Segundo reportagem publicada no
jornal O Estado de S. Paulo, o
dono da JJ Logística Empresarial, subcontratada pelo instituto Contato de Santa
Catarina, afirmou que quase 90% dos recursos repassados a sua empresa haviam
sido desviados para "fins políticos" em Brasília, Santa Catarina e
Rio de Janeiro. O citado instituto, que na verdade se trata de uma daquelas
famigeradas ONGs, muitas das quais criadas por familiares, amigos, afilhados e
apaniguados de políticos importantes, com o objetivo de desviar facilmente
dinheiros públicos. Essa ONG teria conseguido captar boa parcela de recursos das
fontes de verbas do Ministério do Esporte, comando à época líder do BC do B, que
os liberava para o Instituto controlada, pasmem, por integrantes também do PC
do B, que contava com as facilidades da amizade para turbinar o esquema de
fraudes e desvio de dinheiro no Programa Segundo Tempo. O instituto ainda teve
o patrocínio da Fundação Banco do Brasil, Eletrobras e Eletrosul, além de ter
sido contemplado com três projetos de captação de recursos a partir de leis de
incentivo fiscal também na pasta do Esporte. Os contratos e convênios foram suspensos
após a inscrição da ONG catarinense no Cadastro de Entidades Privadas Sem Fins
Lucrativos Impedidas, organizado pelo governo federal. Na verdade, as apurações
promovidas mostraram que a entidade diversificava os contatos na administração
pública até se tornar alvo de suspeita de irregularidades na execução de
projetos do Programa Segundo Tempo, cuja fraude atingiu o montante de R$ 4,15
milhões, segundo o empresário denunciante junto à Polícia Federal e um
ex-assessor parlamentar, que diz ter sido usado como laranja no esquema. O certo é que a entidade envolvida era controlada pelo PC do B, partido
da famigerada coalizão governista, e participava efetivamente do esquema de
fraudes e desvio de dinheiro do Programa Segundo Tempo, de forma inescrupulosa,
tendo ainda a sanha de ampliar a sua rede de captação de recursos, com a
exclusiva finalidade de distribuí-los entre os organizadores e mentores do
Instituto Contado, ligado ao
PC do B, sem qualquer contraprestação, em termos de prestação de benefícios à
sociedade, visto que os repasses teriam essa finalidade. Esse episódio mostra a
cristalina leniência do governo com a corrupção e a sua incompetência em
controlar as concessões e a aplicação dos recursos nos fins ajustados, por demonstrar
ausência de condições para aferir se havia ou não benefício resultante da
execução dessas verbas. O caso aqui enfocado evidencia o desleixo com relação à
gestão do dinheiro dos contribuintes, que é desviado mansa e escancaradamente,
sem que os envolvidos, tanto por parte do governo quanto pelos beneficiados,
sejam devidamente penalizados, nos termos da lei. Como é sabido, na forma legal,
os recursos do cidadão devem ser gastos segundo o princípio primordial da
necessidade do bom e regular emprego, em fins do interesse público, e, ao
contrário disso, os responsáveis são passíveis às penalidades cabíveis. A sociedade
anseia por que os envolvidos nos casos das ONGs, servidores públicos e beneficiários
de recursos públicos, que tiveram, respectivamente, as indecorosas atitudes de
não fiscalizar a sua aplicação e de desviá-las dos fins colimados, sejam rigorosamente
penalizados, como forma de moralizar a administração pública e a concessão de
verbas para as ONGs. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 04 de dezembro de 2012
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