Segundo o ex-presidente da República petista, “O Japão é um país de primeiro mundo. Mas não ganhou um jogo sequer na
Copa do Mundo. Primeiro perdeu da Costa do Marfim, depois empatou com a Grécia
e, por fim, levou uma goleada da Colômbia. O problema do Japão é que eles só
pensam em educação e saúde. Se investissem também em futebol ainda estariam na
copa”. Ele ainda disse que “O Japão
poderia ter evitado uma vergonha dessas. Ser desclassificado na primeira fase
foi demais para um país que deu ao mundo o Pikachu e o Jaspion”. Trata-se de declaração de autoridade bastante infeliz e completamente destoada da
realidade do contexto mundial, principalmente porque os fatos invocados e
analisados pelo petista não servem para qualquer juízo de valor sobre o
desempenho de seleção de futebol. Veja-se que, por exemplo, a Alemanha, França,
Holanda, Bélgica investem e privilegiam a educação e saúde e nem por isso têm
seleções fracas. Em contraposição, muitos países que investem muito pouco em
saúde e educação não tiveram sucesso na copa, sendo igualmente desclassificadas
como o Japão. O pronunciamento do petista não constitui nenhuma surpresa,
porque ele guarda coerência e harmonia com o seu pensamento estreito,
extemporâneo e normalmente dito em momento inoportuno, mas sempre com a
finalidade de justificar as cristalinas precariedades da administração
tupiniquim, que fraquejam e decepcionam quanto à falta de prioridade e de
investimentos não somente na educação e na saúde, mas, sobretudo, na segurança
pública, nos transportes, na infraestrutura, no saneamento básico e nos demais
programas inerentes às políticas públicas, cujas omissões e deficiências
prejudicam diretamente a sociedade, que deixa de se beneficiar dos serviços
públicos de qualidade que faz jus, ante os escorchantes tributos que ela é
compelida a pagar. Não há a menor dúvida de que a declaração do ex-presidente
não contribui para o aprimoramento da democracia, em face de demonstrar forte
crítica sobre assunto alheio à sua competência, por se imiscuir na autonomia de
país ano-luz desenvolvido em relação ao país tupiniquim, em termos tecnológicos
e gerenciais, inclusive no que diz respeito à sua administração pública, onde a
corrupção é tratada com absoluta intolerável e quando há algum caso de
irregularidade o envolvido é exemplarmente punido com penalidades duras e
exemplares, como forma pedagógica de servir de lição para se evitar casos
semelhantes, diferentemente do que ocorre no país governado pelo partido do
ex-presidente, onde os criminosos condenados pelo Supremo Tribunal Federal, com
base em documentos e provas robustamente coligidas aos autos pertinentes, foram,
de forma absurda e estranha, aplausos com veemência por seus correligionários,
que os qualificaram como verdadeiros heróis nacionais, a ponto de terem suas
multas pecuniárias quitadas pelos companheiros, em processo de mutirão jamais
visto na história do país. É lamentável se verificar que, em pleno século XXI,
ainda carecer dignidade aos homens públicos, que deveriam evitar se manifestar
sobre assunto que pode até comprometer as relações comerciais e de amizade com
as nações amigas, principalmente quando elas estão disparadas na dianteira de
todos os conceitos da administração pública, não somente quanto aos conceitos da
competência, mas, sobretudo, da ética, da moralidade, do decoro, da
honestidade, da legalidade, da eficiência, da eficácia e dos demais princípios
humanos, aliás, pouco observados por muitos políticos tupiniquins, que preferem
sentar sobre suas deficiências e criticar indevidamente quem trabalha com responsabilidade
e capacidade. As manifestações do líder petista fazem lembrar célebre provérbio segundo o qual “Cada um dá o que tem”, o que significa
dizer que não se pode esperar de alguém aquilo que está acima de suas
possibilidades, méritos ou virtudes. Urge que a sociedade se conscientize de que
o país não tem condições de se desenvolver social, econômica, política e
democraticamente se insistir prestigiando políticos com mentalidades
retrógradas e também focadas em assuntos estranhos à sua competência e que não
contribuem para o engrandecimento das relações internacionais, como essa de
censurar as políticas de país amigo. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 09 de julho de 2014
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