A enorme distância que separa a
realidade brasileira e o pensamento dos amantes da administração do país se
traduz exatamente em enxergar com os olhos do surrealismo e do imaginário os
fatos, sob a exclusiva concepção de que o país não precisa ser administrado com
competência e eficiência, basta apenas ter compromisso com a distribuição de
renda, mediante o assistencialismo pelos programas sociais, possivelmente com
viés eleitoreiro, para que parcela significativa da sociedade entenda que não
se deve trocar o certo pelo duvidoso, em termos de mudanças gerenciais. Em se
tratando de nação, convém que o governo seja avaliado sob a sua real
competência administrativa e gerencial. No caso do governo petista, que
prometia ser o mais ético e moral da face da Terra, logo que assumiu o poder fez
aliança com os políticos da pior espécie, aqueles que seus caciques os
consideravam como pilantras, picaretas, corruptos etc., cuja união perdura até
a atualidade, com os quais mantém coalizões de governabilidade, sob a
manutenção do execrável fisiologismo ideológico, mediante o loteamento de
ministérios e empresas estatais entre os partidos de sustentação da base do
governo. As pessoas que amam o governo ignoram completamente as graves
irregularidades, denominadas de malfeitos pela presidente, envolvendo recursos
públicos ou desmoralização dos princípios ético, moral e de dignidade, a
exemplo do famigerado escândalo do mensalão, que abalou os pilares da
República, tendo como resultado a condenação dos mensaleiros, alguns integrantes
da cúpula petista, pelo Supremo Tribunal Federal, à vista das robustas provas
carreadas aos autos pertinentes, o rumoroso caso da compra da sucateada
refinaria de Pasadena, por preços superfaturados, causando gigantesco prejuízo
ao patrimônio da Petrobras, com perda de quase a metade do seu capital, cuja
empresa já foi orgulho dos brasileiros, por sua eficiência operacional e pelos
auspiciosos resultados econômico-financeiros. Entre tantas outras irregularidades
protagonizadas no âmbito do governo, cujos resultados não se têm notícia, a
exemplo da Operação Porto Seguro, envolvendo servidora da Presidência da
República que ocupava gabinete ocioso em São Paulo. Os simpatizantes do governo
por certo concordam com os elevadíssimos investimentos realizados em Cuba, na
construção de moderno porto, estradas, aeroportos, obras públicas etc., com
recursos dos otários dos brasileiros, quando obras semelhantes no Brasil
padecem do lamentável sucateamento e do desprezo do Estado. Os apaixonados pelo
PT certamente concordam que a presidente da República conceda a países
africanos dispensa do pagamento de empréstimos para obras naqueles países,
realizadas exatamente por empresas brasileiras responsáveis por suntuosos financiamentos
de campanhas de políticos governistas, embora toda essa dinheirama seja oriunda
dos bolsos dos tolos dos brasileiros, a qual poderia ser integralmente aplicada
aqui no Brasil. Os defensores do governo devem se orgulhar das ajudas
financeiras igualmente aos demais governantes socialistas sul-americanos,
quando os brasileiros continuam carecendo da prestação de serviços públicos de
qualidade, a exemplo das reclamações objeto das manifestações das ruas,
denunciando o desgoverno, que foi reconhecido pelos líderes, de que o povo
precisava de mais e melhor qualidade de saúde, de educação, segurança pública, saneamento
básico, infraestrutura e, enfim, de efetiva presença do Estado, com eficiência
e competência. É evidente que os defensores desse governo se satisfazem em
continuar vendo o Brasil elencado nos piores lugares da avaliação por organismo
da ONU do Índice de Desenvolvimento Humano, sendo ultrapassado por países de
pouca expressão, em termos de potencialidades e grandezas econômicas, fato esse
que demonstra o irrisório tamanho da competência dos administradores públicos,
que desprezam a imperiosa necessidade de investir em áreas sociais prioritárias.
Enfim, as mazelas e as precariedades desse governo são reveladas na condução
das políticas econômicas, embora ele assegure que a situação ainda não é de
crise e muito menos desespero, mesmo com a reiterada retração do crescimento
econômico, demonstrada pelo pífio desempenho do Produto Interno Bruto, que nos
últimos trimestres resolveu andar de marcha à ré, quando os países emergentes,
que enfrentam as mesmas dificuldades internacionais da economia, conseguem desempenho
satisfatório de suas atividades econômicas. As lições de incompetência e
ruindades administrativas e gerenciais do governo são tantas que somente os
conformados com a mesmice, o atraso e a resistência às mudanças na gestão dos
recursos públicos ainda conseguem dar crédito a quem já demonstrou, de forma
cabal, pelos reiterados exemplos de muitos anos, que a sua continuidade
certamente não fará bem ao país e muito menos ao seu povo, que precisa se
conscientizar sobre a urgente necessidade da injeção de sangue novo nas veias
da administração pública, como tentativa da consecução de políticas e ações renovadas
com a oxigenação de novos hábitos e de novas práticas políticas, se possível,
completamente contrárias à maneira como o país vem sendo administrado nos
últimos tempos, evidentemente preservadas as medidas que demonstraram o atendimento
e a satisfação do interesse público, admitidos os aperfeiçoamentos e as
adaptações peculiares à nova gestão do país, que não pode prescindir da
participação da efetiva da sociedade, como forma de contribuir para o
desenvolvimento social, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 30 de agosto de 2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário