Pegando carona na Lei
Geral da Copa, os jogadores de futebol campeões mundiais com a Seleção
Canarinha, nas Copas de 1958, 1962 e 1970, receberão auxílio, uma espécie de
provento ou pensão, neste caso para a família daquele já falecido, ambos de
forma vitalícia, no valor mensal de R$ 3.916,20, cujo valor servirá de teto
para eventual abatimento de renda ou provento que alguém já venha percebendo
dos cofres públicos. Cada ex-atleta ainda vai receber a bolada de R$ 100 mil do
Tesouro Nacional. Não se pode deixar de reconhecer a importância dos talentosos
jogadores para o desporto nacional, que ajudaram a disseminar o nome do Brasil
aos quatro cantos do mundo, mostrando que, além do samba, o país era craque
também com a bola no pé, fazendo com que os estádios se transformassem em palco
de verdadeiro espetáculo do futebol e a seleção tivesse a competência de ser a
maior conquistadora de títulos da face da terra. Não obstante, nada disso justifica
que o povo brasileiro seja obrigado a arcar com essa vergonhosa benesse, que
teve o respaldo da incompetência e irresponsabilidade dos congressistas e do
governo, que aprovaram sem o menor escrúpulo o pagamento de despesas
altíssimas, à custa dos bestas dos contribuintes, sem que houvesse um fundo
constituído para suportá-las senão o já sacrificado e eterno deficitário
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, que normalmente passa a se responsabilizar
por essa e outras medidas desastrosas do desgoverno. Não se pode, em absoluto,
ignorar a necessidade de proteger e amparar o futuro dos atletas, mas isso deve
ficar sob a competência do órgão vinculado ao jogador de futebol, no caso, a
Confederação Brasileira de Futebol – CBF, que arrecada e administra bilhões de
recursos oriundos de patrocinadores multinacionais e tem a obrigação originária
de destinar parcela desse dinheiro para a constituição de um fundo específico para
eventual ajuda à aposentadoria de atleta incompetente, que gastou desregradamente
seus milhões, amealhados no auge da sua bem sucedida carreira, ancorada
justamente por ter participado das campanhas vitoriosas da Seleção Canarinha,
organizada por aquela confederação e não pelo povo brasileiro, que agora é obrigado
a pagar, de forma injusta, a fatura
fruto da incompetência gerencial do governo. A sociedade tem o dever cívico de dar
um basta à incapacidade de gestão do Estado, exigindo que os recursos públicos
sejam aplicados à luz da legitimidade, eficiência e eficácia, e que os envolvidos
pela promiscuidade como o verificado no caso em comento sejam responsabilizados
pelos gastos indevidos e injustificáveis, por não terem amparo legal. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 23 de dezembro de 2012
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