Em evidente demonstração de falta de criatividade,
o primeiro programa da candidata petista, no horário eleitoral, foi ao ar mostrando-a
preparando uma macarronada. A cena teria sido idealizada com a finalidade de
humanizar a presidente do país, mostrando seu lado dona de casa que também sabe
mexer com as panelas da principal casa do país. No entanto, os comentários
foram inevitáveis e muitos partiram até mesmo do Palácio do Planalto, tendo
alguns assessores brincados com a afirmação de que, somente mesmo vendo, para
acreditar que a presidente vai com frequência para a cozinha do Palácio da
Alvorada. Ainda houve quem dissesse que a presidente, pelo amplo tempo que
dispõe, poderia até aproveitar para passar a receita completa da macarronada. É bastante estranho
que os marqueteiros tenham a iniciativa ilógica de forçar bisonha atitude da
candidata petista, para transformá-la em ato forçado de humanização, quando
ela, em quase quatro anos de governo, não havia sinalizado para o seu domínio
da arte da culinária. Trata-se de forçar a barra na tentativa de mostrar o lado
mãezona dos brasileiros, como se ela tivesse alguma vocação para essa atividade
que funciona muito mais como ilogismo, demagogia e incoerência, em relação à
realidade das famílias brasileiras que até podem comer macarrão, mas, com
certeza, no palácio presidencial o menu principal se aproxima muito mais do
filé mignon, da lagosta, do camarão, do caviar e de gêneros congêneres, que são
alimentos próprios dos socialistas, que defendem a socialização para os pobres
mortais, mas, no seu confortável palácio, o esbanjamento e as mordomias são
sempre deslumbrantes por que custeados pelos tolos dos contribuintes. Veja-se
que até mesmo o traje da petista não combinava com o cenário de cozinha que foi
ao ar, porquanto ela se apresentou trajada de terninho e usando joias de finos
gosto e qualidade, bem apropriados às atividades normais do expediente palaciano,
trajes completamente diferentes do trivial da dona de casa, que usa sempre o
seu tradicional avental, sem terninho, joias e maquiagem. Não há dúvida de que
a aparição da candidata como cozinheira foi uma jogada “esperta” de marketing
que deveria ter sido evitada, justamente por ter sido uma representação teatral
inverossímil, com a tentativa de manipular a ingenuidade do eleitor menos
esclarecido. Aliás, como é normal entre
os políticos não haver muita coerência nas suas atitudes, é bem provável que a petista
não tenha habilidade nem mesmo para preparar um miojo - que já vem pronto, mas
talvez ela ainda tivesse dúvida se precisava ferver a água -, quanto mais para
fazer a suculenta macarronada mostrada na televisão. Por certo, se os
brasileiros dependessem da culinária da petista, com certeza iriam passar fome,
à vista das dificuldades que o país vem enfrentando na gestão da presidente, em
especial quanto à execução das políticas econômicas, com a inflação em alta, o
acelerado crescimento das dívidas públicas, a falta de controle das contas
públicas, o sofrível desempenho do Produto Interno Bruto e tantas precariedades
na prestação dos serviços públicos, que deixam de atender de forma satisfatória
os programas pertinentes à saúde pública, à educação, à segurança pública, aos
transportes, à infraestrutura, ao saneamento básico etc., ensejando que a
população se manifestasse em protestos, a exemplo do que ocorreu em junho do
ano passado, cujo quadro de precariedade não se modificou, porquanto permanecem
as mesmas agruras nos hospitais, nas estradas, na falta de combate à
criminalidade, enfim, na prestação dos serviços públicos de competência constitucional
e legal do Estado. Com consequência, o Índice de Desenvolvimento Humano, medido
por organismo internacional, com base no desempenho das atividades pertinentes,
em especial, à saúde e à educação, seja dos piores do mundo, sendo ultrapassado
por índice de países de insignificância econômica, em relação às
potencialidades do Brasil. Convém que os governantes se conscientizem sobre a
realidade das condições de vida dos brasileiros, evitando manipular fatos que
não encobrem as reais precariedades e mazelas do país, que deveriam ser
enfrentados com o realismo que elas se apresentam, como forma responsável de se
buscar os instrumentos capazes para solucioná-las com competência e
responsabilidade, porque os brasileiros merecem ser tratados com respeito e
dignidade, que não condizem com artificialismo e manipulação de situações para distorcer
a realidade dos fatos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília,
em 21 de agosto de 2014
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