Momentos depois da divulgação da pesquisa Ibope,
os presidenciáveis que estavam na dianteira da preferência dos eleitores
pesquisados perderam o rumo e a concentração, passando a acusar o despreparo da
candidata pessebista, fenômeno de intenções de voto na aludida pesquisa e a
apontar possíveis defeitos dela. A candidata petista afirmou que a campanha
eleitoral será "baseada na mentira",
na tentativa de alfinetar a candidata do PSB, que foi rebatida pela presidente,
que disse que não basta trazer pessoas boas para governar, mas que são
necessárias pessoas "compromissadas
com distribuição de renda". A petista afirmou que "Na primeira eleição de Lula a gente dizia 'a
esperança vai vencer o medo' e venceu. Agora nós estamos diante de uma campanha
que vai estar baseada na mentira. Na mentira como eles fizeram durante a Copa
do Mundo, que disseram 'não vai ter Copa, não tem aeroporto, não tem estádio,
não tem rua, não tem nada', e teve Copa". Até então, a petista havia priorizado
a polarização com o PSDB, insistindo na comparação do governo tucano com os 12
anos da gestão petista. A petista ironizou a possibilidade de a pessebista ser
simpática à ideia de procurar pessoas do PT e do PSDB para participar no governar
dela, sob o argumento de que pretende administrar o país "com os melhores". A presidente
disse que "Essa história que você
acha os bons ou os melhores sem aferição não está certa não. Como é que eu vou
fazer uma política da agricultura familiar com quem não defende a agricultura
familiar? A pessoa pode ser ótima, mas ela não tem nenhum compromisso com
agricultura familiar. Ela não fará. Não é uma questão de a pessoa ser boa ou
ser ruim, é uma questão de que compromisso ela tem. É melhor ter pessoas boas e
compromissadas do que pessoas boas e sem compromisso". É evidente que a
pesquisa, que nem pode ser tão realista como ela foi interpretada no pé da
letra, mas teve a capacidade de pôr lenha na fogueira da campanha, atiçando as
mentes, principalmente dos marqueteiros, que levaram a candidata petista a recorrer
a recurso bastante usado no governo petista, que foi embasado na falta de
verdade, mais precisamente com relação às corrupções, notadamente no que diz
respeito ao mensalão, que sequer é admitido pela cúpula petista, embora o
Supremo Tribunal Federal, composto por alguns ministros indicados pelo governo
petista, tenha atestado, de forma categórica, com base nas robustas e substanciais
provas constantes dos autos, que se trata do maior escândalo da história
republicana, tendo julgado os mensaleiros pelos crimes de corrupção ativa,
corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, cujos fatos constituem
verdades irrefutáveis, mas os petistas insistem em caracterizá-los como
mentiras, justamente para fugir da fama de fraudadores dos cofres públicos. Talvez
impactada pelo resultado da última pesquisa, muita gente desandou a falar,
raivoso e confuso, sem perceber que suas palavras poderiam estar refletindo a
própria imagem no espelho. Também não existe maior mentira do que a utilização
de recursos públicos para potencializar a distribuição de renda entre famílias
carentes de ajuda financeira, em obediência a planejamento estritamente de
governo populista, com nítido viés eleitoreiro, conforme demonstram os fatos. É
mais do que notório que, enquanto o governo prioriza seu compromisso com a
distribuição de renda, tendo por objetivo a visível perenidade no poder, a
nação padece com a falta de compromissos com os programas desenvolvimentistas,
mais precisamente pela inexistência de investimentos em obras de impacto e pela
precariedade como a política econômica vem sendo gerenciada, à vista da
evidenciação dos pífios resultados, em especial do Produto Interno Bruto, que
teve desempenho negativo no primeiro semestre deste ano. O certo é que as
demais políticas do governo não condizem, nem de longe, com as riquezas e as potencialidades
do Brasil, que merece administrador com sensibilidade capaz de entender que não
basta ter compromisso somente com a distribuição de renda, quando os programas
essenciais e imprescindíveis ao progresso do país ficam renegados a planos
subalternos, sem a real importância que eles representam para o desenvolvimento
nacional. Não há dúvida de que só o fato de ressaltar a importância da
distribuição de renda, em plena campanha eleitoral, denota claro indicativo de
que essa prática funciona como forte apelo eleitoreiro, como forma de
sensibilizar o eleitorado beneficiado com os benefícios do Bolsa Família,
porque as classes mais esclarecidas entendem perfeitamente que o país não tem
condições de se desenvolver sob a gestão de quem tem compromissos e competências
somente para o assistencialismo, em detrimento dos demais projetos maiores e
expressivos chamados Brasil. Compete aos brasileiros se conscientizarem, com
urgência, de que as mentiras e os compromissos somente com assistencialismos
não têm a menor possibilidade de projetar nenhum futuro promissor para o país,
porque suas riquezas e potencialidades reclamam por gerenciamento com a
qualidade e eficiência que englobem as possibilidades de efetivo e verdadeiro
desenvolvimento social, econômico, político e democrático. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de agosto de 2014
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