Infelizmente, o Brasil mergulhou na pior ordem do
palavreado chulo e impróprio para menores até mesmo da terceira idade, vindo
sim, pasmem, da lavra logo da retórica insensata e desaconselhável do
presidente da República, que aderiu ao vocabulário pobre e rasteiro, bem ao longe
da tradicional sapiência diplomática própria do Palácio do Planalto.
Tem causado repugnância
o pronunciamento escolhido pelo presidente do país, com palavras que deveriam
ser pronunciadas apenas na intimidade, em círculo da confiança e jamais sem o
menor escrúpulo em público, como se fosse elegante mandar recado para opositores
citando, de forma incrível, na frase vocábulo pejorativo, como, entre tantas
outras, “ca....”, e ainda ao se dirigir aos brasileiros, dizendo que ele
“sou o ‘co..’ de vocês”, além de outras excrescências deprimentes, completamente
incompatíveis com o trato da comunicação oficial de nível tolerável entre as
pessoas civilizadas, normais, decentes e socialmente republicanas.
Considerando a relevância
do cargo de presidente da nação, ocupado pelo príncipe da República, era de se
esperar tratamento somente em nível de elegância e qualidade, em condições condizentes
com as relações socialmente de educação e de fino trato social, normalmente
pautado na mesma cadeia do decoro compatível com o verdadeiro estadista que
precisa valorizar, sem nenhum favor, a cátedra do importante trono presidencial.
O mais grave dessa visível
decadência vernacular é que isso parte de notória liderança que tem o
sentimento natural de involução verborrágica, como se não tivesse a menor obrigação
de ser polido no tratamento social, quando, a bem de se ver, o presidente do
país já mandou repórter se calar diante da sua “alteza imperial”.
A propósito, alegam que
o comportamento irritadiço do mandatário tupiniquim estaria em consonância com
estratégia diversionista para agradar e satisfazer parte importante de seus
seguidores, no preciso sentido de que ele tem obrigação de ser diferente de
todos os presidentes, sempre disposto a se mostrar impetuoso, corajoso e
criativo, exatamente dessa maneira, dizendo palavras de efeito que possa marcar
a sua personalidade de puder dizer o que pensa no momento, sem a menor obrigação
de respeitar o cerimônia e muito menos se importar que as suas baboseiras e
nojeiras possam causar algum incômodo.
Em momento de bastante
lucidez, o presidente do país se mostrou bem coerente com ele próprio, ao se
autoproclamar que “eu sou o c... de vocês”, e, nesse ponto, é bem possível
que ele tenha tido, na verdade, importante momento de lampejo de sinceridade sobre
a irrelevância que representa e representou como chefe de governo, em especial
no gerenciamento do combate à grave crise da pandemia do coronavírus, quando os
fatos podem provar que o seu governo negligenciou com a implementação das medidas
essenciais, não com relação àquelas necessárias, que apenas serviram como
paliativo contra a doença, cuja indiferença pode ter contribuído para a perda
de sentidas e preciosas vidas de brasileiros.
Na realidade, o presidente
do país se ajusta à mancheia na franqueza vernacular, que bem combina com
muitas políticas rasteiras e inúteis do seu governo, tendo por exemplo a
inexistência de reformas das estruturas do Estado, como educação, saúde,
segurança pública, entre outras ações essenciais ao desenvolvimento
socioeconômico, sem contar com os desgraçados conchavos com o famigerado
Centrão, que tem sido o seu esteio para a possível blindagem contra a abertura do
processo de impeachment dele.
Não à toa que as
pesquisas vindas à tona, embora de abrangência extremamente insignificante, em
termos de quantidade de pessoas ouvidas, de apenas mil ou duas mil pessoas
votantes, entre mais de 150 milhões de eleitores brasileiros, mostram a perda
de popularidade dele, que é reflexo da sua indiferença aos princípios da
competência, eficiência, sensibilidade e responsabilidade, entre outros conceitos
republicanos, com implicação no desprezo à causa da população, representada
pelo negacionismo à gravíssima pandemia do coronavírus, quando o seu governo
foi praticamente ausente, fazendo apenas o que era necessário, quando deveria
liderar tratamento de guerra revolucionária, com a liderança do Ministério da
Saúde, tendo o dever de coordenar campanhas e movimentos destinados à salvação
de preciosas vidas.
Ao contrário disso, a atuação
desse importante órgão foi a mais apática e pífia possível, quando nem chefe especialista
em questões sanitárias existia, o que ajuda a compreender e provar a o tamanho
das negligência irresponsabilidade do governo, que poderia ter
salvado vidas se as ações daquele órgão fossem compatíveis, em forma de empenho
e esforços, com a seríssima gravidade da letalidade pandêmica.
Os especialistas em
política entendem que os hábitos, a postura, o comportamento e a linguagem
mundanos do presidente do país têm a fórmula ideal para contribuir para
afundá-lo em termos de preferência popular, que aderiu à vontade de seus
seguidores, para agradá-los da melhor maneira possível, fato este que contribuiu
para desagradar muitos brasileiros, que gostariam que o presidente do país fosse
capaz de honrar verdadeiramente os elevados patamares das funções constitucionais
próprias do mandato, de modo a trabalhar apenas em defesa dos interesses dos
brasileiros, independentemente de ideologias ou partidarismo.
Enfim, os brasileiros
anseiam por que o presidente da República consiga, para o bem não somente dele,
por representar importante autoridade que tem o dever de se comportar sob a
égide da dignidade aos princípios de seriedade, dignidade e civilidade, mas
também para a honra da cátedra presidencial, como também da elevação da imagem
do Brasil, bastante desgastada pelo visível desprezo aos princípios
republicanos.
Brasília, em 2 de agosto
de 2021
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