O
papa voltou a surpreender o mundo, ao fazer afirmação que causou enorme
polêmica e constrangimento, no seio de bispos italianos, quando ele pontificou que
“os seminários estão cheios de viadagem”, exatamente neste
sentido.
A
afirmação papal foi vista como crítica ofensiva acerca da existência
homossexuais na ordenação do sacerdócio, que é algo que nenhum outro religioso
havia se manifestado com tamanha convicção, dando a entender forma explícita de
reprovação, por parte dele.
A
opinião da imprensa que cobre o Vaticano foi no sentido de que o santo padre é
contra pessoas homossexuais poderem vestir batina e oficializarem os
sacramentos da Igreja Católica, cujo posicionamento terminou colocando lenha na
fogueira sobre questão bastante delicada que ainda não havia sido explorada com
tanta ênfase como feita de forma tão cristalina pelo papa.
Fala-se
que o papa teria se referido à palavra
italiana “frociaggine”, cujo vernáculo é interpretado como extremamente ofensivo
e homofóbico, incompatível com a relevância do cargo ocupado por ele.
Embora
a repercussão desse episódio tenha sido ampla, com muitos questionamentos sobre
a atitude do pontífice, à vista da ressonância da mensagem no âmbito da Igreja
Católica, o Vaticano não se pronunciou sobre ele, para dar a versão oficial da
instituição, contendo informação precisa sobre o verdadeiro pensamento do papa
acerca de assunto da maior importância para os seguidores cristãos,
principalmente porque jamais um papa teria ousado a tanto.
Há
notícia de que religiosos que participaram da reunião disseram que o papa dava
a impressão de não ter a exata consciência de que a palavra dita por ele, em
italiano, é bastante ofensiva aos princípios humanos, que tem o sentido de
desprezo da dignidade do ser humano.
Alguns
religiosos concluíram, diante dessa declaração, que faltou bom senso e sensibilidade
ao papa, por não ter a menor preocupação em se pronunciar sobre assunto
incompatível com a postura do principal líder da Igreja Católica, que precisa
ser ponderado nas palavras.
A
afirmação do papa deixa transparecer que ele vem perdendo a sensibilidade para
tratar, em público, de assunto que é da conveniência somente do alto escalão da
Igreja Católica, sob o sigilo próprio dos tabus da instituição, que permanecem
intramuros, apenas do conhecimento de pessoas de especial confiança papal, fato
este que transparece visível despreocupação por parte do pontífice em abordar assunto
que exige ser tratado nas estruturas apropriadas da instituição.
Ou
seja, a intempestiva declaração papal gerou reações de desconfiança sobre os
reais propósitos dele que defendia a inclusão social dos homossexuais, sem
colocar quaisquer dúvidas nem questionamentos, como faz agora com absoluta
convicção, ao condenar a ordenação de pessoas homossexuais, ao afirmar, de
forma absolutamente desnecessária, que “os seminários estão cheios de
viadagem”, mesmo que isso seja verdade.
Enfim,
o papa expôs, sem qualquer reserva e sem medir as consequências, situação delicada
e de extrema complexidade, tendo enorme reflexo na instituição comandado por
ele, cuja integridade compete exatamente a ele preservar, pela importância do
cargo de representante de Deus.
A
verdade é que o assunto exposto pelo papa exige que seja tratado com absoluta reserva, ante a delicadeza
que ele enfeixa, de tal modo que sobreleva a necessidade do respeito às
diferentes orientações sexuais, que a instituição sempre cuidou de evitar, por
absoluta cautela, de discutir em público, certamente tendo em vista a imperiosa
conveniência de não haver a prejudicial banalização na forma tratada pelo
pontífice.
À
toda evidência, a declaração do papa escancara tremenda incoerência quanto às suas
ideias sobre o mesmo assunto, quando ele vinha defendendo a aceitação e o
acolhimento dos homossexuais que procurassem a igreja dirigida por ele, que
teria por propósito forma de inclusão social perante a igreja,
independentemente da preferência sexual.
Não
obstante, ao criticar a existência de homossexuais nos seminários, o papa põe
por terra filosofia que defendia como sendo de inteira razoabilidade, quando
todos os cristãos têm a mesma origem concedida por Deus, sendo todos indistintamente
considerados filhos do Pai celestial, não importando a sua preferência pela
prática sexual, porque isso jamais poder influenciar quanto à cresça religiosa,
uma vez que são situações e condições absolutamente distintas.
Em
afirmação a essa tese, até então, o papa vinha sendo coerente, em aceitar todas
as pessoas no âmbito da Igreja Católica, sem qualquer restrição quanto às
preferências sexuais e outras, porque nada disso influencia na fé e na crença
religiosa, que tem como natureza a esperança e a certeza da existência de ser
maior do que nós pobres mortais, a quem se possa depositar crédulo com vistas à
proteção espiritual.
O
certo é que o papa não pode, precisamente porque não tem autoridade alguma, dizer
se é certo ou errado a pessoa ter preferência sexual, assim como ele também é
impotente para criticar a existência de “viadagem” nos seminários, porque isso
não é próprio da função direcional do líder da Igreja Católica, que estaria bem
cumprindo a sua missão evangélica sendo fiel aos assuntos próprios da instituição,
que seguramente diz respeito com a preferência religiosa e jamais com a
preferência sexual.
Certamente
que o papa seria severa e devidamente admoestado, por sua atitude impensada e
inadequada, caso existisse autoridade com poderes de correição, na Igreja
Católica.
Brasília,
em 29 de maio de 2024
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