segunda-feira, 7 de julho de 2014

Basta de promessas mentirosas

A candidatura à reeleição da presidente da República agora já é realidade, com o registro do sua chapa no Tribunal Superior Eleitoral. Na convenção que confirmou seu nome para concorrer ao Planalto, compareceu boa cepa das lideranças partidárias integrantes da denominada coalização de governança, que são merecedores de especiais afagos governamentais com cargos públicos nos ministérios e nas empresas estatais, em troca do importante apoio político, em especial com alguns minutos de horário no programa eleitoral. Na ocasião, a mandatária do país foi enfática, ao declarar que os brasileiros exigem a continuação de mudança no país, afirmando que "pelas mãos daqueles que já mostraram que têm capacidade. O Brasil, temos certeza, tenho consciência disso, o Brasil quer seguir mudando pelas mãos daqueles que já provaram que têm capacidade de transformar profundamente o país e melhorar a vida do nosso povo. Nós tivemos a competência de implantar o mais amplo e vigoroso processo de mudança do país, que pela primeira vez colocou o povo como protagonista. Quero falar sobre as grandes mudanças que vamos enfrentar. Aliás, não paramos de enfrentar desde o dia em que tomei posse. Se no início a esperança venceu o medo, nesta eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação. A verdade deve vencer a mentira e a desinformação. Quando assumi o governo, o mundo era um, pouco tempo depois, o mundo era outro. A verdade é que a crise econômica financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das economias mais desenvolvidas do mundo, mas boa parte também do sistema político ao aumentar o desemprego, ao abolir direitos, ao semear nesses países uma imensa desesperança.”. A presidente ainda afirmou que assumiu o governo em um momento de crise financeira internacional e que o governo dela soube fazer o Brasil resistir aos efeitos da turbulência. A presidente do país está tão deslumbrada com o tanto do que nada fez, mas jura ter feito, em termos de produtividade e de resultados benéficos para a população, que faz questão de se prender à distribuição de renda às famílias desvalidas, que não passa de programa inerente à competência obrigatória do Estado, que qualquer administrador mediano, sem a menor capacidade gerencial, seria igualmente compelido a fazê-lo, por imposição constitucional. As mudanças que ela alega ter feito estão representadas no raquítico desempenho da economia, cujo crescimento demonstrado pelo Produto Interno Bruto – PIB envergonha qualquer republiqueta sem o menor potencial econômico e industrial do Brasil, que estaria, na atualidade, diante da sua pujança econômica entre as maiores economias do planeta, quando, na verdade, o desempenho da produção nacional, em termos de índices, chega a ser bem inferior aos pequenos países da América Latina, de tão sofrível que ele representa. Também não deixa de ser supervergonhoso para a nação como o Brasil figurar entre os piores países quando levantados e comparados os índices de desenvolvimento humano, a justificar a péssima prestação dos serviços públicos pelo Estado, tendo em conta a ridícula e inferiorizada qualidade do ensino público, da saúde pública, da segurança pública, além da precariedade do saneamento básico, pouco existente até mesmo nas grandes cidades, da infraestrutura, além das deficiências nos demais programas de governo, que padecem da falta de interesse político e da prioridade quanto à decisão administrativa para o necessário aperfeiçoamento e a urgente modernização, sob pena de se continuar com a tristeza de se ouvir palavra tão linda de mudança apenas como verbeto ultraexplorado nas campanhas eleitorais, como agora, sem a menor finalidade sobre a sua verdadeira significância e efetividade. Caso houvesse alguma mudança, o salário mínimo (R$ 724,00) não seria tão minguado como é, que pouco representa para quem comparece no batente diariamente, de sol a sol, cujo valor correspondente talvez o sustento mínimo da família, que não pode sonhar com mais nada, nem mesmo a se arriscar a adoecer, porque lhe falta adequada assistência médico-hospitalar. Enquanto o assalariado se esforça para sobreviver, há quem se “esfalfe” para comparecer ao Parlamento de terça-feira a quinta-feira, para produzir muito pouco ou quase nada, em razão dos “minguados” vencimentos de R$ 29.462,25, acrescidos dos “escassos” benefícios próprios de verbas de representação, auxílios, ajudas e tantas outras injustificáveis regalias, mordomias, somente existentes nas republiquetas, onde o Parlamento aprova para seus integrantes todo tipo de vantagens absolutamente incompatíveis com a realidade dos brasileiros. Não há dúvida de que as distorções existentes no país são visíveis e gritantes, que exigem urgentes e abrangentes mudanças, mas elas jamais serão implementadas, porque não há o menor interesse político e tudo não passa de blábláblá. As verdadeiras mudanças que o povo exige dizem respeito à reformulação das estruturas do Estado, compreendendo as reformas previdenciária, tributária, política, administrativa – inclusive da máquina pública -, trabalhista, da infraestrutura, dos transportes e tantas outras indispensáveis ao desenvolvimento da nação.  A sociedade, atenta ao seu dever cívico e patriótico, precisa repudiar, com urgência, inclusive com o seu poder nas urnas, as pseudopropostas de mudanças, que, na realidade, não passam de surrado engodo com a finalidade de tapear mais uma vez a ingenuidade dos brasileiros, que, na sua maioria, ainda se contenta com os benefícios assistencialistas, que são incapazes de contribuir senão para a ociosidade de significativa parcela da população. Acorda, Brasil!  
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de julho de 2014

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