segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A violência se aproxima de autoridade

 De acordo com notícia divulgada pelo jornal o “O Globo”, a casa de um deputado paulista foi invadida por ladrões, a família dele foi rendida e ameaçada sob a forma violenta de terror, inclusive com aplicação de murros e coronhadas em familiares. Após o massacre, os ladrões se evadiram tranquilamente, levando dinheiro, roupas e equipamentos eletrônicos. A presença da polícia no local serviu apenas para liberar as pessoas que estavam trancadas num quarto, enquanto os ladrões se evadiam. Não se pretende, em absoluto, fazer-se apologia ao aumento da criminalidade e da violência, mas o fato de político ter sua residência invadida por bandidos e de ele sentir na pele os efeitos malévolos da brutalidade, pode servir para acelerar a conscientização dos representantes do povo sobre a urgente necessidade de serem implementadas medidas duras e eficientes capazes de combater a sanha criminosa que assola a nação, de forma acintosa e incontrolável. Isso significa dizer que, quanto mais políticos e seus familiares forem vítimas desse sistema bem organizado da criminalidade, poderá haver o despertar de motivação para que floresça vontade política para acabar com essa excrescência da bandidagem banalizada, que vem atormentando a sociedade, que não tem a quem se dirigir para implorar a proteção que lhe é garantida tão somente na letra fria da Constituição Federal. Caso as autoridades públicas tivessem o mínimo interesse em defender a população contra a violência, bastaria indagar ao povo, mediante ampla consulta popular, com o objetivo de saber qual a sua vontade com relação à criminalidade e à violência. Com certeza, haveria o surgimento de medidas altamente eficientes e capazes de combatê-las e exterminá-las, justamente por terem o respaldo da sociedade, que tem sido a vítima desse caos incrustrado na crônica deficiência do Estado, no gerenciamento da segurança pública. Neste país que elege, na sua maior parte, representantes sem a indispensável qualificação para o desempenho de importantes cargos no Parlamento, não há a menor dúvida de que esses políticos precisam ser despertados para a sua verdadeira responsabilidade, na base de tabas, murros e coronhadas, para que essa brutalidade os acorde para a realidade do país e os estimule a tomar decisão no sentido de ser adotada alguma medida útil em prol da proteção e segurança do povo. Nesse episódio, há quem diga que os ladrões fizeram a escolha certa, por terem batido à porta de quem se considerava eterno protegido do Estado, por ter imunidade parlamentar, gozar de privilégios e ainda possuir a proteção da segurança patrocinada pelos sacrificados contribuintes, que somente tem o direito de saber que ela realmente existe para alguns gatos pintados, mas, mesmo assim, essa proteção começa a ser desrespeitada pelos bandidos, que antes só intranquilizava o povo. O resumo desse fato ajuda a se inferir que a justiça começa a ser realizada, embora por via enviesada, sob o prisma do entendimento de que a leniência das autoridades públicas com a criminalidade, ante a falta de iniciativas e propostas substanciais contra esse estado de descalabro da violência, mais cedo ou mais tarde poderá ser objeto de responsabilização, justamente para pagar pela sua omissão quanto à falta de segurança e proteção da sociedade. Urge que a sociedade se conscientize sobre a necessidade de se mobilizar para exigir das autoridades públicas medidas efetivas, eficientes e eficazes contra a criminalidade e a violência, em sintonia com a vontade popular, de modo que a família brasileira possa voltar a conviver em paz e harmonia. Acorda, Brasil!

ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 17 de dezembro de 2012

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