As notícias sobre a economia brasileira entraram em
ritmo rotineiro de pessimismo, notadamente com os indicadores desagradáveis e
desfavoráveis para a população e o país.
Com base no desempenho da economia, a última
pesquisa que acaba de ser divulgada pela revista Focus revela que os 100
analistas ouvidos pelo Banco Central do Brasil projetam, para 2015, inflação em
crescimento, em torno de 8,12%, e o Produto Interno Bruto em vertiginosa queda,
muito próximo de 0,83%.
A partir de 19 de dezembro de 2014, o IPCA superou
o teto da meta de 6,50% e continuou em crescimento. A estimativa para o IPCA deste
ano sugere crescimento continuado e a perspectiva é de que o seu desempenho
ultrapasse o patamar de 8%.
O aumento das tarifas da energia elétrica
contribuiu, de forma decisiva, para influenciar o crescimento do IPCA. O rombo
bilionário do setor elétrico foi transferido para a população, que deverá arcar
com reajustes que deverão superar os 60%, dependendo da região e do consumo das
usinas termelétricas, e isso irá refletir na inflação.
Outro fator preocupante diz respeito ao desempenho
do PIB, que demonstra passar por grave processo de estagnação desde o final de 2014,
com projeção futura para mirrado crescimento da ordem de 0,83% para este ano, o
que se enquadra em previsão de crescimento da economia muito distante do
esperado, à vista das potencialidades econômicas brasileiras.
Na realidade, não tem como se projetar crescimento
econômico diante de quadro de total inépcia da equipe econômica, que, até agora,
somente teve capacidade para abrir a caixa das maldades, com a criação de
tributos, aumento de juros, reajustes das contas de luz e dos preços dos
combustíveis, tudo isso refletindo nos preços do custo de vida, sacrificando
pesadamente a população.
Tudo junto e misturado, o cenário político vai
compor a imagem atual do Brasil do ponto de vista das instituições, da gestão
da economia, da confiança da sociedade e da responsabilidade de cada um. O
risco político hoje se mostra mais perigoso do que o econômico, o que pode
manter o mercado financeiro no carrinho da volatilidade dos ativos: dólar,
juros futuros e ações na bolsa de valores.
Não há dúvida de que a economia brasileira passa
por momento de grave e forte turbulência, diante das incertezas nutridas no
tumultuado cenário político-administrativo, que vem contribuindo, de forma negativa,
para dificultar o equacionamento das questões político-econômicas e o aumento
da desconfiança e do descrédito sobre a capacidade de o governo encontrar
medidas adequadas e eficientes para solucioná-las.
Embora a situação do país seja clara e concretamente
periclitante, conforme mostram os resultados econômicos, é sempre “tranquilizante”
se ouvir as abalizadas palavras da presidente do país e de seus fanatizados seguidores,
que, certamente, com afirmação de que a crise do país é apenas passageira e
contornável em curto prazo e nada preocupante, porque os fatos estão bastante
longes e distanciados daqueles alardeados pelos pessimistas, que enxergam outra
situação que não aquela que somente o governo ver, naturalmente sob a sua ótica
que nunca corresponde à realidade.
Nos países civilizados e desenvolvidos social,
político, econômico e democraticamente, os fatos sempre são vistos sob a mesma
realidade, não importando se eles são favoráveis ou não aos seus mandatários,
porque sempre prevalece a verdade, em qualquer circunstância, e o povo sabe
perfeitamente avaliar, sem paixão ou fanatismo, o desempenho
político-administrativo dos governantes.
No caso brasileiro, a visão retrógrada do governo
não consegue vislumbrar medidas capazes para contornar os gargalos da economia
senão com a criação de tributos, reajustes de tarifas e aumento dos juros, como
forma cômoda de penalizar substancialmente o bolso da população.
A eficiência administrativa aconselharia a promoção
de reforma estruturas do Estrado, mediante, entre outras providências de racionalização
econômica e administrativa, drástica diminuição dos tributos, de modo que a sua
carga se adequasse à razoável capacidade contributiva da sociedade, cujo
reflexo contribuiria para incrementar a produção do país, que não consegue se
desenvolver, em razão da grave crise resultante da falta de competitividade dos
produtos nacionais, ante a incapacidade para superá-la, justamente diante dos
enormes entraves que somente seriam eliminados por meio de reformas
modernizantes, que jamais hão de acontecer enquanto persistirem o emprego da
lei do menor esforço na administração do país, ante a demonstração de
imutabilidade das práticas de gestão pública, que têm sido visivelmente
prejudiciais aos interesses da sociedade e da nação.
Urge que a sociedade de mobilize para repudiar a
estagnação econômica do país e exigir profundas e abrangentes reformas da
estrutura da administração do país, de modo que as mudanças das práticas político-administrativas
possam viabilizar a urgente retomada do desenvolvimento da nação. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 29 de março de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário