Pesquisa
Genial/Quaest, divulgada no último domingo, mostra que, apesar da inexistência de
provas, mais de um terço das pessoas com direito ao voto acredita que as urnas
eletrônicas foram fraudadas na última eleição presidencial, tendo, com isso, favorecido
o candidato proclamado vitorioso.
O
levantamento revela que 56% dos entrevistados não acreditam que tenha havido
fraude nas urnas, para favorecê-lo, enquanto 35% creem que a eleição foi
manipulada em favor do candidato considerado vitorioso e 8% preferiram não se
posicionar sobre a referida pesquisa.
A
presente pesquisa contou com a participação de 2.045 pessoas, com idade de 16
ou mais anos, em 120 cidades, nos dias 2 e 6 do fluente mês.
A
pesquisa também mostra que o nível de desconfiança em relação às urnas é mais
elevado no seio das pessoas que possuem ensino médio completo ou incompleto,
nos quais, 39% acreditam na ocorrência de fraude, enquanto 53% não compartilham
dessa ideia.
Em
contrapartida, entre aqueles com ensino superior incompleto ou completo, 34%
reconhecem a possibilidade de fraude, enquanto 59% acreditam que não.
Entre
os católicos entrevistados, 30% concordam que houve fraude nas urnas, enquanto
62% discordam, mas, entre os evangélicos, 46% concordam e 45% discordam, constatação
esta que configura empate de opinião.
Embora
expressiva parte da população acredite que as urnas tenham sido fraudadas, nas
últimas eleições, diferentes instituições se manifestaram em contrário, como
foi o caso do Tribunal de Contas da União, que concluiu sua auditoria das
últimas eleições, reafirmando a segurança do sistema eleitoral e confirmando
que o principal órgão eleitora respeita as “melhores práticas internacionais”,
com probabilidade de fraude próxima de 0%.
Causa
perplexidade que aquele órgão não tenha apresentado nada juridicamente
consistente para garantir as suas afirmações, acreditando-se até mesmo que ele
não tenha tido sequer acesso à operacionalização das urnas eletrônica, o que
vale dizer que as suas conclusões se baseiam em meras observações, sem qualquer
parâmetro técnico para o fundamentar o seu parecer.
Antes
disso, as Forças Armadas apresentam relatório de fiscalização do processo de
votação que apontou inconsistência eleitoral e ainda reconheceu a necessidade
do conhecimento dos “códigos-fontes”, que não foram entregues aos militares nem
liberados aos partidos políticos e à imprensa, pelo órgão eleitoral, como era
do seu dever constitucional de propiciar total transparência sobre as operações
das urnas eletrônicas.
Por
mais que as autoridades eleitorais se esforcem em tentar dar credibilidade às
urnas eletrônicas, elas não conseguem transmitir isso para as pessoas com o
mínimo de inteligência e maturidade política, porquanto é preciso que nada seja
omitido da opinião pública brasileira e mundial.
A
única maneira de garantir credibilidade e regularidade à operacionalização das
urnas eletrônicas seria conceder acesso a todos os procedimentos inerentes às
votações havidas, mostrando todo o seu funcionamento, de modo que não reste a
mínima dúvida sobre absolutamente nada.
Ao
contrário disso, de forma inexplicável e injustificável, o sistema eleitoral
foi submetido a absoluto sigilo, em flagrante afronta ao disposto no art. 37 da
Constituição, que obriga a publicidade dos atos da administração pública, que é
o caso das operações inerentes às urnas eletrônicas.
É
preciso consignar, a bem da verdade, que somente nas republiquetas e nas nações
ditatoriais o sistema eleitoral tem a chancela de sigilo, em que nem mesmo os
eleitores, as pessoas diretamente interessadas, têm acesso aos meandros das
urnas eletrônicas, de vez que sobre a transparência delas nada justifica que
isso seja deliberadamente omitido, como aconteceu com o resultado das últimas
votações.
Esse
episódio só evidencia injustificável incoerência, quando se declara o sigilo
das operações com as urnas eletrônicas, somente nos gabinetes, ante as
múltiplas suspeitas de fraudes, como noticiado na mídia, sabendo-se que a sua
transparência poderia mostrar às claras a regularidade das últimas eleições
brasileiras.
Por
fim, a única maneira de se saber se as últimas eleições brasileiras foram
regulares ou não é tornarem transparentes os procedimentos inerentes a elas,
mas medida nesse sentido se tornou totalmente impossível, diante da revelação
da verdade, que se encontra em segredo de Estado, somente de conhecimento de
restritas autoridades.
A
verdade é que, de nada adiantam as tentativas de convencimentos dos eleitores sobre
a possível legitimidade do resultado das últimas votações brasileiras, enquanto
ficarem afirmando, somente com base em palavras, sem apresentar elementos
consistentes, em termos jurídicos, de vez que a única verdade que convence e
legitima o processo pertinente tem o respaldo da transparência,
injustificadamente negada ao Brasil e ao mundo, nesse particular.
Brasília,
em 14 de maio de 2024
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