terça-feira, 28 de maio de 2024

Ranking da violência

 

Levantamento sobre a violência mundial mostra a potencialidade criminosa de importantes cidades brasileiras como epicentro de perigo à segurança pública.

A capital da Venezuela, Caracas, ostenta o nefasto título da liderança entre 2023 das cidades mais perigosas e violentas do mundo, conforme ranking elaborado por uma plataforma especializada.

Nesse negativo ranking, ganha relevo o país chamado Brasil, que ocupa a vice-liderança com impressionantes oito cidades entre as 50 mais perigosas e violentas, como o Rio de Janeiro (7º); Fortaleza (9º); Salvador (10º); Recife (13º); Porto Alegre (23º); São Paulo (25º); Campinas (38º); e Belo Horizonte (47º).

Essa deprimente e alarmante estatística coloca o Brasil como a segunda nação com mais cidades presentes na lista da vergonha, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, que têm 12 representantes a partir do 11º colocado, que é a cidade de Memphis, no Tennessee.

A África do Sul também se destaca com cinco cidades no ranking da degeneração humana, incluindo três no topo, representadas por Pretória (2º), Durban (3º) e Johanesburgo (4º).

A aludida plataforma chegou a esse resultado tendo por base banco de dados global colaborativo, onde usuários do mundo todo relatam suas experiências e fornecem informações e elementos pertinentes a diversos aspectos da vida em suas cidades, como preços, qualidade de vida, indicadores de habitação, taxas de criminalidade, saúde e muitos outros fatores necessários ao levantamento em comento.

Trata-se de levantamentos que ajudam à compreensão sobre a qualidade de vida de brasileiros, mostrando situação de alerta sobre o caos predominante na péssima qualidade da segurança pública, em especial pela falta de investimentos na melhoria e no aperfeiçoamento do sistema de combate à violência, cujo resultado não poderia ser diferente desse indicado no infame e desonroso ranking, que apenas mostra a realidade nua e crua do Brasil.

O desleixo e o desprezo das políticas inerentes à segurança pública se revelam exatamente à luz desse estudo, que apenas confirma verdadeira situação caótica existente de penúria do arcabouço de combate à criminalidade, que se expande livremente nas principais cidades brasileiras, na forma mostrada por esse importante levantamento.

Caso o Brasil fosse um país que tivesse o mínimo de seriedade e algum interesse em melhorar a segurança pública, esse importante levantamento serviria como subsídio da maior valia para a priorização de medidas de combate à violência, não somente nas cidades suspeitas de ostentarem a decadência da violência e da criminalidade, mas em todas as cidades brasileiras, que apenas merecem o cuidado mínimo de investimentos em segurança pública, permitindo que se prepondere a ação da criminalidade.

É verdade que também compete à sociedade exigir que o governo melhore e qualifique as políticas inerentes à segurança pública, em especial com a priorização de investimentos e aperfeiçoamento de mecanismos de combate à violência e à criminalidade.

À toda evidência, se hoje o Brasil é citado de forma ridícula e pejorativa como país que despreza a proteção da sociedade, à vista da existência da indiscutível predominância da violência, em índices alarmantes, conforme faz importante alerta nesse sentido o levantamento em apreço, a tendência natural é que isso tenda a piorar cada vez mais, à vista precisamente da falta de iniciativas e investimentos por parte do poder público, em área para a qual não se desperta qualquer interesse de cuidados quanto à melhoria da sua qualidade.

Convém que os brasileiros despertem para essa cruel realidade e enxerguem  urgente necessidade de ser exigido do poder público a priorização de políticas com vistas à melhoria da qualidade da segurança pública, de modo que esse caos existente seja completamente revertido, em benefício da segurança da sociedade.     

Brasília, em 28 de maio de 2024

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