domingo, 17 de agosto de 2014

A degeneração da economia

Os mais variados segmentos da economia sinalizam com maus agouros para o desempenho e a expansão do país, no que diz respeito ao crescimento do Produto Interno Bruto – PIB, cujo resultado do primeiro trimestre do ano não passou de 0,2%, com tendência de que as atividades econômicas não esbocem reações animadoras para a superação do fracasso demonstrado no aludido período. Na realidade, os termômetros de avaliação do Banco Central do Brasil indicam crescimento pouco convincente, confirmando tão somente a piora da pálida situação da economia nacional, com demonstração do agravamento do estado letárgico e da forte tendência ao rumo inadmissível de estagnação que se avizinha, que é o crescimento negativo do país. O certo é que os economistas, os papas do ramo, não acreditam que possa haver reação da economia, à vista do recuo, em março, de 0,3% da produção industrial, que não foi compensado pelo varejo no mês seguinte, a exemplo do que sempre ocorria nos anos anteriores. Ante as restrições à concessão de créditos e à redução dos incentivos fiscais, que são desfavoráveis à venda de bens duráveis, os especialistas rebaixaram suas expectativas sobre a expansão econômica deste ano, que deverá ser o quarto ano consecutivo de baixo crescimento da economia brasileira. A continuidade do fraco ritmo da expansão da economia tende a comprometer seriamente a manutenção do ainda bom nível do emprego e da renda. Não obstante, os economistas nutrem a esperança de retomada da economia mundial, em especial dos Estados Unidos da América, que é o principal parceiro comercial do Brasil, e a queda mais consistente, no plano interno, da inflação, por serem fatores capazes de impulsionar as atividades industriais, como forma de incrementar as exportações e o aquecimento do consumo interno. É lamentável como o Brasil, possuidor de ímpares potencialidades econômicas, à vista das suas riquezas nos mais variados segmentos da economia, seja obrigado a passar por situação de precariedade quanto ao desempenho da economia, por culpa da evidente incompetência da equipe econômica do país, ante as leviandades perpetradas pela administração, principalmente mediante as espúrias coalizões de governabilidade, que possibilitaram o gerenciamento dos negócios do país, na sua maioria, por políticos incapacitados e despreparados para o exercício de importantes cargos de direção. Na verdade, à luz dos fatos materializados na sua longeva e improdutiva gestão, o governo, nesse particular, deixa importante lição de como não se deve administrar o país com as qualidades e potencialidades como o Brasil, que exige bastante competência e muita responsabilidade. O próximo governante da nação tem o dever de assumir firme compromisso com o gerenciamento da economia nos melhores padrões de qualidade, sob o comando de especialistas de escol e altamente preparados, de modo que o gerenciamento da economia e de resto do país seja efetivamente valorizado sob o prisma da eficiência e da modernidade dos fundamentos e dos princípios devidamente adequados à economia mundial, sem perder de vista a premência das imprescindíveis reformas dos sistemas e das estruturas pertinentes às atividades econômicas, em especial das políticas tributária e fiscal, como forma de se priorizar o beneficiamento ao processo industrial e aos investimentos estrangeiros, que foram prejudicados sobremodo pelo famigerado custo Brasil, que tem sido motivador implacável da desindustrialização nacional. Compete à sociedade se conscientizar, com a máxima urgência, de que o modelo econômico vigente vem contribuindo positiva e progressivamente para o subdesenvolvimento do país, ante a forte resistência aos princípios modernizantes dos sistemas econômicos, abraçados por pensamentos retrógrados e dissociados da realidade mundial. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 16 de agosto de 2014

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