostrando, com muita constrição no coração, o tranquilo e inadmissível conformismo
das autoridades públicos diante de situação alarmante, mas, infelizmente, depois
disso, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, com os animais soltos
nas estradas, a qualquer hora, a vagar durante o dia ou a noite, a contribuírem
para o aumento das estatísticas de mortes de pessoas indefesas, que não podem
deixar de se locomoverem, mesmo correndo o risco de serem apanhadas pela
traulitada do acidente, normalmente com consequências traumáticas e dolorosas,
tanto para a vítima como os familiares e amigos.
O
mais absurdo e grave desse infortúnio é que, ao que tudo indica, fica tudo por
isso mesmo depois do trágico ocorrido, como se nada tivesse acontecido e os
envolvidos culpados e omissos continuam absolutamente impunes, quando já passou
do tempo da exigência da aplicação de severas punições àqueles que continuam contribuindo, dolosa ou culposamente, por que
essa forma de tragédia que se repete com a tranquilidade placitada pela insensibilidade
dos culpados e omissos, com a mutilação de corpos e perda de vidas de pessoas
importantes, normalmente na melhor fase de suas existências, conforme mostraram
os dois últimos casos de acidentes semelhantes.
Convém
que, diante da indiscutível evidência de omissão e passividade das autoridades
públicas federais, incluído o Ministério Público (federal ou estadual, conforme
o caso), estadual e municipal, com competência para tratar dessa lastimável
tragédia social, que a população de Uiraúna, atenta às suas obrigações cívica e
humana, se mobilize em reivindicação às autoridades competentes, no sentido de
se buscar a imediata solução para a insegurança nas estradas da região, de modo
que os animais possam ficar presos em cercado, sob pena da aplicação de duras
penalidades, como o recolhimento compulsório dos animais nas proximidade das
estradas e lavratura de pesadas multas, além do alerta de que os proprietários
dos animais que se envolverem em acidentes graves, com danos corporais e perdas
de vida humana, ficam passíveis de arcar com o ônus de indenizações, pensões e
outras reparações de danos, na forma da lei.
Brasil:
apenas o ame!
Brasília, em 11 de novembro de 2019
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