A candidatura à
reeleição da presidente da República agora já é realidade, com o registro do sua
chapa no Tribunal Superior Eleitoral. Na convenção que confirmou seu nome para
concorrer ao Planalto, compareceu boa cepa das lideranças partidárias
integrantes da denominada coalização de governança, que são merecedores de
especiais afagos governamentais com cargos públicos nos ministérios e nas
empresas estatais, em troca do importante apoio político, em especial com
alguns minutos de horário no programa eleitoral. Na ocasião, a mandatária do
país foi enfática, ao declarar que os brasileiros exigem a continuação de
mudança no país, afirmando que "pelas
mãos daqueles que já mostraram que têm capacidade. O Brasil, temos certeza, tenho consciência disso, o Brasil quer seguir
mudando pelas mãos daqueles que já provaram que têm capacidade de transformar
profundamente o país e melhorar a vida do nosso povo. Nós tivemos a competência
de implantar o mais amplo e vigoroso processo de mudança do país, que pela
primeira vez colocou o povo como protagonista. Quero falar sobre as grandes mudanças que vamos enfrentar. Aliás, não
paramos de enfrentar desde o dia em que tomei posse. Se no início a esperança
venceu o medo, nesta eleição a verdade deve vencer a mentira e a desinformação.
A verdade deve vencer a mentira e a desinformação. Quando assumi o governo, o
mundo era um, pouco tempo depois, o mundo era outro. A verdade é que a crise
econômica financeira internacional ameaçou não apenas a estabilidade das
economias mais desenvolvidas do mundo, mas boa parte também do sistema político
ao aumentar o desemprego, ao abolir direitos, ao semear nesses países uma
imensa desesperança.”. A presidente ainda afirmou que assumiu o governo em
um momento de crise financeira internacional e que o governo dela soube fazer o
Brasil resistir aos efeitos da turbulência. A presidente do país está tão
deslumbrada com o tanto do que nada fez, mas jura ter feito, em termos de
produtividade e de resultados benéficos para a população, que faz questão de se
prender à distribuição de renda às famílias desvalidas, que não passa de
programa inerente à competência obrigatória do Estado, que qualquer
administrador mediano, sem a menor capacidade gerencial, seria igualmente
compelido a fazê-lo, por imposição constitucional. As mudanças que ela alega
ter feito estão representadas no raquítico desempenho da economia, cujo
crescimento demonstrado pelo Produto Interno Bruto – PIB envergonha qualquer
republiqueta sem o menor potencial econômico e industrial do Brasil, que
estaria, na atualidade, diante da sua pujança econômica entre as maiores
economias do planeta, quando, na verdade, o desempenho da produção nacional, em
termos de índices, chega a ser bem inferior aos pequenos países da América
Latina, de tão sofrível que ele representa. Também não deixa de ser supervergonhoso
para a nação como o Brasil figurar entre os piores países quando levantados e
comparados os índices de desenvolvimento humano, a justificar a péssima
prestação dos serviços públicos pelo Estado, tendo em conta a ridícula e
inferiorizada qualidade do ensino público, da saúde pública, da segurança
pública, além da precariedade do saneamento básico, pouco existente até mesmo
nas grandes cidades, da infraestrutura, além das deficiências nos demais programas
de governo, que padecem da falta de interesse político e da prioridade quanto à
decisão administrativa para o necessário aperfeiçoamento e a urgente
modernização, sob pena de se continuar com a tristeza de se ouvir palavra tão
linda de mudança apenas como verbeto ultraexplorado nas campanhas eleitorais, como
agora, sem a menor finalidade sobre a sua verdadeira significância e
efetividade. Caso houvesse alguma mudança, o salário mínimo (R$ 724,00) não
seria tão minguado como é, que pouco representa para quem comparece no batente
diariamente, de sol a sol, cujo valor correspondente talvez o sustento mínimo
da família, que não pode sonhar com mais nada, nem mesmo a se arriscar a
adoecer, porque lhe falta adequada assistência médico-hospitalar. Enquanto o
assalariado se esforça para sobreviver, há quem se “esfalfe” para comparecer ao
Parlamento de terça-feira a quinta-feira, para produzir muito pouco ou quase
nada, em razão dos “minguados” vencimentos de R$
29.462,25, acrescidos dos “escassos” benefícios próprios de verbas de
representação, auxílios, ajudas e tantas outras injustificáveis regalias,
mordomias, somente existentes nas republiquetas, onde o Parlamento aprova para
seus integrantes todo tipo de vantagens absolutamente incompatíveis com a
realidade dos brasileiros. Não há dúvida de que as distorções existentes no
país são visíveis e gritantes, que exigem urgentes e abrangentes mudanças, mas
elas jamais serão implementadas, porque não há o menor interesse político e
tudo não passa de blábláblá. As verdadeiras mudanças que o povo exige dizem
respeito à reformulação das estruturas do Estado, compreendendo as reformas
previdenciária, tributária, política, administrativa – inclusive da máquina
pública -, trabalhista, da infraestrutura, dos transportes e tantas outras
indispensáveis ao desenvolvimento da nação. A sociedade, atenta ao seu dever cívico e
patriótico, precisa repudiar, com urgência, inclusive com o seu poder nas
urnas, as pseudopropostas de mudanças, que, na realidade, não passam de surrado
engodo com a finalidade de tapear mais uma vez a ingenuidade dos brasileiros,
que, na sua maioria, ainda se contenta com os benefícios assistencialistas, que
são incapazes de contribuir senão para a ociosidade de significativa parcela da
população. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 06 de julho de 2014
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