Segundo
importante comentarista político com sede no site IG, o Palácio do Planalto vem
se preocupando e muito com a atuação do juiz federal responsável pelas
investigações da Operação Lava Jato, a teor dos últimos lances dele, com a
divulgação dos depoimentos de executivos de empreiteiras envolvidas no
escândalo de corrupção na Petrobras.
Na
avaliação de interlocutor da presidente da República, o magistrado tem se
mostrado que “não é um jogador de dama,
mas sim de xadrez”, pelo reconhecimento de que ele vem se desincumbindo com
habilidade no seu trabalho rico em minúcia, não deixando brechas para
contestações e até mesmo neutralidade de algumas medidas adotadas por ele, as
quais podem servir de importantes munições para o arsenal da oposição, que
poderá passar a utilizá-las para o discurso de ataque direto à presidente do
país, principalmente quanto à possível revelação sobre o uso de propinas pagas
em formas de doações oficiais para o PT.
O
ministro da Justiça, naturalmente por determinação do Palácio do Planalto,
tenta, em vão, se posicionar em defesa do governo, com a finalidade de
neutralizar as ações contrárias aos seus interesses, mas o seu discurso, aliás,
bastante cuidadoso, não tem sido capaz de intimidar o juiz nem de impedir a
divulgação dos depoimentos dos envolvidos no affaire, os quais têm sido
visivelmente prejudiciais à imagem da administração do país.
O exagerado
cuidado em se pretender impedir a transparência dos fatos irregulares poderia
ter sido dispensável agora se a administração do país tivesse tido o devido
controle quanto à rígida fiscalização, notadamente, sobre a execução dos contratos
celebrados pela Petrobras, haja vista que a roubalheira na empresa é fruto da
falta de zelo para com o patrimônio da estatal, com a demonstração de desprezo
aos comezinhos princípios fundamentais da administração de recursos públicos,
que propiciou a perpetração das fraudes e dos estragos aos cofres da empresa,
que sucumbiu à agressividade gananciosa no abastecimento de caixa de partidos
políticos, para o custeio da gastança nas suntuosas campanhas eleitorais, não
importando que o patrimônio da estatal fosse dilapidado para satisfazer o
interesse pessoal e partidário, com a finalidade de garantir a perpetuidade no
poder.
Com
certeza, caso esse rumoroso escândalo da petrolífera tupiniquim tivesse ocorrido
num país sério, em que seu povo fosse sensivelmente evoluído e tivesse a consciência
sobre a exata responsabilidade dos governantes quanto à obrigatoriedade do zelo
pelo patrimônio da sociedade, o governo ou assumiria a roubalheira ou já teria
renunciado ao cargo, por completa incompetência administrativa.
Por seu
turno, o governo cônscio sobre as suas responsabilidades constitucionais, teria
a sabedoria de entender, para o bem do país e da própria administração pública,
que o combate aos corruptos seria muito mais eficiente e eficaz quanto mais fosse
experiente, preparado e competente o magistrado responsável pelas investigações,
pela certeza da excelência dos resultados em benefício da administração do
país, pela importante contribuição para a moralização e o fortalecimento dos
princípios da moralidade, dignidade, honestidade e legalidade.
Ao
contrário disso se observa no governo brasileiro, que gostaria, ante as nítidas
opiniões e manifestações palacianas, que o juiz fosse um vil despreparado e desconectado
com os fatos irregulares, sujeito às manobras e às ingerências e não tivesse o
estrondoso sucesso no seu trabalho, que já é responsável por auspiciosos e importantes
resultados, ainda que parciais, porque ainda não foi revelado, a se lamentar, o
envolvimento de dezenas de maus políticos nesse indecente episódio, os quais
devem pagar por seus pecados de apropriação indébita, em afrontosa
inobservância aos princípios da moralidade, do decoro e da dignidade.
Por
enquanto, já se pode se afirmar que se trata do maior e destacado caso de
desvio der recursos públicos da história da República, deixando as vísceras da
administração pública expostas, a denunciar completa desmoralização de governo
eleito democraticamente, ante os tristes e lamentáveis fatos que têm o condão
de evidenciar a sua total fragilidade no combate à corrupção, tanto que, se
houvesse competência no controle e na fiscalização quanto à aplicação de
recursos públicos, a Petrobras não estaria nesse eterno e humilhante massacre
de acusações, com a permanente menção de seu nome nas páginas policiais, quando
ele se notabilizou e se destacou mundialmente no noticiário econômico, por seu
brilhante desempenho reconhecido, com mérito, no contexto petrolífero mundial.
Urge que
a sociedade repudie e recrimine, com a máxima veemência, a forma de quase
indiferença demonstrada pelo governo quanto às competentes investigações
implementadas pela Justiça Federal, como se ele, no caso, fosse a vítima e não um
dos principais culpados pelo episódio, por ter tido a incumbência da indicação
dos operadores do nefasto esquema de desvio de recursos públicos, no caso dos
ex-diretores e ex-gerentes da estatal envolvidos no escândalo, que devem igualmente
responder solidariamente pelas irregularidades ocorridas na Petrobras. Acorda,
Brasil!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 03 de março de 2015
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