Na
desesperada tentativa de se safar das acusações de tráfego de influência e de
uma séria de irregularidades, a ex-chefe do gabinete da Presidência da
República, em São Paulo, divulgou nota negando ter participado, quando ocupava
esse importante cargo, dos fatos característicos de corrupção no serviço
público. Ela foi indiciada pela Polícia Federal na Operação Porto Seguro, que
investigou suposto esquema de venda de pareceres em órgãos públicos, para
favorecer empresas privadas em negócios com o governo. Por causa disso, a
presidente da República a exonerou do citado cargo. Na nota, ela teve o
descaramento de dizer que nunca fez nada "ilegal, imoral ou irregular que tenha favorecido o ex-ministro José
Dirceu ou o ex-presidente Lula". Trata-se de mais um abominável escândalo
protagonizado por “ilustres” petistas, em sequência ao não menos deplorável
mensalão, ambos tendo por primordial objetivo o uso de cargos públicos e do
poder, mediante os procedimentos clássicos de corrupção, em que quadrilha se
organiza para se beneficiar economicamente das facilidades, dos arranjos e do
jeitinho brasileiro. Na linha da coerência da excelente escola dos
companheiros, a ex-chefe de gabinete da PR antecipa-se, cheia da “peculiar
moral” partidária, para alegar a defesa básica de negar até a morte que jamais
cometeu ilegalidade nem imoralidade, em desabono ao caráter ilibado e
inatingível dos “todo-poderosos” chefes, que, evidentemente, também nada sabiam
das suas travessuras. A psicologia explica que as delinquências, os erros e os
deslizes nunca são assumidos pelos psicopatas, porque eles põem na consciência
que são inocentes e os outros são os errados, por não compreenderem as suas
traquinagens. No Brasil, alguns partidos políticos conseguem ter na sua composição
pessoas desse naipe, com a inteligência capaz de entender que nunca fazem nada
de errado e todos os seus atos estão revestidos de ética, moralidade,
legalidade etc., quando têm sido o contrário, a exemplo dos crimes objeto do
mensalão, em que os envolvidos se consideram pessoas honestas, honradas, dignas
e, acima de tudo, injustiçadas diante do julgamento e da condenação pelo
Supremo Tribunal Federal, em que pese terem por fundamento robustas provas
testemunhais, periciais e substanciais, todas irrefutáveis quanto à
culpabilidade dos denunciados. Em contraste às alegações, a imprensa escrita e
televisiva vem revelando vasta documentação
com provas do tráfego de influência da lavra da ex-servidora, inclusive evidenciando
a sua proximidade com o "todo-poderoso", dando respaldo às nomeações de
diretores de agências reguladoras. Todavia, essa cidadã tem a indelicadeza de
declarar, em nota, inocência perante a opinião pública, que já não suporta mais
tanta falta de caráter das pessoas que trabalham para o governo federal e que,
na verdade, são empregadas da sociedade, por força dos pesados tributos
impiedosamente impingidos aos brasileiros, que não suportam mais absurdas
mentiras. A sociedade repudia tanta corrupção e anseia por que os governantes
sejam obrigados a observar os princípios éticos, morais e legais, como forma de
moralizar a gestão dos recursos públicos. Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 02 de dezembro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário