Conforme avaliação do
Datafolha, a última pesquisa evidencia significativa mudança na disputa
eleitoral, com relação ao levantamento anterior, nas intenções de voto apenas no
que tange à nova candidata pessebista, que, nem tendo sido oficializada nessa
condição, já desponta com 21%, enquanto os outros dois principais candidatos permaneceram
estáveis com 36% e 20%, respectivamente para a petista e o tucano, na preferência
das pessoas pesquisadas. O resultado da pesquisa tem o condão de suscitar novas
possibilidades quanto à tendência do eleitorado e de embaralhar os rumos das
campanhas dos três principais concorrentes, ante a formação de verdadeiro suspense
acerca de para onde, a partir de agora, vai pender o braço da balança
eleitoral, uma vez que, para vencer a eleição no primeiro turno, o candidato
precisa contar mais votos que a soma dos rivais e essa hipótese parece
inexistir. Em consequência, nem mesmo o Datafolha tem condições de afirma se a
eleição será decidida no primeiro turno ou quem poderá ir para o segundo turno.
O certo é que foram entrevistados tão somente 2.843 eleitores entre aproximadamente
140 milhões de cidadãos habilitados ao voto, fato que é bastante temerário se
declarar vencedor antes da abertura das urnas. Impende se atentar também para o
grande percentual dos votos branco/nulo (9%) e daqueles que não sabem/não responderam
(8%), constituindo fator importante para a decisão final do pleito, à medida
que os votos ainda não decididos podem ter peso na apuração das urnas. À toda evidência,
as pesquisas de
intenções de voto para a Presidência da República se caracterizam pela forte
tendência de se evidenciar enorme malefício à verdade dos fatos, porquanto o seu
resultado não reflete com fidedignidade a administração do país, ou seja, não
são levadas em conta as avaliações do conjunto da gestão, compreendendo a
realidade sobre as políticas públicas, com relação às realizações e às omissões
sobre gerenciamento dos programas governamentais, principalmente no que pertine
aos investimentos em obras de impacto e às reformulações dos sistemas
estruturais, que teriam o poder de contribuir para o efetivo desenvolvimento do
país. Não é novidade que o país vem sendo administrado basicamente sob a
priorização de políticas direcionadas à execução de programas
assistencialistas, como o Bolsa Família e outros congêneres, por meio dos quais
o administrador público se vangloria de promover maciça distribuição de renda
às pessoas carentes, que vem sendo executada com total prejuízo das demais políticas
e ações públicas essenciais, por serem relegadas a planos secundários, a
exemplo dos gargalos resultantes da falta de investimentos em obras de melhoria
das condições de vida da população, da morosidade e precariedade das obras em
andamento (vide a transposição das águas do Rio São Francisco, do metrô de
Salvador, da refinaria Abreu e Lima, das obras de mobilidade para a Copa do
Mundo, que continuam em execução, etc.), da falta de combate ao tráfico de drogas,
causando o progressivo aumento da criminalidade e da violência, da degeneração
e deficiência dos demais serviços públicos, como educação, saúde, segurança
pública, transportes, saneamento básico etc., além da inadmissível
irresponsabilidade evidenciada com a omissão sobre reformas estruturais do
Estado, que vem contribuindo de forma preponderante para o desastroso
desempenho da economia, evidenciado pelo pífio crescimento do Produto Interno
Bruto, que é afetado pela progressiva desindustrialização do país, em razão do famigerado
custo Brasil, que serve de contributo para o franco e permanente processo de retirada
do capital internacional do país, por não resistir aos sufocantes encargos
previdenciários, às pesadas cargas tributárias, às altas taxas de juros e aos
demais empecilhos que colaboram como fortaleza para tornar a produção nacional
distante dos processos de competitividade de preços e de mercados, causando
seríssimos prejuízos à indústria nacional, ao emprego, à renda e ao Tesouro.
Como se vê, o resultado da pesquisa eleitoral, com o índice de preferência de 36%
para a presidente da República, é totalmente enganoso e irreal, por não
corresponder à realidade dos fatos, dando a falsa impressão que a mandatária do
país está realmente administrando a nação com o mínimo de competência, quando
os fatos demonstram justamente outra terrível realidade. A sociedade tem a
obrigação de avaliar o desempenho da gestão pública federal, com relação ao que
efetivamente foi feito ou deixou de ser realizado em benefício dos brasileiros,
de modo que as gigantescas potencialidades econômicas do Brasil não possam
continuar sendo reféns de tão somente meras execuções de programas
assistencialistas, com viés tendenciosamente eleitoreiro, permitindo que a administração
da nação não tenha a menor preocupação com os princípios da eficiência, da eficácia
e em especial do desenvolvimento, em se tratando da aplicação de recursos
públicos provenientes de alarmante carga tributária, campeã de irracionalidade
e de incivilidade, por ser extremamente prejudicial ao bolso do cidadão, à produção
nacional e ao progresso da nação. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de agosto de 2014
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