A presidente da República ressaltou que "nessa eleição a verdade vai vencer toda a
quantidade de mentira e desinformação semeada pelo país. Se na eleição do Lula,
a esperança venceu o medo. Nessa eleição é importante que a verdade vença essa
quantidade de mentiras. Ela ainda mencionou um dos bordões usados na
campanha petista fazendo referência ao antecessor governo tucano, segundo o
qual "Muitos querem na oposição
voltar ao passado". Na ocasião, a presidente fez questão de afirmar que
o governo do PT, há onze anos, deu início à "trajetória de transformação", consistente na maior
distribuição de renda: "Foi um
movimento que eu chamo de avassalador". Segundo ela, o governo petista
teve êxito na defesa do país na crise econômica global de 2008: "o Brasil soube defender, como poucos países,
o emprego e o salário dos trabalhadores. Ficou claro que o Brasil (na
crise) não iria se render, não iria se
abater nem se ajoelhar diante do sistema de finanças representado pelo FMI".
Esse fato teria evitado desempregos e perdas de direitos dos trabalhadores
brasileiros, mas a crise propiciou estragos nas economias dos países europeus. Sem
falsa modéstia, a mandatária do país ressaltou a necessidade de o PT ter orgulho
de contar que, nesses onze anos, teve que remar "contra a corrente". Ela disse que "Fizemos a maior redução da desigualdade da nossa história" e
que a transformação social do país aconteceu "como uma onda" e puxou para cima a renda dos brasileiros de
uma forma geral. A petista ainda afirmou que "Nós não tiramos de nenhuma camada para dar para outra. (...) Todos os dados mostram que a transformação
social ainda está em curso no país. Essa é a característica maior que nos
distingue. Termos sido nos nossos governos, com o PT e com os partidos da base
aliada, os protagonistas de uma grande transformação social no Brasil. Ela
ainda está em curso e depende de nós.". Quem não conhece a forma como
o PT administra a nação, vai até imaginar que essa agremiação, na forma como
descrita pela presidente do país, é a mais perfeita da face da terra e tem
atuado com a maior lisura e dignidade com os recursos públicos, sem nunca ter
sido sequer acusada de irregularidade e de malfeitos na administração do país,
sem jamais ter protagonizado o mais grave escândalo da história republicana,
que ensejou a condenação pelo Supremo Tribunal Federal dos principais líderes
petistas, os quais se encontram presos no Sistema Penitenciário da Papuda, cumprindo
as penas pelos crimes cometidos. Além disso, há o caso da depredação do patrimônio da Petrobras,
com a efetiva participação do governo, mediante a ingerência e o aparelhamento
palacianos, fazendo com que o gerenciamento da estatal tivesse desempenho
desastroso, inclusive com denúncia de corrupção, com consequente substancial perda
do seu capital, calculável em quase cinquenta por cento, em pouco tempo de
gestão petista. Em que pese a série de irregularidades denunciadas com o
envolvimento de filiados ao PT, a presidente tenta transformar a realidade palpável
e irrefutável dos fatos em meras acusações de mentidas e de desinformação, possivelmente
por entender que o governo está acima do bem e do mal, como se ele fosse
intocável e onipotente, estando imune a falhas e a irregularidades, quando
deveria ter a dignidade de assumir os fatos, em homenagem aos salutares
princípios da honestidade e da verdade. Mas a intriga mesmo é a petulância
presidencial de atribuir ao PT a proeza de ter transformado a nação em
verdadeiro maná condutor da distribuição de renda, como se esse partido fosse o
núcleo unicamente responsável pelos destinos dos brasileiros, inclusive como se
os recursos também fossem oriundos da agremiação, quando não se pode ignorar
que a administração do país se insere no processo republicano, segundo o qual o
mandatário do país não pode se vangloriar de achar que os resultados das
políticas públicas são os louros unicamente de seu partido, mas sim da nação,
em virtude do envolvimento de recursos provenientes dos contribuintes, não
sendo justo que haja rotulação de agremiação partidária. Aliás, as políticas
públicas, incluída a distribuição de renda, são atribuições constitucionais de
competência do Estado, que jamais deveria servir como legado senão da própria
sociedade, responsável pela integração do país. A sociedade anseia por que os
homens públicos se conscientizem sobre a necessidade de considerar a atribuição
de governar o país uma função de interesse pública, em harmonia com o princípio
republicano, com embargo de pretensões político-partidárias, que não condizem com
o sentimento democrático de união. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 1º de julho de 2014
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