terça-feira, 12 de agosto de 2014

Continuidade da mediocridade?


Mediante mensagem enviada a clientes, uma importante empresa de consultoria econômica prevê que a presidente da República será reeleita e afirma que, em consequência, o cenário mais provável para o país será a desastrosa "continuidade da mediocridade". Essa avaliação político-econômica teve por base os panoramas da economia brasileira e mundial. O documento enfatiza que, na proximidade da eleição, "A presidente está plantada numa sólida diferença para os demais candidatos que, se não é confortável, é desencorajante". Na mensagem, é reconhecido que o horário eleitoral gratuito, na TV, "pode embaralhar as cartas, mas a presidente vai dispor de muito mais tempo que os outros para 'alertar' a classe baixa de que a elite está tentando anular suas conquistas e trazer de volta um passado de dificuldades.". A conclusão da mensagem é bastante enfática de que "É por isto que, visto de hoje, o cenário mais provável é a continuidade da mediocridade, do descompromisso com a Lógica, do mau humor prepotente do poste que se transformou em porrete contra o senso comum.". O texto é assinado por quatro economistas, sendo que uma delas declarou à imprensa que a consultoria escreve exclusivamente para os seus clientes: "Eles pagam pela nossa independência", não tendo ligação com partidos políticos. Segundo os autores, o objetivo da sua análise é traçar "o cenário mais provável e os impactos para economia no momento após a eleição". Segundo suas estimativas, a candidata petista tem entre 60% e 70% de chance de ser reeleita. Há dias atrás, um importante banco enviou para cliente "vip" texto com previsão alarmante, segundo a qual o dólar subiria e a Bolsa de Valores despencaria caso a presidente seja reeleita. O conteúdo desse documento causou enorme mal-estar entre o banco e o governo, tendo a cúpula do PT condenado, de forma exagerada, o entendimento do banco, que foi obrigado a demitir os responsáveis pela notícia contrária ao interesse petista, cujo comunicado do banco foi acompanhado de pedido de desculpas. A previsão da consultoria, constante do relatório, é de que o PIB deve crescer 1,1% neste ano, acenando para perspectiva mais positivo do que o horizonte traçado pela maioria dos analistas econômicos, inclusive da previsão feita pelo Banco Central, que projeta o crescimento do PIB para 0,81% neste ano. Como quem querendo evitar que a sua conclusão não se torne objeto de revide furioso por parte da cúpula governista, a consultoria considera desastroso o desempenho da presidente, na condução das políticas econômicas, classificando-a como medíocre, mas suaviza sua preocupante assertiva com outra bastante alentadora sobre as chances de vitória da petista, em percentual bastante acima do mínimo exigido de cinquenta e um por cento dos votos. Não obstante, não deixa de ser importante o alerta sobre a precariedade da administração do país pela petista, que conseguiu ter uma dos mais medíocres gestões dos recursos públicos, principalmente pela implementação de políticas de priorização e valorização de alianças com políticos e partidos visivelmente ávidos para a consecução de objetivos inerentes à satisfação de seus interesses, em cristalino detrimento das causas nacionais, contrariando em substância os princípios republicanos.  Parece não haver a menor dúvida de que procede a catástrofe anunciada pela aludida empresa de consultoria, quanto aos tenebrosos e medíocres dias que poderão advir com o segundo mandato da petista, principalmente à vista da comprovação do seu pífio desempenho, notadamente com relação ao crescimento das dívidas públicas; ao descontrole das contas públicas; à alta da inflação; à desindustrialização nacional, em consequência do famigerado custo Brasil; às maiores taxas de juros; à pesada carga tributária; à crônica precariedade da prestação de serviços públicos, com significativa afetação do Índice de Desenvolvimento Humano, evidenciando enorme distanciamento do Brasil dos países desenvolvidos; ao artificialismo da contabilidade pública, que tem o condão de distorcer a exatidão do resultado da gestão das contas públicas e de gerar descrédito sobre ele; entre tantas precariedades da administração do país, permeada por bastantes escândalos e casos de corrupção, a exemplo das denúncias de irregularidades em vários ministérios, obrigando a exoneração de seus titulares, e, por último, na Petrobras, objeto de investigações por CPIs do Congresso Nacional. O desastre da continuidade desse governo se torna ainda maior e evidente porque ela conta com o respaldo da maioria da população que tem a indignidade de chancelar a clara mediocridade da gestão de seus recursos, que devem ser aplicados, por força de princípios constitucionais e legais, com eficiência e eficácia, em estrita observância aos preceitos, em especial, da moralidade, legalidade e economicidade. Contudo, a maior irresponsabilidade social poderá se confirmar com a reeleição da presidente porque isso dar entender a ela que o país vem sendo administrado com eficiência e de forma satisfatória, quando os resultados, principalmente econômicos e políticos, contradizem completamente a vontade da maioria dos brasileiros, que demonstra desconhecer a verdade sobre as mazelas e as precariedades da gestão pública, que impedem em definitivo a continuidade do governo. A sociedade tem o dever cívico e patriótico de se conscientizar sobre a urgente necessidade de evitar a continuidade do tenebroso e medíocre desgoverno, de modo que a mudança da administração do país possibilite urgente retomada do crescimento social, político, econômico e democrático. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 11 de agosto de 2014

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