O
ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República concluiu que o
“panelaço” e o “buzinaço” realizados por ocasião do pronunciamento da
presidente do país tiveram incidência em localidades onde o PT perdeu a eleição.
Ele reconhece que as manifestações pacíficas são legítimas, mas apelou para tolerância
e defendeu o reconhecimento do resultado das urnas.
Ele
disse que “Vimos pela imprensa a
manifestação de algumas cidades, em geral onde perdemos as eleições, em bairros
em que nós perdemos as eleições, que tivemos uma derrota significativa”.
Na
concepção dele, faz parte do direito o cidadão discordar do governo, mas a
radicalização depois de uma eleição polarizada preocupa: “Tivemos uma eleição bastante polarizada, que teve momentos de
radicalização. Nós precisamos construir uma cultura de tolerância, de diálogo,
de respeito. É isso que ajuda a construir uma agenda de convergência, podendo
superar as dificuldades conjunturais e poder não só assegurar a estabilidade
econômica e das instituições, mas a recuperação do crescimento econômico”, tendo
evitado discorrer sobre a série de protestos marcados contra a presidente, no
próximo dia 15.
O
ministro alegou que a presidente teve a intenção de dialogar para superar as
dificuldades econômicas, tendo partido para a defesa do ajuste fiscal promovido
pelo governo, que reconhece que ajuste fiscal não é agradável, mas precisa ser
feito o mais rápido, melhor, e que, na democracia, não pode ter a intolerância
como proposta.
O
petista reconhece que o panelaço ocorreu onde a presidente
da República perdeu a eleição e continua perdendo a popularidade, justamente porque ela não consegue atuar em consonância com as desejáveis competência e eficiência capazes de contribuir para a retomada do desenvolvimento do país, motivando, com isso, a insatisfação de todos quanto reconhecem que as políticas públicas adotadas pelo governo foram prejudiciais aos interesses da sociedade e da nação.
da República perdeu a eleição e continua perdendo a popularidade, justamente porque ela não consegue atuar em consonância com as desejáveis competência e eficiência capazes de contribuir para a retomada do desenvolvimento do país, motivando, com isso, a insatisfação de todos quanto reconhecem que as políticas públicas adotadas pelo governo foram prejudiciais aos interesses da sociedade e da nação.
Trata-se
de governo novo com as mesmas políticas velhas que conduziram a nação a esse
estado deplorável de descrédito e da falta de perspectivas em curto prazo, à
vista da inflação ascendente e da visível desaceleração da economia, com visível
sinalização para difícil processo recessiva, bastante prejudicial aos fatores
produtivos, ensejando, entre muitas dificuldades, a progressiva desindustrialização
e retirada do país do capital estrangeiro, exatamente pela falta de confiança
no governo pelos investidores internacionais, que percebem melhorias econômicas
noutras plagas, menos no Brasil.
Veja-se
que a presidente insiste em manter a sua gestão sem a menor disposição para a
reformulação das arcaicas e ultrapassadas estruturas do Estado, que não tem
condições de funcionar com sistemas viciados e contaminados pela obsolescência
das práticas políticas destrutivas dos processos capazes de contribuir para o
crescimento econômico do país.
Não
pode haver progresso no país que tem como estrutura os princípios da teimosia e
do amor à manutenção de uma das maiores e perniciosas cargas tributárias do
planeta, que é capaz de sufocar de morte a capacidade de competitividade da
produção nacional, que há muito tempo perdeu fôlego na busca da sobrevivência
diante dos produtos importados, notadamente vindos da Ásia.
Nenhum
país consegue crescer se não acompanhar a evolução e a modernidade da
humanidade, que exigem constantes reformulações dos sistemas político,
previdenciário, administrativo, trabalhista, tributário, fiscal etc., como
forma de eliminar os gargalos e entraves ao desenvolvimento econômico.
