segunda-feira, 16 de março de 2015

Os brios dos verdadeiros brasileiros

Foi com bastante disposição, intensidade e espírito de brasilidade que o povão saiu às ruas para se manifestar contra o desgoverno e a corrupção, com destaque para as reclamações sobre a grave situação econômica e a “incompetência” do governo petista. Também muitos pediram o impeachment da presidente do país, embora as pessoas não tivessem convicção sobre o que isso realmente significa e quais as condições para a sua efetivação. Outra parcela muito pequena, mas expressiva, defendeu a intervenção militar, que foi objeto de críticas.
A multidão se expressou espontaneamente, quase à unanimidade, com o protesto de “Fora PT!” e de fim da impunidade e da incompetência, dando a entender que já não suporta mais o fracasso da gestão desse governo, tem sido incapaz de colocar o país no rumo do desenvolvimento.
Os quatro cantos do se tornaram pequenos, por terem sido tomados por pessoas vestidas, predominantemente, de roupa verde e amarela, formando colorido bonito, agradável e contagiante, completamente contrastante com as cores do governo, que tem sido, nos últimos tempos, sinônimo de retrocesso e obsoletismo, ante as práticas antiquadas na administração do país.
Os milhares de manifestantes deram linda demonstração de muita civilidade e bom senso, ao se apresentarem às ruas com a exclusiva disposição para protestar contra o governo e os atos contrários aos interesses nacionais, em ambiente de extrema tranquilidade, que impressionou até os mais incrédulos, que temiam que isso jamais pudesse acontecer no país, em razão dos péssimos exemplos dos quebra-quebras que ocorriam até pouco tempo, em incontrolável selvageria que tinha por finalidade a dispersão da manifestação pacífica e construtiva.
Em alusão ao fato de que a CUT teria sido flagrada pagando dinheiro para a sua militância para protestar em defesa da Petrobras e do governo, muitos manifestantes gritavam que “Eu vim de graça”, mostrando a satisfação de se manifestar muito à vontade, com o sentimento de pura brasilidade.
O importante das manifestações foi se constatar a presença de famílias completas, formadas por país, filhos e netos, a exemplo de uma senhora de 65 anos, que compareceu aos protestos acompanhada de sete dos oito filhos – o outro está nos Estados Unidos e não pôde comparecer.  Ela disse que “Viemos para as ruas com todo mundo, assim como foi nas ‘Diretas-Já’”, esclarecendo que teria visto coisas em comum entre os dois episódios. Ela acrescentou que “Lá atrás, também começou com manifestação grande e foi crescendo. Essa será só a primeira”. 
Outro cidadão disse ter participado das manifestações pelo impeachment do ex-presidente da República, na década de noventa, e volta às ruas, agora, levando os filhos a tiracolo. Ele disse que “Cidadania se ensina desde criança”. 
Além do onipresente “Fora PT!”, as palavras de ordem variavam conforme a posição ideológica dos manifestantes, mas, no geral, ficou a marca indelével do sentimento dos brasileiros, que tenham votado ou na presidente do país, de que a governança da nação atingiu o grau máximo de periculosidade tolerável, o que se exige que a presidente da República cesse em definitivo as explicações inverossímeis e sem plausibilidade para os fatos deletérios e prejudiciais ao interesse da população e do país.
A sociedade não suporta mais - e isso ficou muito claro com os protestos - é ouvir a presidente do país simplesmente apresentar justificativas para os fatos sempre calamitosos na sua gestão, haja vista que isso tem o condão de aumentar de volume e de complexidade, além de contribuir ainda mais para complicar a condução das políticas públicas, em especial as econômicas, em conjuminância com incremento da roubalheira na administração do país, justamente pela inépcia do governo, que tem optado, sempre quando há protestos da sociedade, tão somente para apresentar justificativas infundadas e imprecisas, quando deveria adotar medidas efetivas de resultados práticos, com plena eficiência capaz de sanear as graves questões que emperraram continuamente o desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 15 de março de 2015

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