Segundo pesquisa realizada pelo CNI/Ibope, a
avaliação positiva do governo da presidente da República se manteve em 62% em
dezembro, enquanto sua aprovação pessoal passou para 78%, contra 77% há três
meses. Nessa pesquisa, foram ouvidas 2.002 pessoas, em 142 municípios, o
equivalente, em média, a 14 cidadãos por cidade, demonstrando visivelmente a
superficialidade dos elementos, que de modo algum poderiam respaldar avaliação
sensata e justa, no sentido de sentenciar que a presidente tem aprovação dos
brasileiros em 78%, o que não é verdade. O correto é se afirmar, em benefício da
transparência, da ética informativa, da segurança jurídica e principalmente da
credibilidade do instituto das pesquisas, que 78% de 2.002 pessoas ouvidas, entre
200 milhões de brasileiros, aprovam a atuação da presidente, de modo que o fato
transpareça absolutamente verossímil e não provoque conclusões precipitadas de
ninguém, nem mesmo dela, que pode pensar que governa de verdade. Na forma
publicada e diante da dimensão e repercussão do resultado da pesquisa, o povo
brasileiro teria a melhor governante do mundo, quando a realidade mostra o
contrário. Chega a ser estarrecedor o governo atingir o píncaro dos índices de
aprovação, batendo seguidos recordes sobre seus antecessores, como se ele
tivesse apresentado alguma inovação, em termos gerenciais, como contribuição às
melhorias das condições de vida do povo brasileiro. Na realidade, os gargalos e
as mazelas somente aumentaram, para o sofrimento da população, que continua
vivendo à míngua quanto aos programas governamentais, que se mostram cada vez
mais precários e deficientes, a exemplo da falta de assistência aos bravos
nordestinos, que estão enfrentando uma das piores secas da sua história e o
socorro não aparece. Não menos preocupantes são os programas voltados para a
saúde pública, visivelmente carente de eficiência e de gerenciamento de
qualidade, diante das permanentes reclamações dos doentes, que lotam os
corredores e as dependências infectas dos hospitais, enquanto a incompetência
governamental nada faz para solucionar a situação caótica. Não adiante o
Sistema Único de Saúde – SUS se esforçar na liberação de maciças verbas, para
aplicação em programas de saúde, se a incompetência do Estado não se preparou
para controlar com eficiência a sua aplicação, que tem sido campeã de
desperdícios. É inconcebível que o governo tenha aprovação tão expressiva,
quando é totalmente incapaz de promover reformas estruturais que o país tanto clama
e precisa com urgência, principalmente com relação à pesada e escorchante carga
tributária, atualmente equivalente a 36% do Produto Interno Bruto, uma das
maiores do mundo, cuja população tem igualmente os piores benefícios oriundos
dos tributos. É duro perceber que o governo obtém ímpar aprovação, ainda com a mantença
da mesma política do seu antecessor de privilegiar as coalizões fisiológicas
com aliados, objetivando a sua sustentação no Parlamento, mediante o rateio dos
órgãos públicos entre os partidos políticos, cujos cargos são ocupados por pessoas
incompetentes e despreparadas, propiciando a manutenção do odioso ciclo da
corrupção e da impunidade dos delinquentes, em prejuízo dos interesses
nacionais. É absolutamente inadmissível que, diante de tanta incompetência no
seio governamental, ainda exista a contribuição de pesquisas fajutas,
imprecisas e tendenciosas, para respaldar a falta de gerenciamento do Estado
brasileiro. A sociedade anseia por que a
mídia, os órgãos de pesquisa e demais meios de comunicação social sejam
suficientemente capazes de informar e revelar os fatos exatamente como eles são
na realidade, fazendo as avaliações de forma correta sobre a realidade do país,
para que a população não seja iludida com notícias inverossímeis. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 14 de dezembro de 2012
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