Na
realidade, o governo insiste em não entender que a insatisfação da população é
justamente porque ele, ao invés de pedir sacrifício da sociedade, como
instrumento capaz de superação da crise crônica instalada no país, deveria,
como meta prioritária, dar o exemplo de austeridade e de economicidade na
gestão pública, com a eliminação de, pelo menos, 3/4 dos ministérios inúteis,
dispensáveis, ineficientes e muitíssimos dispendiosos, que servem somente para
a perpetuação do escrachado e indecente fisiologismo instituído na
administração do país, como forma de garantir a inescrupulosa coalizão de
"governabilidade", por meio do loteamento de ministérios e empresas
estatais entre os aliados da base de sustentação do governo, cujos titulares entendem
muito pouco sobre as políticas de incumbência de suas pastas, tornando a
prestação dos serviços públicos de péssima qualidade, a exemplo das
precariedades e deficiências reinantes na gestão pública.
A
prova dessa assertiva vem das manifestações de protestos da população, clamando
por governança competente e convincente, a par da premência das supracitadas
reformas do Estado, além da implantação de sistemas eficientes e eficazes de
controles e fiscalização na administração pública, de modo a se evitarem as
endêmicas e sistêmicas corrupções, a exemplo do maior escândalo envolvendo a
Petrobras e as constantes falácias da presidente no sentido de tanto afirmar
que, no seu governo, há rigoroso combate à corrupção, com apuração dos fatos
irregulares e punição aos corruptos, embora os casos conhecidos de investigação
estejam somente na incumbência da Polícia Federal, do Ministério Público e da
Justiça Federal, sem qualquer notícia de que a administração tenha determinado
alguma apuração, até o presente momento.
À
toda evidência, o governo somente conta com o apoio do povo que desconhece a
forma temerária como o país vem sendo administrado, ao estilo de grandioso condomínio
integrado por aqueles que o apoia, deixando que os verdadeiros interesses da
nação, ou seja, do resto da população que não o apoia fiquem prejudicados, em
razão justamente da incompetência e da ineficiência na condução das políticas
públicas, em especial da econômica, que dá claras mostras das fracassadas
medidas adotadas na gestão anterior, entre outras, com destaque para as infrutíferas
desonerações que são cortadas agora, por não terem surtido os fins colimados.
No
caso do Brasil, o que falta mesmo é sensibilidade para se perceber que o erro
não tem origem exatamente na parte de quem critica a crise instalada na
condução das políticas públicas, porque estas estão à deriva há bastante tempo,
mas a timoneira somente enxerga defeito na parte prejudicada que reclama e se
insurge contra o desgoverno, que, infelizmente, deixa de dá ouvido ao povo, que
não passa, na opinião do governo de injusto e incompreendido, por desejar
manifestar nas ruas suas insatisfações sobre a forma malévola como o Brasil está
sendo administrado, cuja mandatária precisa entender, com a máxima urgência,
que o povo não pode continuar se sacrificando apenas em nome da perpetuidade do
poder por ela, cuja titular não demonstra o menor interesse em modificar seu
pensamento de absoluto domínio, em cristalino menosprezo aos primaciais
interesses da sociedade e do país.
É
verdade que, na democracia, não pode ter a intolerância como proposta, mas,
sobretudo, o governo não tem o direito de agir como soberano que não admite
seus erros e seus fracassos, à vista da sua garantia, na campanha eleitoral, de
que a administração pública se encontrava às mil maravilhas, quando todos já
sinalizavam para a predominância do caos na gestão pública, com, entre outros
malefícios, o descontrole das contas públicas, confirmado, em dezembro, com o
perdão do descumprimento da meta fiscal, por meio de inadequado remédio “legislativo”,
sob pena do enquadramento da presidente no crime de responsabilidade, por causa
dos exagerados gastos públicos, em contrariedade às normas insculpidas na Lei
de Responsabilidade Fiscal.
Em
consonância com os princípios democráticos, a sociedade tem o direito de sempre
se manifestar em protesto contra a má gestão dos recursos públicos, quando eles
não estão sendo aplicados com competência e eficiência nas políticas públicas
de incumbência do Estado, em harmonia com os princípios republicanos, que pressupõem a ênfase ao atendimento do interesse comum
das comunidades, em oposição às causas particulares e partidárias. Acorda, Brasil!
ANTONIO
ADALMIR FERNANDES
Brasília, em 12 de março de 2015
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