domingo, 8 de março de 2015

Golpe à competência e à eficiência

A intenção do PT do Distrito Federal era expulsar das suas fileiras o ex-governador do Distrito Federal, mas prevaleceu, ao final das discussões, a decisão de mantê-lo apenas afastado da legenda, uma vez que ele se encontra envolvido com “altos” estudos nos Estados Unidos da América, bem distante das turbulências provocadas com a saída dele do Buriti e dos processos que abarrotam a Justiça contra ele, motivando com isso que seja adiada a sua possível desfiliação do partido, em razão da conturbada e desastrada administração que vai ser difícil de ser esquecida pela população.
Na verdade, a insignificante pena de afastamento representa o tamanho da insensibilidade do PT para avaliar o quanto à administração do seu filiado foi prejudicial aos interesses do Distrito Federal, conforme ficou patenteado no resultado do pleito eleitoral, quando ele obteve ridícula votação, justamente em demonstração da sua pífia gestão, que foi “coroada” com o maior rombo no Orçamento do Distrito Federal, em bilhões de reais, fazendo com que o atual governo seja obrigado a atrasar o pagamento de pessoal e de contratos em execução.
Não há dúvida de que afastamento é muito pouco para punir a exagerada irresponsabilidade de quem se houve com o mínimo de preocupação com a observância dos princípios da administração pública, deixando de cumprir as regras fundamentais de administrador cônscio do seu dever constitucional de zelar pelos interesses do povo do Distrito Federal.
Causa a maior perplexidade se perceber que a população do Distrito Federal, ainda sem conhecer as profundezas das maldades protagonizadas pelo ex-governador petista, mandou-o planejar algo bem distante do Buriti, mas o partido que se dizia ético e responsável com a coisa pública faz vistas grossas às barbaridades administrativas e não enxerga o tamanho das traquinagens perpetradas por esse cidadão, que foi capaz de aprontar muitas dificuldades para a população local, por força do completo descontrole dos gastos, em infringência às normas insculpidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Aliás, o ex-governador soube honrar a ideologia do seu partido, ao mostrar, de forma clara, que a população não poderia ter dado tanto crédito aos políticos desse partido, que ultimamente têm sido motivo de muitas críticas quanto às deficiências político-administrativas, a exemplo do último governo do Distrito Federal, cuja má gestão extrapolou os princípios do bom senso e da racionalidade, com o inadmissível estouro do caixa, que ultrapassou os bilhões, deixando o novo governador com as mãos e os pés atados, sem condições de cumprir ao menos a obrigação constitucional e legal de pagar em dia servidores públicos, que foram obrigados a entrar em greve para mostrar a indignação pela incompetência e irresponsabilidade do ex-governador petista, que desonrou completamente a liturgia do relevante cargo que ocupava.
A atitude nefasta do petista fica registrada nos anais do governo distrital como sendo, possivelmente, o pior governador do Distrito Federal, deixando a impressão de que ele teria tentado ir à desforra contra a sociedade que o rejeitou nas urnas, na presunção de dizer que não teria gostado de ter sido abandonado por ocasião da sua reeleição, desconhecendo ele que o eleitorado candango tem mostrado evolução quanto à sua opção eleitoral, motivo pelo qual o nome do ex-governador ficará marcado como aquele que foi capaz de desmoralizar, por completo, os princípios da dignidade, seriedade e respeito à vontade dos cidadãos conscientizados sobre seus direitos de escolha e de decisão políticas.
Certamente que importante lição deixada pelo ex-governador ao atual poderá ser a necessidade da observância e do cuidado por parte deste para a realização de algo contrário ao protagonizado pelo petista e, para isso, parece que ele tem sido habilidoso, ao procurar seguir mandamentos de competência e de observância aos princípios fundamentais da aplicação dos recursos públicos em estrito cumprimento às regras da austeridade, regularidade e eficiência. 
A falta de cumprimento das normas da administração pública ou a sua parcial inobservância, notadamente pela extrapolação dos limites dos gastos públicos, com o excesso de compromissos sem o devido respaldo orçamentário, como ficou caracterizado no caso em comento, significa que o ex-governador petista se enquadra no crime de responsabilidade, por ter deixado de cumprir os princípios constitucionais e legais, com destaque para a Lei de Responsabilidade Fiscal, aplicáveis à execução do Orçamento do Distrito Federal.  
Embora o PT tivesse demonstrado completo vacilo e bastante dose de complacência, por apenas aplicar a pena de afastamento ao seu filiado, que teria desonrado o partido com a indiscutível maléfica governança, à vista do estrondoso rombo nas contas públicas com a extrapolação do orçamento distrital, compete à sociedade candanga eliminá-lo da vida pública, como demonstração de que a sua gestão à frente do governo do Distrito Federal representou duro golpe à competência e à eficiência, constituindo o que de pior poderia ter ocorrido na administração pública, em evidente prejuízo aos interesses da população local. Acorda, Brasília!   
 
          ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 08 de março de 2015

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