quarta-feira, 11 de março de 2015

Os sinais de desespero

       Em discurso inflamado no âmbito de igualmente exaltados correligionários, que se reuniam, pasmem, em defesa do governo e das bandalheiras relacionadas com os escândalos da Petrobras, o ex-presidente da República petista, ao se referir às manifestações programadas para o próximo dia 15, em proclamação ao impeachment da presidente do país, esbravejou ameaças absolutamente tresloucadas e irresponsáveis de que "... também sabemos brigar. Sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas".
O impensado e ameaçador brado do petista demonstra visíveis estado desesperador e sentimento incitador da desordem e da discórdia somente comparável aos tiranos que se sentem ameaçados pela ameaça da perda do poder.
A impensada atitude petista é forma clara da tentativa de se disseminar a desarmonia na sociedade, com a incitação da luta armada e sangrenta entre patrícios, em evidente demonstração de insegurança e fragilidade por conta da governança petista absurdamente desastrada e contaminada pelos insucessos econômicos e de moralidade, à vista do indiscutível caos aflorado pelo indisfarçável desempenho nada animador das políticas econômicas do governo, que se abate ainda mais com os reiterados escândalos de corrupção, que abalaram profundamente as estruturas do Estado e os sistemas político, administrativo, econômico e democrático.
O ex-presidente perdeu por completo a condição de estadista, por se investir na figura de hábil sindicalista agitador de rua, tendo por finalidade ganhar no grito da baderna e da agitação das massas as causas sociais, como se a República se resumisse a mero sindicato de metalúrgicos, e ainda sem a menor preocupação quanto às possíveis consequências desastrosas e prejudiciais aos interesses do país.
O mais grave da postura do petista é que ela se insurge em defesa da corrupção e da incompetência da administração das políticas públicas sob a responsabilidade do governo do partido dele, que já deu cabal demonstração de incapacidade de governar com eficiência o país como o Brasil, que vem sendo conduzindo aos trancos e barrancos, graças aos conchavos e às coalizões espúrias com políticos imbuídos de tirar vantagem com o seu recriminável idealismo fisiológico, como forma de apoio político aos projetos do governo, que, em geral, têm sido benéficos à classe política dominante, em completa desarmonia com os interesses da população e do país.
No Estado Democrático de Direito, seria o caso de o ex-presidente petista ser interpelado perante a Justiça, para esclarecer, de forma minuciosa, as reais intenções sobre a sua ameaça irresponsável e ridícula, que teria, a princípio, a clara pretensão de intimidar não somente as autoridades constituídas da República, mas principalmente a sociedade pacífica, que, na atualidade, vive em estado de extrema insatisfação com o governo do partido dele, que tem demonstrado não somente para o Brasil, mas também para o mundo, altíssimo grau de incompetência administrativa e de governança.
Exemplo indiscutível disso é a derrocada da economia, cujo governo não conseguiu evitar que o país, com as potencialidades econômicas do Brasil, fosse levado à terrível recessão econômica, à prestação dos piores serviços públicos, somente compatíveis aos prestados nas republiquetas, além da leniência com os sistemas endêmicos e sistêmicos de corrupção, a exemplo do mensalão e do petrolão, que causaram expressivos rombos ao erário, em cristalina demonstração de falta de competência gerencial e administrativa, em razão do ineficiente controle dos gastos públicos, permitindo que os contratos da Petrobras fossem superfaturados, para possibilitar desvio de dinheiro para os cofres de partidos do governo e de aliados a ele, conforme depoimentos prestados à Justiça Federal pelos ex-diretor de Abastecimentos e ex-gerente da estatal e doleiro que se encontram presos.
A impensada e desatinada manifestação de ameaças do ex-presidente da República petista representa indiscutível afronta à dignidade dos brasileiros, que, infelizmente, parcela expressiva deles, desinformada e desconhecedora sobre o quanto os objetivos políticos desse cidadão se restringem exclusivamente à satisfação de interesses pessoais e partidários, em absoluta contraposição às causas da sociedade e da nação, ainda entende que se trata de pessoa de índole capaz de representar a dignidade e a honradez do povo, que, antes, para o bem da nação, devia se conscientizar sobre a necessidade da urgente eliminação da vida pública dos maus políticos que utilizam a administração pública para a consolidação de projeto único de perenidade no poder, em cristalino detrimento das finalidades republicana e democrática das primaciais relevância e priorização dos interesses dos brasileiros e do país. Acorda, Brasil!   
 
ANTONIO ADALMIR FERNANDES
 
Brasília, em 11 de março de 2015

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