A intenção do PT do Distrito Federal era expulsar das
suas fileiras o ex-governador do Distrito Federal, mas prevaleceu, ao final das
discussões, a decisão de mantê-lo apenas afastado da legenda, uma vez que ele
se encontra envolvido com “altos” estudos nos Estados Unidos da América, bem
distante das turbulências provocadas com a saída dele do Buriti e dos processos
que abarrotam a Justiça contra ele, motivando com isso que seja adiada a sua possível desfiliação
do partido, em razão da conturbada e desastrada administração que vai ser
difícil de ser esquecida pela população.
Na
verdade, a insignificante pena de afastamento representa o tamanho da
insensibilidade do PT para avaliar o quanto à administração do seu filiado foi prejudicial
aos interesses do Distrito Federal, conforme ficou patenteado no resultado do
pleito eleitoral, quando ele obteve ridícula votação, justamente em
demonstração da sua pífia gestão, que foi “coroada” com o maior rombo no
Orçamento do Distrito Federal, em bilhões de reais, fazendo com que o atual
governo seja obrigado a atrasar o pagamento de pessoal e de contratos em
execução.
Não
há dúvida de que afastamento é muito pouco para punir a exagerada irresponsabilidade
de quem se houve com o mínimo de preocupação com a observância dos princípios
da administração pública, deixando de cumprir as regras fundamentais de
administrador cônscio do seu dever constitucional de zelar pelos interesses do
povo do Distrito Federal.
Causa a maior perplexidade se perceber que a
população do Distrito Federal, ainda sem conhecer as profundezas das maldades
protagonizadas pelo ex-governador petista, mandou-o planejar algo bem distante
do Buriti, mas o partido que se dizia ético e responsável com a coisa pública faz
vistas grossas às barbaridades administrativas e não enxerga o tamanho das traquinagens
perpetradas por esse cidadão, que foi capaz de aprontar muitas dificuldades para
a população local, por força do completo descontrole dos gastos, em
infringência às normas insculpidas na Lei de Responsabilidade Fiscal.
Aliás, o ex-governador soube honrar a ideologia do
seu partido, ao mostrar, de forma clara, que a população não poderia ter dado tanto
crédito aos políticos desse partido, que ultimamente têm sido motivo de muitas
críticas quanto às deficiências político-administrativas, a exemplo do último governo
do Distrito Federal, cuja má gestão extrapolou os princípios do bom senso e da racionalidade,
com o inadmissível estouro do caixa, que ultrapassou os bilhões, deixando o
novo governador com as mãos e os pés atados, sem condições de cumprir ao menos
a obrigação constitucional e legal de pagar em dia servidores públicos, que
foram obrigados a entrar em greve para mostrar a indignação pela incompetência
e irresponsabilidade do ex-governador petista, que desonrou completamente a
liturgia do relevante cargo que ocupava.
A atitude nefasta do petista fica registrada nos
anais do governo distrital como sendo, possivelmente, o pior governador do
Distrito Federal, deixando a impressão de que ele teria tentado ir à desforra
contra a sociedade que o rejeitou nas urnas, na presunção de dizer que não
teria gostado de ter sido abandonado por ocasião da sua reeleição,
desconhecendo ele que o eleitorado candango tem mostrado evolução quanto à sua
opção eleitoral, motivo pelo qual o nome do ex-governador ficará marcado como aquele
que foi capaz de desmoralizar, por completo, os princípios da dignidade,
seriedade e respeito à vontade dos cidadãos conscientizados sobre seus direitos
de escolha e de decisão políticas.
Certamente que importante lição deixada pelo
ex-governador ao atual poderá ser a necessidade da observância e do cuidado por
parte deste para a realização de algo contrário ao protagonizado pelo petista e,
para isso, parece que ele tem sido habilidoso, ao procurar seguir mandamentos
de competência e de observância aos princípios fundamentais da aplicação dos
recursos públicos em estrito cumprimento às regras da austeridade, regularidade
e eficiência.
A falta de cumprimento das normas da administração
pública ou a sua parcial inobservância, notadamente pela extrapolação dos
limites dos gastos públicos, com o excesso de compromissos sem o devido
respaldo orçamentário, como ficou caracterizado no caso em comento, significa
que o ex-governador petista se enquadra no crime de responsabilidade, por ter
deixado de cumprir os princípios constitucionais e legais, com destaque para a
Lei de Responsabilidade Fiscal, aplicáveis à execução do Orçamento do Distrito
Federal.
Embora o PT tivesse demonstrado completo vacilo e bastante
dose de complacência, por apenas aplicar a pena de afastamento ao seu filiado, que
teria desonrado o partido com a indiscutível maléfica governança, à vista do
estrondoso rombo nas contas públicas com a extrapolação do orçamento distrital,
compete à sociedade candanga eliminá-lo da vida pública, como demonstração de
que a sua gestão à frente do governo do Distrito Federal representou duro golpe
à competência e à eficiência, constituindo o que de pior poderia ter ocorrido na
administração pública, em evidente prejuízo aos interesses da população local.
Acorda, Brasília!
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 08 de março de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário