segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Visível descaso à vida


Mais um trágico e doloroso acidente ocorreu, no último sábado, à noite, na saída da rodovia estadual PB-391, que liga Uiraúna à cidade de Sousa, no Alto Sertão da Paraíba.
Segundo relatos, o homem acidentado e morto, de apenas 39 anos, pilotava sua motocicleta pela rodovia, onde veio a colidir contra uma vaca, logo na saída de em Uiraúna.
Imediatamente, ele foi socorrido por equipe da SAMU, mas logo foi constatado, ainda no local, que o motociclista já se encontrava sem vida.
Há pouco mais de um mês, houve situação semelhante a essa, onde um rapaz com quase a mesma idade, ainda na florescência da vida, no melhor da sua idade, também teve abreviada a sua saudável vida, por mera casualidade, quando colidiu sua motocicleta também contra uma vaca, uma dessas que costumam matar impunemente as pessoas trabalhadoras e indefesas, que andam correndo o risco de vida, de maneira absolutamente graciosa.
Não há menor dúvida de que essa omissão das autoridades públicas já passou dos limites, quando os fatos trágicos se sucedem normalmente, um atrás do outro, e nenhuma providência efetiva é tomada por elas, principalmente por quem tem a incumbência institucional para fiscalizar e controlar o sistema de tráfego de veículos na região ou até mesmo pelas autoridades do Município de Uiraúna, que se mostram completamente insensíveis a essa terrível e monstruosa situação de calamidade pública, que tem levado à morte de pessoas amadas e ao sofrimento de familiares e amigos das vítimas.
          É muito difícil se acreditar que não tenha ninguém capaz de se sensibilizar com essa terrível situação de claro descaso à vida de pessoas, que são tratadas como se tragédia dessa natureza fosse normal, sendo mera obra do acaso, quando há sim culpa em potencial nesse absurdo que é, repita-se, de autoridade ou autoridades que têm a incumbência de cuidar diretamente das estradas federais, estaduais e municipais, conforme o caso, que não podem simplesmente lavar as mãos diante de problema das maiores seriedade, gravidade e responsabilidade públicas.
Nessa situação de extrema gravidade, imagine-se que não existisse ninguém com a incumbência institucional para cuidar do assunto, então sempre compete às demais autoridades municipais apelarem para quem de direito, com vistas à urgente busca de providências capazes de obrigar os proprietários de animais domesticados, como bovinos, equinos, caprinos etc., a prenderem seus animais, com o que certamente evitar-se-iam ou se minimizariam os graves acidentes ocorridos entre veículos automotores e animais, que normalmente vêm resultando em fins monstruosos, com a perda de importantes vidas humanas, que poderiam, por certo, ser preservadas se houvesse interesse das autoridades públicas com o mínimo de preocupação com os sentimentos de quem pena e sofre quando é atingido diretamente com a fatalidade que pode sim ser perfeitamente evitada, diante da plausibilidade da adoção de medidas cautelares, principalmente com o estabelecimento de obrigação de se manterem presos em cercados os animais de criação.
Bem recentemente já escrevi duas crônicas tratando de drástico tema análogo, mostrando, com muita constrição no coração, o tranquilo e inadmissível conformismo das autoridades públicos diante de situação alarmante, mas, infelizmente, depois disso, tudo continua como dantes no quartel de Abrantes, com os animais soltos nas estradas, a qualquer hora, a vagar durante o dia ou a noite, a contribuírem para o aumento das estatísticas de mortes de pessoas indefesas, que não podem deixar de se locomoverem, mesmo correndo o risco de serem apanhadas pela traulitada do acidente, normalmente com consequências traumáticas e dolorosas, tanto para a vítima como os familiares e amigos.
O mais absurdo e grave desse infortúnio é que, ao que tudo indica, fica tudo por isso mesmo depois do trágico ocorrido, como se nada tivesse acontecido e os envolvidos culpados e omissos continuam absolutamente impunes, quando já passou do tempo da exigência da aplicação de severas punições àqueles que continuam  contribuindo, dolosa ou culposamente, por que essa forma de tragédia que se repete com a tranquilidade placitada pela insensibilidade dos culpados e omissos, com a mutilação de corpos e perda de vidas de pessoas importantes, normalmente na melhor fase de suas existências, conforme mostraram os dois últimos casos de acidentes semelhantes.
Convém que, diante da indiscutível evidência de omissão e passividade das autoridades públicas federais, incluído o Ministério Público (federal ou estadual, conforme o caso), estadual e municipal, com competência para tratar dessa lastimável tragédia social, que a população de Uiraúna, atenta às suas obrigações cívica e humana, se mobilize em reivindicação às autoridades competentes, no sentido de se buscar a imediata solução para a insegurança nas estradas da região, de modo que os animais possam ficar presos em cercado, sob pena da aplicação de duras penalidades, como o recolhimento compulsório dos animais nas proximidade das estradas e lavratura de pesadas multas, além do alerta de que os proprietários dos animais que se envolverem em acidentes graves, com danos corporais e perdas de vida humana, ficam passíveis de arcar com o ônus de indenizações, pensões e outras reparações de danos, na forma da lei.
Brasil: apenas o ame!
Brasília, em 11 de novembro de 2019

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