terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Candidatura de competência

Segundo a imprensa, o ex-presidente da República tucano se antecipou no lançamento do senador mineiro, também tucano, como pré-candidato do PSDB à Presidência da República, ao ensejo de encontro de prefeitos eleitos da legenda com os principais líderes do partido. Como justificativa, ele disse “Eu acho que o senador Aécio Neves é o nome para a Presidência e, ao meu ver, desde já, tem de assumir suas responsabilidades, não de candidato, mas de líder do partido, para ele poder começar a percorrer o Brasil”. O fato em si não causou a mínima surpresa, já que era mais do que esperado, mas a proposição em causa mereceu o endosso do presidente da legenda, que sentenciou: “O Aécio é hoje o candidato que o PSDB tem para a Presidência da República”. O senador mineiro foi cauteloso quanto ao entusiástico lançamento da sua pré-candidatura, preferindo não assumi-la no momento, por entender diferente com o argumento de que “Eu cumprirei meu papel como sempre cumpri. O Brasil está cansado do que está vendo (...) Eu vou cumprir meu papel seja ele qual for, só não vou antecipar etapas". A opinião que se generalizou, no encontro, foi no sentido de que o senador tucano pode não ser unanimidade, mas a sua candidatura à Presidência da República reflete a vontade maciçamente dominante do partido, notadamente porque os líderes tucanos paulistas, também possuidores de reconhecida capacidade administrativa e indiscutível experiência política, não conseguiram derrubar a muralha petista armada estrategicamente contra eles, nos últimos pleitos eleitorais, deixando muito patente que novos enfrentamentos com um deles poderiam constituir enorme desgaste do partido e sério risco quanto ao seu futuro político, visto que fatalmente um ou outro seria novamente derrotado, à vista da gigantesca rejeição ostentada por eles. No caso do senador mineiro, a sua avaliação, no momento, é de político vibrante, ainda muito jovem, mas já carrega bagagem de grandes estadistas, em razão da sua aprendizagem no governo do seu estado natal, quando foi por duas vezes governador. A sua administração teve destaque o saneamento das despesas públicas, com o enxugamento da pesada máquina pública, que representa, na atualidade, no caso federal, descomunal peso nas finanças do Estado, diante da existência da abundância de órgãos obsoletos e absolutamente dispensáveis. O PSDB ou qualquer outro partido de oposição, caso queira obter algum sucesso, tem que lançar candidato com urgência, para começar a trabalhar desde já, tendo em conta que o desgoverno atual é pródigo de substâncias riquíssimas de subsídios, em termos de deficiências e mazelas, suficientemente importantes para a montagem de programa de governo racheado de medidas essenciais ao progresso do país, bastando tão somente elencar, em contraposição, de forma séria, honesta e competente, às ações da atual falta de gerenciamento dos negócios da nação, consistindo, em especial, na ausência de prioridades para o país e de reformas estruturais; na ascensão da corrupção e da impunidade dos delinquentes; no incentivo ao fisiologismo ideológico; no inchaço da máquina pública; no loteamento dos órgãos públicos entre os partidos da coalizão, de modo a incentivar a incompetência e a corrupção, entre tantas mazelas que contribuíram para o atraso do Brasil. A sociedade anseia por que a oposição tenha a dignidade para lançar, com urgência, candidato à Presidência da República que tenha personalidade, capacidade e inteligência suficientes para apresentar ao país programa de governo com metas consistentes de competência, honestidade, seriedade, moralidade, legalidade e acima de tudo de respeito à grandeza do Brasil.
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 03 de dezembro de 2012

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