De
acordo com minucioso levantamento realizado pelo Comprova, não é verdadeira a
informação que circula nas redes sociais, dando conta de que a vacina CoronaVac,
aplicada contra a Covid-19, tenha provocado a morte do pai do autor da
publicação, que tinha 76 anos e morava na cidade de Guaratinguetá, São Paulo.
Segundo
a certidão de óbito do idoso, a morte dele foi por decorrência de choque
séptico, com suspeita de Covid-19.
O
órgão de saúde pública do município confirmou as precisas datas de vacinação e
falecimento do idoso.
A
relação do óbito com a vacina foi descartada pela administração municipal, após
os exames de diagnóstico terem confirmado que o idoso apresentava quadro de
infecção da Covid-19, no dia anterior ao do óbito, posteriormente à vacina, a se
confirmar que a CoronaVac é imunizante produzido com vírus inativado, que não tem
poder para desencadear doença e causar morte.
Apuração
junto à prefeitura de Guaratinguetá indicou que houve surto de infecção pela
Covid na casa de repouso Lar dos Velhinhos São Francisco de Assis, onde o idoso
morava.
Com
o diagnóstico da Covid-19 confirmado, a prefeitura descartou as hipóteses de evento
adverso da vacina, "pois caso fosse reação vacinal não haveria presença
de vírus na amostra coletada, uma vez que a vacina CoronaVac é inativada e não
pode causar a doença".
Um
virologista da Universidade Federal de Minas Gerais confirmou que o exame
positivo de Covid-19 do idoso de fato exclui a possibilidade de efeitos
adversos da vacina.
À
equipe do Comprova, um virologista do Centro de Tecnologia de Vacinas da UFMG
afirmou que a nota da prefeitura é bastante precisa, porque “ela explica que
o teste RT-PCR detecta o RNA do vírus na amostra do paciente, mas o vírus
inativo aplicado na vacina não contém o RNA viral. Dessa forma, a inoculação do
imunizante não permitiria ao exame detectar o material do coronavírus.”.
O
virologista também fez questão de esclarecer que somente a primeira dose da vacina
ainda não é suficiente para conferir imunidade, tendo lembrado que, após
vacinadas, as pessoas ainda precisam manter a "guarda elevada contra o
vírus e seguir regras de prevenção, como o uso de máscaras e a prática do
distanciamento social.”.
Por
sua vez, o site do Instituto Butantan também alerta que, mesmo após a segunda
aplicação, a imunidade contra o novo coronavírus não é desencadeada
imediatamente, tendo esclarecido que, "Caso uma pessoa tenha covid-19
logo após se imunizar, isso não significa que a vacina não funcionou, mas que
seu o sistema imunológico ainda não teve tempo para criar a resposta imune".
A
página do Butantan reafirma a necessidade de se manterem as importantes medidas
de segurança, como o uso de máscara e a higienização constante das mãos.
Diante
da importância acerca dos casos envolvendo a aplicação, tem sido muito comum a frequência
de desinformação, recheada de notícia sem fundamentação científica, mas tendo
por base meras ilações, como nesse caso, em que o filho concluiu, de imediato,
que o pai teria morrido por causa da vacina, quando ele foi infectado juntamente
com outras pessoas, no local onde morava, uma casa de repouso de velhinhos.
As
pessoas aproveitam a fase aguda de imunização justamente para pôr em dúvida a eficácia
da vacina e qualquer situação serve de motivação para se tentar o torpedeamento
das medidas necessárias e importantes no combate à Covid-19, fatos estes que põem
em dúvida o verdadeiro objetivo da vacina, que é imunizar a população e salvar
vidas.
Nessa
mesma linha de possível desinformação, circulou vídeo nas redes sociais, em que
um sobrinho denunciava que sua tia havia morrido por causa da vacina, inclusive
sob a afirmação de que ela gozava de plena saúde, mas eu me coloquei em defesa
da vacina, exatamente por ter conhecimento de fato acontecido depois da aplicação
do imunizante em uma amiga minha.
Pois
bem, ela tomou a vacina e tempos depois, o suficiente para chegar em casa, ela
sentiu forte dor de cabeça, intensa febre, com suadeira, e fechamento da
garganta, fatos estes que recomendavam a procura de hospital, mas ela teve a
ideia de tomar analgésico e os sintomas foram sedando progressivamente e só
ficou boa de tudo nos dois dias seguintes.
Em conversa com uma enfermeira, ela disse que
fazia tratamento da tireoide e a profissional concluiu que isso pode ter tido influência
na violenta reação da vacina no organismo dela.
O
Comprova esclarece que já conseguiu desmontar boato enganoso que usava vídeo de
2018, para afirmar que idosa teria morrido após tomar vacina e afirmação de que
a imunogenicidade da CoronaVac apresentava riscos à saúde de pacientes, além de
ter desvendado mensagem enganosa repercutida por um assessor da Presidência da
República, com informações incorretas sobre a eficácia do imunizante.
Enfim,
convém que as pessoas não se deixem levar por notícias veiculadas nas redes
sociais, contendo informação relacionada com a vacina, quando a base do seu conteúdo
pode estar usando dados imprecisos e distorcidos da realidade, com a finalidade
de confundir ou até mesmo com ou sem a intenção deliberada de causar dano aos
verdadeiros objetivos da imunização.
O
caso em referência serve de exemplo clássico, em que o filho achava que a vacina
teria sido a causa do óbito de seu pai, mas os dados científicos coletados sobre
o caso asseguram que ele teria sido infectado pela Covid-19, pondo por terra,
com muita propriedade, a versão dele, que tinha a intenção de cobrar caro do
governo, pelo que ele vinha defendendo como situação gerada a partir da vacina.
É
preciso que haja conscientização sobre a importância da imunização, que não
pode ser influenciada negativamente por informações sem base científica, porque
elas podem ter sido criadas com a exclusiva finalidade de prejudicar a essência
da campanha que é considerada a salvação milagrosa dos brasileiros, que tanto
anseiam pela volta da vida feliz interrompida há quase um ano.
Brasília, em 22 de fevereiro de 2021
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