domingo, 29 de março de 2015

O apogeu da crise econômica


As notícias sobre a economia brasileira entraram em ritmo rotineiro de pessimismo, notadamente com os indicadores desagradáveis e desfavoráveis para a população e o país.
Com base no desempenho da economia, a última pesquisa que acaba de ser divulgada pela revista Focus revela que os 100 analistas ouvidos pelo Banco Central do Brasil projetam, para 2015, inflação em crescimento, em torno de 8,12%, e o Produto Interno Bruto em vertiginosa queda, muito próximo de 0,83%.
A partir de 19 de dezembro de 2014, o IPCA superou o teto da meta de 6,50% e continuou em crescimento. A estimativa para o IPCA deste ano sugere crescimento continuado e a perspectiva é de que o seu desempenho ultrapasse o patamar de 8%.
O aumento das tarifas da energia elétrica contribuiu, de forma decisiva, para influenciar o crescimento do IPCA. O rombo bilionário do setor elétrico foi transferido para a população, que deverá arcar com reajustes que deverão superar os 60%, dependendo da região e do consumo das usinas termelétricas, e isso irá refletir na inflação.
Outro fator preocupante diz respeito ao desempenho do PIB, que demonstra passar por grave processo de estagnação desde o final de 2014, com projeção futura para mirrado crescimento da ordem de 0,83% para este ano, o que se enquadra em previsão de crescimento da economia muito distante do esperado, à vista das potencialidades econômicas brasileiras.
Na realidade, não tem como se projetar crescimento econômico diante de quadro de total inépcia da equipe econômica, que, até agora, somente teve capacidade para abrir a caixa das maldades, com a criação de tributos, aumento de juros, reajustes das contas de luz e dos preços dos combustíveis, tudo isso refletindo nos preços do custo de vida, sacrificando pesadamente a população.
Tudo junto e misturado, o cenário político vai compor a imagem atual do Brasil do ponto de vista das instituições, da gestão da economia, da confiança da sociedade e da responsabilidade de cada um. O risco político hoje se mostra mais perigoso do que o econômico, o que pode manter o mercado financeiro no carrinho da volatilidade dos ativos: dólar, juros futuros e ações na bolsa de valores.
Não há dúvida de que a economia brasileira passa por momento de grave e forte turbulência, diante das incertezas nutridas no tumultuado cenário político-administrativo, que vem contribuindo, de forma negativa, para dificultar o equacionamento das questões político-econômicas e o aumento da desconfiança e do descrédito sobre a capacidade de o governo encontrar medidas adequadas e eficientes para solucioná-las. 
Embora a situação do país seja clara e concretamente periclitante, conforme mostram os resultados econômicos, é sempre “tranquilizante” se ouvir as abalizadas palavras da presidente do país e de seus fanatizados seguidores, que, certamente, com afirmação de que a crise do país é apenas passageira e contornável em curto prazo e nada preocupante, porque os fatos estão bastante longes e distanciados daqueles alardeados pelos pessimistas, que enxergam outra situação que não aquela que somente o governo ver, naturalmente sob a sua ótica que nunca corresponde à realidade.
Nos países civilizados e desenvolvidos social, político, econômico e democraticamente, os fatos sempre são vistos sob a mesma realidade, não importando se eles são favoráveis ou não aos seus mandatários, porque sempre prevalece a verdade, em qualquer circunstância, e o povo sabe perfeitamente avaliar, sem paixão ou fanatismo, o desempenho político-administrativo dos governantes.
No caso brasileiro, a visão retrógrada do governo não consegue vislumbrar medidas capazes para contornar os gargalos da economia senão com a criação de tributos, reajustes de tarifas e aumento dos juros, como forma cômoda de penalizar substancialmente o bolso da população.
A eficiência administrativa aconselharia a promoção de reforma estruturas do Estrado, mediante, entre outras providências de racionalização econômica e administrativa, drástica diminuição dos tributos, de modo que a sua carga se adequasse à razoável capacidade contributiva da sociedade, cujo reflexo contribuiria para incrementar a produção do país, que não consegue se desenvolver, em razão da grave crise resultante da falta de competitividade dos produtos nacionais, ante a incapacidade para superá-la, justamente diante dos enormes entraves que somente seriam eliminados por meio de reformas modernizantes, que jamais hão de acontecer enquanto persistirem o emprego da lei do menor esforço na administração do país, ante a demonstração de imutabilidade das práticas de gestão pública, que têm sido visivelmente prejudiciais aos interesses da sociedade e da nação.
Urge que a sociedade de mobilize para repudiar a estagnação econômica do país e exigir profundas e abrangentes reformas da estrutura da administração do país, de modo que as mudanças das práticas político-administrativas possam viabilizar a urgente retomada do desenvolvimento da nação. Acorda, Brasil!
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 29 de março de 2015

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