Segundo se noticia na mídia, o affaire envolvendo o ex-presidente da República petista e a sua
protegida do escritório da Presidência em São Paulo teria sido filmado em Nova
York, com registro de passeios dos dois fazendo compras em famosa loja
comercial e se divertindo à vontade. Há especulação de que uma fotografia dos
dois, abraçados e felizes, teria sido oferecida a revistas e jornais, que não
se arriscaram a comprá-la. Ao que tudo indica, os elementos pertinentes já
estariam com o Ministério Público e poderão servir como instrumento de
investigação, porquanto foram levantados quando ele ainda estava no poder. As
fortes ligações do ex-presidente com a ex-chefe de gabinete constam também de
anotações feitas em viagem a um país da África. Comenta-se que a inteligência
das Forças Amadas teria fornecido informação ao Ministério Público sobre
possível intermediação da ex-servidora com negócios de diamantes, facilitada
pelo uso de passaporte diplomático concedido no governo do seu amigo. Com as
facilidades proporcionadas pelo uso desse passaporte, a ex-chefe de gabinete teria
realizado, embora na qualidade de servidora pública, remunerada pelos bestas
dos contribuintes, dezenas de “passeios de negócios” ao exterior, sendo 23 para
a França, 18 para a Suíça, 12 para a Inglaterra e 7 para o Caribe e os Estados
Unidos. Não deixa de ser estranho que as aludidas viagens, completamente
injustificáveis e ainda fazendo uso do passaporte especial, com direito à dispensa
de vistoria da aduana sobre seu portador, não foram registradas no extenso inquérito
de que trata a Operação Porto Seguro. Não obstante, o Ministério Público já
possui as informações pertinentes, obtidas por meios válidos. Suspeita-se que
essas novas sujeiras republicanas tenham sido jogadas para debaixo dos enormes
tapetes, estando, agora, à espera das possíveis investigações profundas da
competência do Ministério Público sobre os fatos denunciados, não importando as
autoridades envolvidas e muito menos as consequências dos seus resultados, haja
vista que, no calor das acusações, somente a verdade é capaz de mostrar se as
irregularidades existiram ou não, como forma de inocentar ou imputar
responsabilidades, conforme o caso. O país precisa com urgência de homens
públicos capazes, competentes para entender que o Estado Democrático de Direito
não pode prescindir da transparência, honestidade e dignidade, princípios
cultuados com naturalidade nos países evoluídos, que são obrigados a primar
pela sua valorização, como forma de sustentação e fortalecimento dos pilares do
Estado. A sociedade tem o direito de exigir a apuração dos fatos denunciados,
de modo a possibilitar o conhecimento da verdade acerca do que realmente
aconteceu na vida republicana, tendo em vista que é o povo que elege os
governantes e ainda paga os elevadíssimos custos palacianos, repletos de
nababescas mordomias incompatíveis com as mazelas existentes no país, porém tão
ignoradas quanto à opulência das autoridades públicas, que pensam somente em
ostentação e no poder pelo poder. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 26 de dezembro de 2012
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