Em recente entrevista
concedida a uma rede de televisão estrangeira, a mandatária brasileira declarou,
com muita ênfase, que merece ser reeleita para continuar o processo de
transformação do país. À luz do seu desempenho, que não devem ter sido levados
em conta os pífios resultados da economia, notoriamente impregnados pela persistência
de alta da inflação; falta de controle das contas e das dívidas públicas, comprometendo
o resultado orçamentário-financeiro da União; pelo inchamento da máquina
pública, com quase 40 ministérios e incontáveis empresas públicas, cujos cargos,
na sua maioria, foram loteados entre os partidos, com vistas ao apoio político
no Congresso Nacional; fisiologismo implantado no seu governo; pelas alianças
espúrias com partidos políticos visando às benesses e ao tráfico de influências
propiciados pelo poder; e, principalmente, pela inexistência das reformas dos
instrumentos capazes de contribuir para o desenvolvimento do país, que vem
sendo penalizado, com dureza, pelo insuportável custo Brasil, turbinado pela
pesada carga tributária e por outros fatores que poderiam ser racionalizados
mediante a reformulação das estruturas do Estado, como forma de ajudar a
produção nacional a conquistar competitividade, que vem sendo perdida nos
últimos anos, principalmente nesse governo, por insensibilidade política,
incompetência e resistência à modernidade dos princípios econômicos. Os brasileiros,
à vista da acumulação de precariedades na gestão do país, não têm motivos para
conceder nova oportunidade para novo período de gestão, que teria o condão de o
governo continuar com suas transformações que apenas satisfazem seus objetivos
de perenidade no poder, em completo desprezo aos interesses da sociedade e da
nação. Os brasileiros anseiam, com
avidez, pela ética, moralidade e legalidade na administração do país,
compreendendo a comprovação da efetiva implementação, sem a finalidade de se
aproveitar de seus resultados, das ações e das políticas governamentais, em
estrita consonância com os princípios da honestidade e imparcialidade que se
impõem na gestão dos recursos públicos, de modo que se permita a avaliação, pelo
povo, as reais qualidades e competências do administrador público quanto ao seu
desempenho em benefício do país e da população, com embargo de o próprio
político se considerar merecedor da sua continuidade no cargo, cujo juízo de
valor sobre o seu mérito compete exclusivamente à sociedade, a quem incumbe eleger
seus representados e arcar com os escorchantes tributos. A avaliação sobre a
real importância do conjunto das responsabilidades atribuídas à administração
do país não pode ficar sob o talante do governante ou da classe política
dominante, haja vista que, em harmonia com os saudáveis princípios democráticos,
essa competência é privativa do povo, na forma prevista na Carta Magna. No caso
do Brasil, a maioria significativa da população – 74% - se manifestou por
urgentes mudanças, o que vale dizer que isso implica a salutar alternância de
poder, como forma inteligente de se possibilitar a busca de novas fórmulas de gerenciamento
do país em consonância com os princípios de modernidade e eficiência capazes de
conduzi-lo aos horizontes do progresso tão ansiado pelos brasileiros. Não há
dúvida de que as absurdas avaliação e aprovação do desempenho do governo, que
efetivamente não correspondem à realidade dos fatos, vêm causando brutal
distorção perante a opinião pública, por demonstrar, de forma também precipitada,
que elas têm o condão de transmitir informações irreais à presidente, que passa
a acreditar, com base nelas, que estaria governando de verdade e satisfazendo
às finalidades pertinentes à satisfação do interesse público, quando, na realidade,
os fatos não passam de mera pantomima para iludir a ingenuidade de parcela expressiva
dos brasileiros, que se conforma com as benesses dos programas
assistencialistas, com viés eleitoreiro, as quais não passam de engodo, em demonstração
de populismo ditatorial, em consonância com os princípios socialistas, que
cuidam primacialmente com a igualdade social, em detrimento dos preceitos da
produtividade e da eficiência na administração pública, com claro desprezo ao
aprimoramento dos conceitos de democracia e de civilidade, ante a privação dos
indispensáveis direitos humanos e de liberdade de expressão. Urge que a
sociedade se conscientize sobre a necessidade de expressar, nas urnas, o seu
verdadeiro sentimento quanto à forma ideal de o país ser administrado, tendo em
mira a observância dos princípios fundamentais da democracia e da República,
com a consecução dos conceitos de honestidade, legalidade, transparência,
economicidade e dignidade. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 19 de agosto de 2014
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