sexta-feira, 13 de março de 2015

Justas manifestações de protesto?

Enquanto a presidente da República discursava, em cadeia de rádio e televisão, várias cidades brasileiras promoviam buzinaço e panelaço, em protesto contra o desempenho dela no comando da nação. O destaque ficou por conta da capital paulista, que tem sido, há algum tempo, o epicentro das críticas não somente ao governo, mas também ao PT.
Há nítida evidência de que o governo e o PT vêm, de forma progressiva, perdendo terreno não somente na simpatia dos paulistanos, mas também dos brasileiros que se interessam em conhecer e acompanhar o desempenho da presidente na administração do país e perceber os estragos causados por ela na condução das políticas públicas, notadamente da fragilização da economia, que foi descarrilhada direto para terrível atoleiro, que a petista se mostra impotente para repô-la no rumo correto, conforme manda o figurino da administração eficiente.
Não há dúvida de que cresce, no país, rejeição à gestão da petista, justamente em razão dos pífios resultados econômicos e, de resto, das políticas públicas, em conjuminância com os atos de corrupção detectados na Petrobras, que cada dia contribuem para trucidar a tranquilidade dela. As surpreendentes reações ao pronunciamento presidencial têm o condão de sinalizar que existe enorme possibilidade de gigantescos protestos contra o governo e o PT, no próximo domingo.
Trata-se de indiscutível alerta sobre a deterioração do cenário político da presidente do país, que funciona em prejuízo dos planos dela e do PT, servindo como clara advertência sobre a urgente necessidade da melhora da administração do país, sob pena de se agravar perigosamente a grave situação, que já é periclitante.
A inabilidade e o visível desconhecimento sobre a realidade político-administrativa da presidente brasileira são notórios, a ponto de ela cometer o lapso de quebrar os compromissos de campanha e ter a insensibilidade de atribuir a culpar pela grave situação econômica e de credibilidade à crise internacional e à falta de chuvas, como se os brasileiros fossem parasitas e imbecis que não tivessem condições de perceber que somente esses fatos não seriam capazes de acobertar a incompetência administrativa e gerencial do governo, quando é sabido que as nações estrangeiras estão passando por progressiva recuperação econômica, fato que descarta qualquer reflexo desses casos com a crise tupiniquim.
Durante a recente campanha eleitoral, a candidata petista era só otimismo e apregoava que o país vivia às mil maravilhas, sem a influência dos casos por ela agora elencados, mas tão de repente, a petista “percebeu” que há crise no país que exige a adoção de medidas econômicas duras e o sacrifício da sociedade, para a qual a presidente pediu confiança e atribuiu parcela de responsabilidade para a superação das dificuldades.
Mesmo no fundo do poço, com o país atolado em plena crise de governabilidade, conforme atestam os entendidos de administração pública, economia, política, verdade, sinceridade e tudo o mais que possa certificar a realidade dos fatos, a presidente da República não teve sensibilidade para reconhecer a patente ineficiência da sua gestão e da sua visível incapacidade para solucionar as graves questões que grassam na administração do país, quando todos os indicadores sinalizam para a vastidão de deficiência e precariedade.
Contudo, ao invés de compreender e assimilar a gravidade da situação no âmbito da administração, onde deveria ser solucionada por mecanismo próprio do governo, a mandatária do país vem dizer que se trata de "marolinha" passageira, a crise não tem a dimensão que os pessimistas alardeiam e a sociedade precisa colaborar para o país sair do atoleiro, quando o governo continua com impávido, sem atentar para o fato de que a crise foi originada pela incapacidade gerencial dele, que tem o primacial dever de sacrificar os variados programas ineficientes e ineficazes, principalmente a exagerada quantidade de ministérios e cargos comissionados, que servem tão somente para a manutenção do enorme cabide de empregos, sem a menor contribuição ou benefício para o interesse comum da sociedade.
É absolutamente inadmissível a existência do absurdo de quase quarenta ministérios, sendo que a absoluta maioria não tem nenhuma utilidade senão para acomodar os aliados da base de sustentação do governo, em verdadeiro sistema escandaloso conhecido como espúrio fisiologismo de conveniência, em total desprezo aos salutares princípios da eficiência e da dignidade na administração pública.
Causa perplexidade se verificar a falta de humildade da presidente de não ter sensibilidade para poupar o sentimento dos brasileiros, que são submetidos a uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo e o desgaste de merecer prestação dos serviços públicos de péssima qualidade e em precárias condições, em forma de saúde, educação, segurança pública, saneamento básico, infraestrutura etc., a qual não chega nem perto do que são prestados nas piores republiquetas, onde a carga tributária se encontra em nível civilizado e compatível com a capacidade contributiva da sociedade. .
          Faltou sensibilidade à presidente para reconhecer que seu governo não corresponde ao status de potência econômica situada no sétimo patamar da economia do mundo, principalmente à vista da importante avaliação do Índice de Desenvolvimento Humano, que tem o condão de expor o grau de lástima e de penúria da população, que merece ser governada com competência digna de valorização do ser humano.
No mais, a realidade nua e crua aponta, de forma tristonha e lamentável, para a confirmação do velho e sempre lembrado adágio popular segundo o qual "o povo tem o governo que merece", à vista da situação caótica que se encontra o país, sem dúvida fruto de má governança, com reflexos prejudiciais às atividades politico-administrativas, que foram indiscutivelmente deterioradas, e não da falta de chuva e da crise internacional, que sequer deveriam ter sido citadas para acobertar deficiências governamentais.
Compete à sociedade, no âmbito do seu dever cívico, avaliar o desempenho e a atuação do administrador do país, quanto à sua capacidade e competência para priorizar as políticas públicas e encontrar solução para as questões de afetam as estruturas econômicas do país, e se manifestar com responsabilidade sobre a necessidade das mudanças e das reformas capazes de contribuir para reparação das incorreções e das deficiências na condução da administração do país, como forma de salvaguardar os interesses da população e da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 13 de março de 2015

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