A última pesquisa
Datafolha de intensões de voto para presidente da República, abrangendo o
universo de 5.377 eleitores, entre aproximadamente 135 milhões de eleitores, mostra
que a presidente do país contabilizou 36% das pessoas entrevistadas, vindo em seguida
o candidato tucano, com 20%, e logo após vem o ex-governador de Pernambuco, com
8%. No levantamento anterior do mesmo instituto de pesquisa, os aludidos
candidatos contavam, respectivamente, com a preferência de 38%, 20% e 9%. A
pesquisa mostra ainda que, somadas as intensões de voto dos adversários da
petista, o resultado atinge igualmente os 36% dados à presidente, que é
candidata à reeleição. A pesquisa em causa trouxe importante revelação quanto à
disputa em caso de segundo turno, em que o candidato tucano aparece empatado,
tecnicamente, com a candidata petista, indicando que o quadro político pode
mudar a todo instante. Não obstante, sabe-se que o candidato poderá vencer a
eleição, no primeiro turno, se conseguir mais votos que a soma de seus rivais. Essa
pesquisa se revela importante por ter sido realizada após o início oficial da
campanha eleitoral, no último dia 6, quando começaram os comícios, as propagandas
na rua e na internet e demais atividades pertinentes à campanha. Nessa
pesquisa, 14% dos entrevistados disseram não saber em quem votar ou que não
responderam, enquanto 13% declararam voto em branco ou nulo. A pesquisa também
mostra que a administração da presidente do país tem queda na sua aprovação,
passando de 35% para 32% da preferência dos eleitores, que considera o governo
como "bom" ou "ótimo", enquanto 38% e 29% disseram,
respectivamente, que o governo petista é “regular” e "ruim" ou
"péssimo". Esse fato bem demonstra que a realização da Copa do Mundo
não foi bom negócio para as pretensões da administração petista, com a revelação
desfavorável das intenções de voto à sua candidata à reeleição, que agora vai
ter que se virar nos “trinta” para encontrar algum argumento para justificar a
incompetência e a falta de realizações do governo, porque até mesmo a surrada
alegação da distribuição de renda, mediante o programa do Bolsa Família, única
realização alegada por ele, não mais funciona para mostrar capacidade para
continuar administrando o país tão carente de outros relevantes programas de governo,
principalmente com o peso de maior importância para o país, como maciços investimentos
em obras de impacto e a reformulação das estruturas do Estado, como
instrumentos capazes de propiciar o tão esperado progresso da nação. Agora, não deixa de ser estranho
que, mesmo havendo notória unanimidade das pessoas que recriminam a gestão
petista, o resultado da pesquisa revela praticamente cinquenta por cento
favoráveis à sua continuidade. É induvidoso que a insatisfação é enorme e
visível nos segmentos sociais, possivelmente à exceção dos beneficiários do
Bolsa Família, que se agarram às arraigadas convicções de que esse programa é
obra exclusivamente petista. As pessoas esclarecidas sempre se surpreendem com
a divulgação de pesquisas ainda mostrando a liderança da presidente da
República, por entenderem que ela não conseguiu fazer nada de novo e muito
menos de extraordinário para merecer tamanho crédito de confiança, salvo
daqueles que ainda acha que o Bolsa Família é a única salvação da lavoura, ou
seja, do seu governo, quando a nação tem outras e importantes prioridades que sequer
foram pensadas, a exemplo das reformas estruturais do Estado, cuja imobilidade
e inércia são responsáveis pelos gargalos que emperram o desenvolvimento
econômico e social do Brasil. O governo petista é considerado sofrível,
conforme mostra o desempenho desastroso da economia, com a inflação em alta, o
acanhado resultado do Produto Interno Bruto, o descontrole das contas e das
dívidas públicas, os juros nas nuvens, o escrachado e vergonhoso fisiologismo,
mantido no seu governo para angariar apoio político, como forma de perpetuação
no poder, entre tantas mazelas que a população não suporta nem ouvir falar da
incompetência gerencial do país. Como se pode ainda ter confiança nesse governo
que não fez uma obra importante senão em Cuba, existem enormes carências de
infraestrutura dentro de casa? Veja-se que as obras de transposição do Rio São
Francisco se arrastam entre injustificáveis abandonos, atrasos e
superfaturamentos e não têm fim. A Petrobras é outro modelo de gritante
incompetência, cujo patrimônio se esvaiu pelos ralos, entre atos de corrupção e
de gerenciamento questionável, a exemplo da operação Lava-Jato da Polícia
Federal, da aquisição, nos EUA, de refinaria sucateada e a preço superfaturado,
da ingerência e do aparelhamento da estatal, em clara evidência de plena contrariedade
aos princípios da legalidade, dignidade, eficiência e economicidade. Causa
perplexidade que, diante de tantas deficiências e precariedades, a presidente
do país ainda seja contemplada com intenções de voto que não correspondem em
absoluto, à vista das evidências, a realidade do desempenho da sua gestão, que
é visivelmente lastimável, sob a ótica da competência e da eficiência. Só pode
ser o fim dos mundos que as pesquisas sejam capazes de revelar exatamente o
contrário do pensamento da sociedade brasileira, salvo se elas estejam sendo
realizadas em redutos que não reflitam o exato sentimento dos brasileiros. A
população precisa se despertar da letargia tão prejudicial à verdadeira sensibilidade
de brasilidade e de cidadania, com vistas a enxergar a realidade da
administração do país, na forma real como ela se apresenta, que não pode
continuar sob o domínio da incompetência e da inépcia quanto à consecução das
transformações estruturais e das realizações de obras de impacto, além do
desleixo com relação à fiel observância aos princípios da moralidade, do
decoro, da legitimidade e da honorabilidade na gestão dos recursos públicos. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 18 de julho de 2014
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