domingo, 20 de julho de 2014

A precaridade da contraespionagem

Volta e meia, a questão da espionagem envolvendo os americanos toma conta das manchetes da mídia, mostrando que pouco ou nada adiantou os países espionados, a exemplo do Brasil, terem estrebuchado e demonstrado enorme irritação sobre o poderoso presidente dos Estados Unidos da América, que até tem tentado esboçar boa vontade ao afirmar ao mundo que teria determinado o controle e a limitação sobre a arapongagem nos países e nos lugares da sua preferência e dos seus interesses, a exemplo do país tupiniquim e de outros que têm tecnologia ou são governados por ditadores, com ideologias socialistas que menosprezam os direitos humanos e os princípios democráticos, demonstrando indiferença aos governos de sistema democraticamente consolidado e politicamente desenvolvidos. Não há a menor dúvida de que não adiante o país, como o Brasil, simplesmente protestar e denunciar junto aos organismos internacionais a invasão de privacidade das suas informações e comunicações, sem que medidas internas e efetivas sejam adotadas no sentido do aparelhamento à altura de proteger o sigilo de seus dados e de suas informações, de modo que os invasores cibernéticos não tenham condições mínimas de vasculhar os segredos oficiais e da sociedade, que até podem não ser muito relevantes, mas é forma de demonstrar competência de se cuidar e se proteger contra a invasão dos inimigos da espionagem, que, em princípio, deveriam respeitar a privacidade e a independência das nações e dos povos.  Exposto a público o problema, ficaria muito chato se o Brasil não protestasse e não tomasse outras medidas vistosas, sem descambar para a bravata, como bravamente tem feito até agora, apenas de forma louvável e nada mais para solucionar o problema, na forma devidamente adequada. Por seu turno, os americanos também seguem, a seu modo, afirmando que não têm tirado proveito sobre suas indevidas espionagens, ou seja, para eles a invasão de privacidade é inofensiva e não causa nenhum estrago ou prejuízo às nações vasculhadas, consideradas tradicionais aliadas e amigas. Nesse episódio da espionagem, os americanos fingem que prestam informações sobre os fatos ocorridos, dão entrevistas e se pronunciam em tom respeitoso e até prometem esclarecer tudo, mas até agora nada foi informado e muito menos esclarecido ou justificado sobre as incursões no território brasileiro, para espionar os segredos palacianos, estatais e particulares. Enquanto isso, o governo brasileiro continua na angústia e na maior agonia esperando informações reveladoras sobre o que realmente teria sido obtido de importante para os americanos, que certamente não teria se ocupado de espionar o Brasil por simples deleite imotivado. O certo é que quanto mais o governo brasileiro fica choramingando aos quatro cantos, com cara de menino mimado, as questões principais nacionais são relegadas a planos secundários, por incompetência ou por entender que o povo brasileiro merece que as mazelas continuem imperando à luz solar, sem que ninguém tenha a dignidade de exigir providências dos governantes. Até quando este país vai continua sem autoridade e sem iniciativas capazes de solucionar as pletoras questões nacionais? Será que não tem ninguém com responsabilidade política para enfrentar a apatia e a inépcia gerencial do país, sabendo-se que os problemas se avolumam em gravidade? Acorda, povo brasileiro e exija efetivas ações dos governantes, que estão muito mais focados nos seus interesses, principalmente na continuidade do poder, em prejuízo das causas nacionais. O governo brasileiro, ao reclamar da invasão de privacidade, deveria reconhecer a fragilidade dos sistemas de contraespionagens do país, que, embora até possam existir, não evoluíram a ponto de interceptar os poderosos aparelhos olhudos e bisbilhoteiros do resto do mundo, em especial os dos norte-americanos, que se julgam donos do planeta e com plenos poderes para espionar quem bem quiser, inclusive o anacrônico país tupiniquim, que ainda tem a petulância de imaginar que tem o direito de reclamar das estripulias do Tio Sam, quando somente teve conhecimento que estava sendo espionado depois da divulgação dos documentos fornecidos por agente delator americano. Compete ao governo brasileiro, a par de reconhecer, humildemente, a fragilidade de seus sistemas antiespionagens, investir o suficiente para se evoluir como fizeram os países desenvolvidos, de modo a se proteger e ainda ter o privilégio de se equiparar às nações competentes e responsáveis quanto à preservação das suas informações e comunicações. Acorda, Brasil!
 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 20 de julho de 2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário