quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Recriminação às propagandas eleitoreiras

A análise sobre a última pesquisa Ibope acerca da sucessão presidencial resulta, na prática, na estabilização dos números, fato que confirma a resistência da candidata petista em se manter no patamar alto da preferência do eleitorado, cujas intenções de voto representam igualdade entre ela e seus adversários. Isso significa que, se a eleição fosse decidida pelos eleitores pesquisados, a presidente ainda poderia ser eleita no primeiro turno. Todavia, à vista do histórico das últimas três eleições, essa tendência pode não se confirmar, porque o PT nunca ganhou disputa presidencial no primeiro turno. Além disso, os opositores da petista ainda podem crescer e levar a eleição para o segundo turno, tendo-se em conta os altíssimos percentuais de votos daqueles que não sabem/não responderam ou vão anular o voto/votarem em branco, que atingem respectivamente 13% e 11%. Por sua vez, na simulação de segundo turno, o candidato tucano está apenas seis pontos percentuais atrás da candidata petista, evidenciando também estabilidade e enorme dificuldade de crescimento expressivo dos principais candidatos da oposição. Não obstante, a presidente se preocupa com a forte rejeição à sua pessoa, que atinge a 35%, enquanto o candidato tucano vem em seguida com apenas 15% de rejeição. O principal desafio do PT é tentar melhorar, na campanha, principalmente na exposição da candidata na propaganda no rádio e na televisão, os índices de avaliação do governo, mostrando suas realizações. Não se pode desconhecer que, nos debates, nas aparições públicas e nas entrevistas, os candidatos deverão ficar menos protegidos pelo marketing e mais expostos às acusações sobre as falhas e as deficiências, notadamente no caso dos escândalos e das irregularidades com recursos públicos, a exemplo da Petrobras e de outros episódios que certamente terão por finalidade ferir a imagem do oponente e denegri-lo perante os eleitores. O principal argumento do governo para tentar permanecer no poder deverá ser, sem dúvida, a exposição das suas realizações na área social, como se a primacial razão da administração do país se restringisse tão somente à resolução de questões sociais, deixando de lado as demais políticas de competência constitucional do Estado, em especial no que se refere ao sistema econômico, que é fundamental e primordial ao incremento do desenvolvimento do país. É natural que a candidata petista deva se esforçar para defender com garras afiadas, nos programas de rádio e televisão, as realizações de seu governo, inclusive alegando, obviamente sem o menor fundamento, que a burguesia pretende assumir a administração do país para acabar com as conquistas sociais asseguradas no governo petista, fato que não constitui novidade porque essas argumentações já se tornaram marca registrada do partido que não teve competência senão para aproveitar as ideias do governo anterior, a exemplo dos planos de estabilidade econômica, dos programas assistencialistas e das demais ações que vinham sendo executados pelo seu antecessor, o que vale dizer que o atual governo não apresentou nenhuma novidade na administração do país e pouco realizou em benefício ao seu desenvolvimento, em razão de suas potencialidades naturais e econômicas. Não há dúvida de que o Brasil jamais deveria estar em situação tão acanhada e distanciada dos países desenvolvidos, que não têm os recursos dele, mas conseguiram atingir patamar superior ao que ele se situa em razão da eficiência e da competência de suas administrações. Na realidade, a principal bandeira socialista deverá ser a propaganda do PT na campanha eleitoral, com a tentativa de confundir a consciência do eleitor com seus projetos de cunho eminentemente eleitoreiros, que não passam de engodo para atrair a atenção das pessoas ingênuas e desinformadas sobre o verdadeiro projeto petista de perenidade no poder, que se fundamenta basicamente na destruição das instituições e na precariedade da prestação dos serviços públicos de competência constitucional do Estado, propiciando a decadência da educação, da segurança pública, da saúde pública, dos transportes, do saneamento básico etc., de modo que o Brasil apenas figure entre os piores países avaliados quanto ao Índice de Desenvolvimento Humano, embora o país seja considerado a sétima economia mundial. Tudo isso sem mencionar que o Brasil o país que se destaca mundialmente pela altíssima concentração de corruptos, ostentando ainda a deplorável e indigna condição de aplaudir como heróis nacionais criminosos condenados por crimes de corrupção. É lamentável que os brasileiros não tenham o mínimo de consciência sobre a desmoralização dos princípios democráticos e de civilidade por parte de quem se aproveita dos recursos públicos para fortalecimento da ideologia para permanência no poder, não importando os fins para o atingimento dos meios, em completa degeneração e desprezo das causas nacionais. A sociedade precisa se conscientizar sobre a necessidade da urgente moralização dos princípios democrático e republicano, como forma de contribuição ao efetivo desenvolvimento do país, de maneira completa e integral os sistemas social, econômico, político e democrático, não somente com relação aos programas assistencialistas, que, em princípio, demonstram ter viés eleitoreiro. Acorda, Brasil! 
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de agosto de 2014

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