sábado, 19 de julho de 2014

Dominação da inépcia e da incompetência

A última pesquisa Datafolha de intensões de voto para presidente da República, abrangendo o universo de 5.377 eleitores, entre aproximadamente 135 milhões de eleitores, mostra que a presidente do país contabilizou 36% das pessoas entrevistadas, vindo em seguida o candidato tucano, com 20%, e logo após vem o ex-governador de Pernambuco, com 8%. No levantamento anterior do mesmo instituto de pesquisa, os aludidos candidatos contavam, respectivamente, com a preferência de 38%, 20% e 9%. A pesquisa mostra ainda que, somadas as intensões de voto dos adversários da petista, o resultado atinge igualmente os 36% dados à presidente, que é candidata à reeleição. A pesquisa em causa trouxe importante revelação quanto à disputa em caso de segundo turno, em que o candidato tucano aparece empatado, tecnicamente, com a candidata petista, indicando que o quadro político pode mudar a todo instante. Não obstante, sabe-se que o candidato poderá vencer a eleição, no primeiro turno, se conseguir mais votos que a soma de seus rivais. Essa pesquisa se revela importante por ter sido realizada após o início oficial da campanha eleitoral, no último dia 6, quando começaram os comícios, as propagandas na rua e na internet e demais atividades pertinentes à campanha. Nessa pesquisa, 14% dos entrevistados disseram não saber em quem votar ou que não responderam, enquanto 13% declararam voto em branco ou nulo. A pesquisa também mostra que a administração da presidente do país tem queda na sua aprovação, passando de 35% para 32% da preferência dos eleitores, que considera o governo como "bom" ou "ótimo", enquanto 38% e 29% disseram, respectivamente, que o governo petista é “regular” e "ruim" ou "péssimo". Esse fato bem demonstra que a realização da Copa do Mundo não foi bom negócio para as pretensões da administração petista, com a revelação desfavorável das intenções de voto à sua candidata à reeleição, que agora vai ter que se virar nos “trinta” para encontrar algum argumento para justificar a incompetência e a falta de realizações do governo, porque até mesmo a surrada alegação da distribuição de renda, mediante o programa do Bolsa Família, única realização alegada por ele, não mais funciona para mostrar capacidade para continuar administrando o país tão carente de outros relevantes programas de governo, principalmente com o peso de maior importância para o país, como maciços investimentos em obras de impacto e a reformulação das estruturas do Estado, como instrumentos capazes de propiciar o tão esperado progresso da nação. Agora, não deixa de ser estranho que, mesmo havendo notória unanimidade das pessoas que recriminam a gestão petista, o resultado da pesquisa revela praticamente cinquenta por cento favoráveis à sua continuidade. É induvidoso que a insatisfação é enorme e visível nos segmentos sociais, possivelmente à exceção dos beneficiários do Bolsa Família, que se agarram às arraigadas convicções de que esse programa é obra exclusivamente petista. As pessoas esclarecidas sempre se surpreendem com a divulgação de pesquisas ainda mostrando a liderança da presidente da República, por entenderem que ela não conseguiu fazer nada de novo e muito menos de extraordinário para merecer tamanho crédito de confiança, salvo daqueles que ainda acha que o Bolsa Família é a única salvação da lavoura, ou seja, do seu governo, quando a nação tem outras e importantes prioridades que sequer foram pensadas, a exemplo das reformas estruturais do Estado, cuja imobilidade e inércia são responsáveis pelos gargalos que emperram o desenvolvimento econômico e social do Brasil. O governo petista é considerado sofrível, conforme mostra o desempenho desastroso da economia, com a inflação em alta, o acanhado resultado do Produto Interno Bruto, o descontrole das contas e das dívidas públicas, os juros nas nuvens, o escrachado e vergonhoso fisiologismo, mantido no seu governo para angariar apoio político, como forma de perpetuação no poder, entre tantas mazelas que a população não suporta nem ouvir falar da incompetência gerencial do país. Como se pode ainda ter confiança nesse governo que não fez uma obra importante senão em Cuba, existem enormes carências de infraestrutura dentro de casa? Veja-se que as obras de transposição do Rio São Francisco se arrastam entre injustificáveis abandonos, atrasos e superfaturamentos e não têm fim. A Petrobras é outro modelo de gritante incompetência, cujo patrimônio se esvaiu pelos ralos, entre atos de corrupção e de gerenciamento questionável, a exemplo da operação Lava-Jato da Polícia Federal, da aquisição, nos EUA, de refinaria sucateada e a preço superfaturado, da ingerência e do aparelhamento da estatal, em clara evidência de plena contrariedade aos princípios da legalidade, dignidade, eficiência e economicidade. Causa perplexidade que, diante de tantas deficiências e precariedades, a presidente do país ainda seja contemplada com intenções de voto que não correspondem em absoluto, à vista das evidências, a realidade do desempenho da sua gestão, que é visivelmente lastimável, sob a ótica da competência e da eficiência. Só pode ser o fim dos mundos que as pesquisas sejam capazes de revelar exatamente o contrário do pensamento da sociedade brasileira, salvo se elas estejam sendo realizadas em redutos que não reflitam o exato sentimento dos brasileiros. A população precisa se despertar da letargia tão prejudicial à verdadeira sensibilidade de brasilidade e de cidadania, com vistas a enxergar a realidade da administração do país, na forma real como ela se apresenta, que não pode continuar sob o domínio da incompetência e da inépcia quanto à consecução das transformações estruturais e das realizações de obras de impacto, além do desleixo com relação à fiel observância aos princípios da moralidade, do decoro, da legitimidade e da honorabilidade na gestão dos recursos públicos. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de julho de 2014

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