Conforme a última pesquisa
Datafolha, divulgada pelo jornal Folha de
S.Paulo, houve crescimento das intenções de voto a favor da presidente da
República, cuja preferência saltou de 34% para 38% das pessoas ouvidas. O
senador tucano e o ex-governador de Pernambuco despontaram, respectivamente,
com 20% e 9% das intenções de voto, tendo pequeno, mas importante crescimento
na disputa presidencial, quando antes eles tinham 19% e 7%. A aludida pesquisa
foi realizada entre os dias 1 e 2 de julho, em 177 cidades, com a abrangência
de 2.857 entrevistados eleitores. Nessa mesma pesquisa, as pessoas ouvidas se
manifestaram contrárias às vaias e aos xingamentos à presidente do país, na
abertura da Copa do Mundo, na representatividade de 63% dos entrevistados. As
análises dos especialistas sobre o resultado da pesquisa em apreço foram
conclusivas e unânimes no sentido de que o crescimento das intenções de voto à candidata
petista é decorrente do sucesso da copa. Essa constatação demonstra com clareza
a mentalidade tacanha da população tupiniquim, que se baseia em empreendimentos
completamente estranhos às funções públicas, à administração do país, por
dizerem respeito à atividade eminentemente privada, para associá-la ao
desempenho do governo. É
bastante desanimador se perceber que, tanto o governo como parcela significativa
da população, não terem a devida consciência sobre a administração do país e o
desempenho da Seleção Canarinha, por não terem o real sentimento sobre os
valores da administração pública e do futebol, que jamais deveriam ser
confundidos, em benefício da nação e da sociedade. Chega a ser ridículo e
medíocre que a presidente da República e sua trupe de campanha tencionem tirar
proveito dos jogos da seleção e até mesmo do possível sucesso da Copa do Mundo
no Brasil, pondo em destaque evento totalmente planejado e organizado com o
propósito exclusivamente promocional, com vinculação à finalidade pessoal,
atribuída à candidata petista, como alegado pelo partido que vai fazer uso do
resultado da copa na campanha eleitoral, explorando o sucesso dela, como se o
Brasil, que custeou com recursos dos bestas dos contribuintes os superfaturados
e megalomaníacos estádios e as demais obras para a copa, fosse somente o PT,
não permitindo, caso fosse possível e respeitado o princípio republicano, que
os outros candidatos possam se beneficiar do mesmo evento. De qualquer forma, é
ridículo que o governo imagine se beneficiar, para fins meramente eleitoreiros,
de gastos que, à toda evidência, não se destinam ao atendimento de políticas
públicas para o beneficiamento ou a satisfação do interesse público. Ao
contrário, os dispêndios da copa já geraram gigantescos rombos aos cofres
públicos e continuarão a onerar o Tesouro público, depois dela, com a
manutenção dos estádios elefantes brancos construídos, uma vez que nem mesmo o
Maracanã será capaz de se automanter, ficando o ônus da manutenção deles para
os contribuintes. Infelizmente, as mentalidades do governo e da população ainda
não conseguiram perceber a forma politicamente correta para o emprego das
verbas públicas, que não deveria se destinar senão à satisfação do interesse
público e, nesse caso, a copa até poderia se realizar no Brasil, mas as
construções e reformas dos estádios teriam que ser custeadas com dinheiro exclusivamente
privado, justamente porque os seus fins não comportam, à toda evidência, a
participação de recursos públicos, salvo no caso das obras de mobilidade, que
seriam dispensáveis se o Brasil já as tivesse executado há bastante tempo, por
força do desenvolvimento natural da humanidade e das metrópoles. No caso do
Brasil, as obras de mobilidade estão atrasadas há décadas, em relação ao resto
do mundo, onde existe, há bastante tempo, bons e modernos metrôs, excelentes
aeroportos, transportes urbanos e demais apoios indispensáveis ao conforto dos
turistas, independentemente da realização de eventos, como a Copa do Mundo, porque
o próprio desenvolvimento impõe que os projetos de mobilidade sejam executados
concomitantes a ele. Compete à população se conscientizar sobre a necessidade
da urgente modernização do pensamento político acerca do emprego dos recursos
públicos, que devem ser exclusivamente no atendimento do interesse público,
repudiando os maus homens públicos que fazem uso de eventos eminentemente
privados com a tentativa de se beneficiarem, em termos eleitoreiros,
nitidamente em afronta aos princípios da ética, do decoro, da moralidade e da
legalidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de julho de 2014
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