Uma das mais importantes revistas do mundo
econômico, a "The Economist", declarou que o mercado perdeu confiança no
ministro da Fazenda brasileiro, após o resultado frustrante do Produto Interno
Bruto, no terceiro trimestre, com a insignificante alta de 0,6% sobre o
trimestre anterior. A revista, afirmando que a presidente da República é
pragmática e se ela é assim, deveria demitir o titular da Fazenda, em razão de
as suas previsões excessivamente otimistas terem ajudado a perder a fé dos
investidores. Ela acha que conviria a indicação de nova equipe econômica com capacidade
para o restabelecimento da confiança dos negócios. Ainda no entendimento da revista,
há dois anos, logo depois da eleição da presidente, a economia vinha em
expansão, mas em seguida “estacionou” e, no momento, ela vem lutando para se
recuperar. Em que pesem os esforços “frenéticos” de estímulo, a “criatura
moribunda”, tendo crescido, no terceiro trimestre, tão somente a metade do
previsto pelo setor econômico. A sugestão da revista levou em conta os esforços
governamentais para estimular o crescimento, citando o corte na taxa de juros
para 7,25%, a mínima da sua evolução histórica; as desonerações de folhas de
pagamento de empresas; os planos de investimento em infraestrutura; e a
previsão de corte nos custos de eletricidade. Não obstante, os investidores
estão cautelosos porque o governo “interfere demais”, disse a revista. Por
último, a sua opinião é a de que a presidente parece acreditar que o estado
deve dirigir as decisões sobre investimentos privados, o que caracteriza microinterferência
na confiança do sistema macroeconômico, sendo preferível que o governo redobre
os esforços para baixar drasticamente o altíssimo custo Brasil, deixando que o
setor produtivo privado tenha condições de progredir com naturalidade. Em
resposta à sugestão em apreço, a presidente afirmou que o Brasil não vai acatar
de "maneira alguma" a sugestão da revista britânica "The
Economist", tendo asseverado que “...
em hipótese alguma, o governo brasileiro, eleito pelo voto direto e secreto do
povo brasileiro vai ser influenciado por uma opinião de uma revista que não
seja brasileira". Ela entende que o país tem tido crescimento
econômico, ainda que no patamar de 0,6% no último trimestre, enquanto outras
nações estão em fase de desenvolvimento decrescente. Ao invés de a presidente
aproveitar as valiosas e especializadas sugestões para fazer avaliação de alto
nível sobre a alarmante quebra de confiança dos investidores, altamente
prejudicial à economia do país, preferiu menosprezá-las, considerando-as
incorretas, ao estranhar o fato de nunca ter ouvido um jornal ou uma revista recomendar
exoneração de ministros, quanto mais partindo de país em condições econômicas
piores do que as do Brasil. Não deixa de ser sintomática a sugestão sobre a
exoneração do ministro, por parecer que a revista inglesa se contrapõe às recentes
críticas da mandatária tupiniquim, quando da sua última visita à Europa ela teve
a ousadia de censurar as políticas de austeridades defendidas pelos países
europeus, com a finalidade de combate à terrível crise econômica que assola o
velho mundo. Por seu turno, as medidas brasileiras de estímulo à economia,
tomadas pelo governo, permitiram, ao contrário, o declínio do desenvolvimento
do país, demonstrando que há necessidade de mudanças estruturais, embora a
incompetência governamental não atente para o perigo da sua inércia
generalizada. A sociedade anseia por que o governo tenha a competência de
promover urgentes reformas estruturais do Estado, com abrangência nas políticas
econômicas, tributárias, previdenciárias, político-eleitorais etc., de modo que
sejam extirpados os gargalos patrocinados pela incompetência, permitindo que as
metas e ações de progresso e desenvolvimento sejam os verdadeiros vetores deste
país gigante. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 07 de dezembro de 2012
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