O
presidente da República, vez por outra, declara não temer os efeitos do temível
coronavírus, dando a entender forma claríssima de consciência pessoal sobre a desvalorização
da importância do novo câncer mundial, que vem causando verdadeiro estrago por
onde tem passado, a exemplo de muitíssimas e inevitáveis mortes.
Em
conferência de imprensa, o presidente do Brasil voltou a ser bastante enfático
e polêmico, tendo afirmado, segundo a mídia, que "Depois
da facada (que sofreu em 2018, durante a campanha eleitoral), não vai
ser uma gripezinha que me vai derrubar.".
Por
sua vez, o ministro brasileiro da Saúde revelou, de acordo com o último balanço
disponibilizado, que, no Brasil, já morreram mais de vinte
pessoas e as estatísticas revelam mais de mil casos em acompanhamento de
suspeitas de infecção por conta do coronavírus.
Na
verdade, o ministro da Saúde tem sido destaque de dedicação e demonstração no
trato dos assuntos relacionados com a evolução dos casos registrados de
contágios com o coronavírus.
O
ministro revelou que, em abril vindouro, o sistema de saúde
brasileiro deve entrar em colapso, embora a verdade é que esse estado de
precariedade de atendimento à população já vem sendo a permanente regularidade há
bastante tempo, diante da continuada insatisfação manifestada por parte de quem
depende da prestação dos serviços públicos da saúde, que são de péssimas qualidades.
A
propósito, o governo até que precisa, sem perda de tempo, aproveitar esse solavanco
dado, muito oportunamente (como força de
expressão) pela visita do indigesto coronavírus, para pensar e agir no sentido
de completa reformulação sobre o sistema de saúde pública brasileiro, de modo
que ele possa ser modernizado com a real condição de passar a satisfazer
plenamente à sua finalidade de cuidar e zelar da saúde dos brasileiros, em que
o Sistema Único de Saúde seja reestudado e reformulado à luz dos princípios operacionais
de competência, eficiência e efetividade, exatamente como nos moldes do figurino
em prática nos países sérios e evoluídos, em termos de preocupação com o
bem-estar da população.
As
notícias mais atualizadas sobre a tragédia causada pelo novo coronavírus dão
conta de que, pelo menos, mais de 11.500 pessoas, em todo mundo, já perderam a
vida, após a sua identificação, em dezembro recente, de acordo com o último
balanço da agência noticiosa France-Presse, o que deve ser motivo de muita preocupação
não somente por parte da população em geral, mas em especial para os governantes
do planeta, que têm a responsabilidade de adotar as políticas públicas voltadas
para a garantia da integral proteção da vida humana, notadamente no caso de
pandemia, por se tratar de situação que normalmente não tem sido possível o
devido controle sobre a incidência dos casos de infecções e doenças graves.
Ainda
bem que as notórias afirmações do presidente do país, no sentido de ser refratário
à aceitação da ideia de temor ao coronavirus, sejam completamente antagônicas
às atitudes e medidas que estão sendo adotadas por seu governo, em termos de
políticas públicas da incumbência das autoridades de saúde e saneamento públicos,
que estão sendo, até o momento, em absoluta sintonia com as reais necessidades
inerentes ao enfrentamento e ao embate ao poderoso e letal vírus, inclusive no
que diz respeito à disponibilização de recursos públicos, quando já foram
aprovadas medidas legislativas liberando os gastos do limite imposto ao
superávit financeiro, quando o governo não pode ultrapassar os valores
estabelecidos nos orçamentos públicos, sob pena da incidência do crime de responsabilidade.
Ou
seja, menos mal que o presidente do país tenha entendimento pessoal sobre determinado
assunto, mesmo que seja da maior relevância possível, isso pouco importa quando
as políticas públicas do seu governo estejam exata e precisamente em harmonia
com a plena satisfação do interesse público, como no caso da pandemia causada
pelo famigerado coronavírus, em que a sua equipe de governo vem trabalhando,
com zelo, cuidado e competência, para se minimizarem, ao máximo, os estragos
que a passagem desse abominável vírus pelo Brasil possa causar à população, a
despeito de que não passa de leviandade autoridade pública não ter a consciência
sobre o real poder de agente extremamente perigoso e perverso contra a humanidade.
Em situação de guerra declarada contra ferrenho e brutal
inimigo, o que importa senão o que vem fazendo o governo, quando o responsável direto
pela saúde pública vem liderando as ações pertinentes ao combate ao
coronavírus, mediante as devidas orientação e conscientização sobre as medidas
essenciais a serem adotadas pela população, de modo que não é a voz de quem
precisa se proteger no mesmo nível do povo que deve ser ouvida, principalmente porque
a sociedade sabe perfeitamente o que é melhor para se proteger contra seu
desagradável opositor.
Por
sua vez, é muito importante que os brasileiros se mantenham com a plena
consciência, para o seu bem, sobre os reais perigos que o temível coronavírus possa
causar à vida humana, independentemente da opinião pessoal de quem pensa diferentemente,
respeitando o sentimento individual, à luz dos princípios democráticos, em que
pese isso não possa refletir exatamente à verdade.
Nesse
caso do coronavírus, diante das robustas evidências vindas, em especial da
China e da Itália, onde as estatísticas são assombrosas e chocantes, qualquer opinião
diferentemente da cruel realidade precisa apenas ser imediata e definitivamente
descartada, em benefício do fortalecimento das medidas necessárias ao enfrentamento
desse gigantesco e invisível inimigo do ser humano, que sonha em voltar a viver
em plena tranquilidade, na certeza de que foi possível a superação desse monstruoso
pesadelo, graças à união e ao esforço dos bravos brasileiros, que acreditaram
no seu potencial de fé, que é capaz de derrotar seus piores inimigos.
Enfim,
espera-se que não seja preciso nenhuma forma de exemplo para que o presidente da
República tenha que mudar de ideia, o mais rapidamente possível, sobre os
efeitos inconvenientes e maléficos do coronavírus, porque a pior situação enfrentada
pelo homem público de verdade é ter que precisar dar a mão à palmatória.
Brasília, em 22 de março de 2020
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