Volta e meia, a questão da
espionagem envolvendo os americanos toma conta das manchetes da mídia,
mostrando que pouco ou nada adiantou os países espionados, a exemplo do Brasil,
terem estrebuchado e demonstrado enorme irritação sobre o poderoso presidente
dos Estados Unidos da América, que até tem tentado esboçar boa vontade ao
afirmar ao mundo que teria determinado o controle e a limitação sobre a arapongagem
nos países e nos lugares da sua preferência e dos seus interesses, a exemplo do
país tupiniquim e de outros que têm tecnologia ou são governados por ditadores,
com ideologias socialistas que menosprezam os direitos humanos e os princípios
democráticos, demonstrando indiferença aos governos de sistema democraticamente
consolidado e politicamente desenvolvidos. Não há a menor dúvida de que não
adiante o país, como o Brasil, simplesmente protestar e denunciar junto aos
organismos internacionais a invasão de privacidade das suas informações e comunicações,
sem que medidas internas e efetivas sejam adotadas no sentido do aparelhamento
à altura de proteger o sigilo de seus dados e de suas informações, de modo que
os invasores cibernéticos não tenham condições mínimas de vasculhar os segredos
oficiais e da sociedade, que até podem não ser muito relevantes, mas é forma de
demonstrar competência de se cuidar e se proteger contra a invasão dos inimigos
da espionagem, que, em princípio, deveriam respeitar a privacidade e a
independência das nações e dos povos.
Exposto a público o problema, ficaria muito chato se o Brasil não
protestasse e não tomasse outras medidas vistosas, sem descambar para a
bravata, como bravamente tem feito até agora, apenas de forma louvável e nada mais
para solucionar o problema, na forma devidamente adequada. Por seu turno, os
americanos também seguem, a seu modo, afirmando que não têm tirado proveito
sobre suas indevidas espionagens, ou seja, para eles a invasão de privacidade é
inofensiva e não causa nenhum estrago ou prejuízo às nações vasculhadas,
consideradas tradicionais aliadas e amigas. Nesse episódio da espionagem, os
americanos fingem que prestam informações sobre os fatos ocorridos, dão
entrevistas e se pronunciam em tom respeitoso e até prometem esclarecer tudo,
mas até agora nada foi informado e muito menos esclarecido ou justificado sobre
as incursões no território brasileiro, para espionar os segredos palacianos,
estatais e particulares. Enquanto isso, o governo brasileiro continua na
angústia e na maior agonia esperando informações reveladoras sobre o que
realmente teria sido obtido de importante para os americanos, que certamente
não teria se ocupado de espionar o Brasil por simples deleite imotivado. O
certo é que quanto mais o governo brasileiro fica choramingando aos quatro
cantos, com cara de menino mimado, as questões principais nacionais são
relegadas a planos secundários, por incompetência ou por entender que o povo
brasileiro merece que as mazelas continuem imperando à luz solar, sem que
ninguém tenha a dignidade de exigir providências dos governantes. Até quando
este país vai continua sem autoridade e sem iniciativas capazes de solucionar
as pletoras questões nacionais? Será que não tem ninguém com responsabilidade
política para enfrentar a apatia e a inépcia gerencial do país, sabendo-se que
os problemas se avolumam em gravidade? Acorda, povo brasileiro e exija efetivas
ações dos governantes, que estão muito mais focados nos seus interesses, principalmente
na continuidade do poder, em prejuízo das causas nacionais. O governo
brasileiro, ao reclamar da invasão de privacidade, deveria reconhecer a fragilidade
dos sistemas de contraespionagens do país, que, embora até possam existir, não
evoluíram a ponto de interceptar os poderosos aparelhos olhudos e
bisbilhoteiros do resto do mundo, em especial os dos norte-americanos, que se
julgam donos do planeta e com plenos poderes para espionar quem bem quiser,
inclusive o anacrônico país tupiniquim, que ainda tem a petulância de imaginar
que tem o direito de reclamar das estripulias do Tio Sam, quando somente teve
conhecimento que estava sendo espionado depois da divulgação dos documentos
fornecidos por agente delator americano. Compete ao governo brasileiro, a par
de reconhecer, humildemente, a fragilidade de seus sistemas antiespionagens, investir
o suficiente para se evoluir como fizeram os países desenvolvidos, de modo a se
proteger e ainda ter o privilégio de se equiparar às nações competentes e
responsáveis quanto à preservação das suas informações e comunicações. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de julho de 2014
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