A análise sobre a última pesquisa Ibope
acerca da sucessão presidencial resulta, na prática, na estabilização dos
números, fato que confirma a resistência da candidata petista em se manter no
patamar alto da preferência do eleitorado, cujas intenções de voto representam
igualdade entre ela e seus adversários. Isso significa que, se a eleição fosse
decidida pelos eleitores pesquisados, a presidente ainda poderia ser eleita no
primeiro turno. Todavia, à vista do histórico das últimas três eleições, essa
tendência pode não se confirmar, porque o PT nunca ganhou disputa presidencial no
primeiro turno. Além disso, os opositores da petista ainda podem crescer e
levar a eleição para o segundo turno, tendo-se em conta os altíssimos
percentuais de votos daqueles que não sabem/não responderam ou vão anular o
voto/votarem em branco, que atingem respectivamente 13% e 11%. Por sua vez, na
simulação de segundo turno, o candidato tucano está apenas seis pontos
percentuais atrás da candidata petista, evidenciando também estabilidade e
enorme dificuldade de crescimento expressivo dos principais candidatos da
oposição. Não obstante, a presidente se preocupa com a forte rejeição à sua
pessoa, que atinge a 35%, enquanto o candidato tucano vem em seguida com apenas
15% de rejeição. O principal desafio do PT é tentar melhorar, na campanha,
principalmente na exposição da candidata na propaganda no rádio e na televisão,
os índices de avaliação do governo, mostrando suas realizações. Não se pode
desconhecer que, nos debates, nas aparições públicas e nas entrevistas, os
candidatos deverão ficar menos protegidos pelo marketing e mais expostos às
acusações sobre as falhas e as deficiências, notadamente no caso dos escândalos
e das irregularidades com recursos públicos, a exemplo da Petrobras e de outros
episódios que certamente terão por finalidade ferir a imagem do oponente e
denegri-lo perante os eleitores. O principal argumento do governo para tentar
permanecer no poder deverá ser, sem dúvida, a exposição das suas realizações na
área social, como se a primacial razão da administração do país se restringisse
tão somente à resolução de questões sociais, deixando de lado as demais
políticas de competência constitucional do Estado, em especial no que se refere
ao sistema econômico, que é fundamental e primordial ao incremento do
desenvolvimento do país. É natural que a candidata petista deva se esforçar
para defender com garras afiadas, nos programas de rádio e televisão, as
realizações de seu governo, inclusive alegando, obviamente sem o menor
fundamento, que a burguesia pretende assumir a administração do país para
acabar com as conquistas sociais asseguradas no governo petista, fato que não
constitui novidade porque essas argumentações já se tornaram marca registrada
do partido que não teve competência senão para aproveitar as ideias do governo
anterior, a exemplo dos planos de estabilidade econômica, dos programas
assistencialistas e das demais ações que vinham sendo executados pelo seu
antecessor, o que vale dizer que o atual governo não apresentou nenhuma
novidade na administração do país e pouco realizou em benefício ao seu
desenvolvimento, em razão de suas potencialidades naturais e econômicas. Não há
dúvida de que o Brasil jamais deveria estar em situação tão acanhada e
distanciada dos países desenvolvidos, que não têm os recursos dele, mas
conseguiram atingir patamar superior ao que ele se situa em razão da eficiência
e da competência de suas administrações. Na realidade, a principal bandeira socialista
deverá ser a propaganda do PT na campanha eleitoral, com a tentativa de
confundir a consciência do eleitor com seus projetos de cunho eminentemente
eleitoreiros, que não passam de engodo para atrair a atenção das pessoas
ingênuas e desinformadas sobre o verdadeiro projeto petista de perenidade no
poder, que se fundamenta basicamente na destruição das instituições e na
precariedade da prestação dos serviços públicos de competência constitucional
do Estado, propiciando a decadência da educação, da segurança pública, da saúde
pública, dos transportes, do saneamento básico etc., de modo que o Brasil apenas
figure entre os piores países avaliados quanto ao Índice de Desenvolvimento
Humano, embora o país seja considerado a sétima economia mundial. Tudo isso sem
mencionar que o Brasil o país que se destaca mundialmente pela altíssima
concentração de corruptos, ostentando ainda a deplorável e indigna condição de
aplaudir como heróis nacionais criminosos condenados por crimes de corrupção. É
lamentável que os brasileiros não tenham o mínimo de consciência sobre a
desmoralização dos princípios democráticos e de civilidade por parte de quem se
aproveita dos recursos públicos para fortalecimento da ideologia para
permanência no poder, não importando os fins para o atingimento dos meios, em
completa degeneração e desprezo das causas nacionais. A sociedade precisa se
conscientizar sobre a necessidade da urgente moralização dos princípios
democrático e republicano, como forma de contribuição ao efetivo desenvolvimento
do país, de maneira completa e integral os sistemas social, econômico, político e
democrático, não somente com relação aos programas assistencialistas, que, em princípio, demonstram ter viés
eleitoreiro. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de agosto de 2014
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