O ministro-chefe da
Secretaria Geral da Presidência da República afirmou que o pífio desempenho do
Produto Interno Bruto, no corrente exercício, teria deixado o governo
"perplexo". No seu entendimento, o crescimento maior do que o 1% pode
ter ocorrido ainda nas últimas semanas, segundo previsão do Banco Central do
Brasil e oficialmente medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, tendo em vista que a metodologia aplicada para aferimento do
índice pode não ter captado a economia na sua plenitude. Essa autoridade admitiu
que o governo estuda a possibilidade de haver alguma imprecisão quanto ao
cálculo do PIB, sem adiantar ou explicar se há intenção de serem promovidas mudanças
na fórmula adotada. Na realidade, o governo não tem a mínima noção do que é real
ou irreal na sua gestão, quando afirma que "Estamos ainda um pouco perplexos, tentando aferir se realmente é esse o
PIB real" e que 2013 vai ser o ano do crescimento, ao lembrar que, nos
primeiros anos do governo anterior, o PIB também foi muito fraco, porque eles
serviram para a montagem do governo. Ele, de forma desleixada e irresponsável, ignora
que o atual governo é apenas continuidade do anterior, também petista. Não
deixa de ser estranho que autoridade, sem vínculo com a área econômica,
questione a adequação ou não da fórmula adotada para o cálculo do PIB, no exato
momento em que o desempenho deste é ridículo e longe das metas almejadas.
Contrariamente e com toda certeza, essa mesma fórmula jamais seria questionada
se utilizada para medir o desempenho extraordinário da economia, o que
demonstra total falta de racionalidade e de equilíbrio das autoridades
governamentais, que sempre têm a desagradável mania de arranjar culpado para o
seu insucesso, quando o certo deveria identificar seus graves erros na condução
da economia, que vem sendo administrada mediante políticas equivocadas e
afastadas da realidade do contexto mundial, principalmente quanto à necessidade
de reformas abrangentes, como forma de combater os gargalos impeditivos aos avanços
e à competitividade com os países que já vislumbraram na modernidade e no
aperfeiçoamento dos fatores da economia a fórmula mágica para o crescimento
econômico. Não há dúvida de que o país não pode crescer se continuar esperando
que o milagre econômico desça do céu, como presente dos deuses, sem a
indispensável avaliação do conjunto dos fatores econômicos, como custo
industrial, carga tributária, reciclagem e aperfeiçoamento da mão de obra, modernização
do parque industrial, encargos previdenciários etc., que, no Brasil, contribuem
de maneira decisiva para turbinar o custo da produção e dificultar a
competitividade, fazendo com que o PIB tenha resultado desastroso, sem melhores
perspectivas se não houver priorização governamental para reformulação do atual
sistema retrógrado e contraproducente. A sociedade anseia por que o governo desperte
da atual letargia gerencial, de modo que a sapiência político-econômica possa
influenciar as decisões com vistas à reformulação da economia brasileira,
principalmente quanto à sua estruturação à realidade mundial da
competitividade. Acorda. Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 27 de dezembro de 2012
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