Com a deflagração do último escândalo envolvendo
personalidades da vida republicana, no bojo da já afamada Operação Porto
Seguro, em que se denuncia a importante figura da assessora presidencial, com
base em escritório na capital paulistana, começaram concomitantes especulações pela
mídia e opinião pública sobre o que realmente existia entre o ex-presidente da
República petista e a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São
Paulo, indiciada pela Polícia Federal sob acusação de corrupção passiva, tráfico
de influência, duas vezes por falsidade ideológica e formação de quadrilha, deixando
pouca dúvida quanto à índole criminosa da “competente” altíssima assessora, que
era regiamente remunerada pelos bestas dos contribuintes, com o intuito de se
beneficiar das facilidades do cargo público. Além disso, as investigações da Policia
Federal revelam que ela usava a proximidade com o ex-presidente petista para nomear
pessoas amigas para a ocupação de postos-chave em agências reguladoras. Seu
prestígio no poder se notabilizava por agendar reuniões entre empresários
mal-intencionados e agentes do governo federal e dos estados, com a finalidade
de viabilizar negociatas e fraudes de interessas privados. Também são bastantes
estranháveis as 28 viagens realizadas por ela ao exterior, fazendo parte da
comitiva presidencial, por não ter ficado claro nem esclarecido quanto à sua
real função, em termos do assessoramento prestado ao então presidente, que, por
coincidência do destino, em nenhuma delas a primeira-dama se encontrava
presente, ou seja, as centenas de viagens presidenciais para o exterior sempre contavam
com a assistência de uma primeira-dama oficial ou quase, a depender da preferência
do principal protagonista do evento. A história registra que, embora latente, a
sexualidade extraconjugal esteve presente no cenário político de alguns
presidentes, a começar pelo famoso Pai dos Pobres, passando pelo mentor e
construtor da capital federal e o ex-presidente tucano, cujas amantes faziam
parte da vida privada, sem vínculo com o serviço público. Em contramão da vida
amorosa presidencialista, o caso da citada assessora presidencial, se
confirmado o seu envolvimento com o ex-presidente petista, será a primeira vez
na história do país que uma amante de presidente é mantida à custa do dinheiro público,
tudo em nome da pureza de um partido que tudo faz pensando no “bem” do povo
brasileiro. Essa é mais uma tremenda hipocrisia que a imprensa não teve a
dignidade de denunciar com a devida antecedência, preferindo preservar a vida
privada de quem, por tanto tempo, foi desonesto e indigno de comandar a nação
com probidade e moralidade que a liturgia do cargo exige, ao permitir que a sua
intimidade com pessoas pudesse favorecer a desenvoltura de quadrilhas dentro do
poder, em prejuízo das causas nacionais. A sociedade anseia por que os cidadãos
públicos tenham a dignidade e o caráter compatíveis com os cargos eletivos que
forem investidos, de modo que sejam observados os princípios republicanos, em
especial de honestidade e de intransigente defesa dos interesses nacionais.
Acorda, Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 17 de dezembro de 2012
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