A
socialista prefeita de Paris, França, concedeu, ontem, ao ex-presidente da República
petista o título de cidadão honorário da capital francesa.
De
acordo com a prefeitura daquela cidade, o aludido título foi concedido pelo
Conselho de Paris, órgão equivalente à Câmara de Vereadores, sob o argumento do
“engajamento de Lula na redução das desigualdades sociais e econômicas no
Brasil”, por sua política “contra as discriminações raciais” e ainda
por ter sido considerado que "os direitos civis e políticos do
ex-presidente do Brasil foram desprezados", decisão esta que foi
adotada à época que ele ainda se encontrava preso.
Aquela
prefeitura disse ainda, em nota, que "a cidadania honorária é concedida
em caráter excepcional a pessoas que se destacaram particularmente na defesa
dos direitos humanos, a fim de afirmar o apoio de Paris nessas lutas e proteger
os destinatários dessa distinção".
O
petista, em discurso de agradecimento, lembrou seus dias passados na cadeia e
se referiu ao ex-juiz e atual ministro da Justiça como "criminoso".
Eis
excerto do discurso do político brasileiro: "Eu tomei a decisão de me
entregar (em abril de 2018). Eu poderia não ter sido preso, poderia ter
ido para uma embaixada, mas mesmo com mais de 70 anos decidi ir até a Polícia
Federal, porque alguém tinha que provar que o juiz Moro era criminoso e que os
representantes do Ministério Público que me acusaram eram mentirosos".
O
petista afirmou, diante da socialista prefeita de Paris, que “O Brasil vive
o resultado de um processo de enfraquecimento do processo democrático e um
cenário de desprezo mesquinho pelos direitos do povo, estimulado pela ganância
de poucos e pelo desprezo em relação aos direitos do povo.”.
Embora
já condenado à prisão, em duas ações criminais e denunciado em outros seis
processos penais, o ex-presidente não teve a menor cerimônia para dizer, em
Paris, que é inocente dos crimes pelos quais foi condenado na Justiça, onde
também não perdeu a pose, no alto da sua nem tanto imaculabilidade para criticar
o Ministério Público Federal e o então juiz responsável pela Operação Lava-Jato,
em que pese não ter conseguido juntar nada capaz de provar a sua decantada
inculpabilidade sobre os fatos irregulares cuja autoria foi atribuída à pessoa
dele.
O
ex-presidente brasileiro falou também sobre a "felicidade ilimitada"
por estar em liberdade e que "Estou mais motivado do que nunca para
reconquistar a democracia de nosso país".
Em
conclusão, o ex-presidente destacou o privilégio de receber essa distinção, em
Paris, por entender que se trata de "um símbolo perpétuo dos direitos
humanos e a tradição de solidariedade com os perseguidos".
Ou
seja, o ex-presidente se sentiu muito à vontade em palco dominado exclusivamente
por esquerdistas, onde ele se achou no direito de dizer o que mais gosta, que é
fazer acusações as mais graves possíveis e sem fundamento contra a oposição, a
começar do desprezo aos direitos humanos e aos princípios democráticos, sem
apresentar um fato sequer e, o mais grave, em clara dissonância com o seu
arraigado sentimento de simpatia e apoio aos ditadores de nações como Cuba e
Venezuela, onde os direitos humanos são completamente inexistentes, o que
demonstra visível incoerência por parte dele e especialmente do anúncio da
prefeitura parisiense, de que "a cidadania honorária é concedida em
caráter excepcional a pessoas que se destacaram particularmente na defesa dos
direitos humanos, (...)”.
É
mais do que sabido que a defesa de direitos humanos não combina nem de longe com
a fisiologia/ideologia socialista propriamente dita, posta em prática naqueles
países, que tiveram, na gesto do petista, e ainda tem, na atualidade, a sua magnanimidade,
sendo certo que ele jamais repudiou os métodos trogloditas postos em prática por
aqueles tiranos, fatos estes que não combinam em nada com o perfil de defensor
dos direitos humanos, embora isso esteja sempre presente no pensamento dos
esquerdistas de dizerem e repudiarem exatamente o que são contra os outros,
como no caso de o ex-presidente considerar, sem a menor consistência, o juiz que
o condenou, na Operação Lava-Jato, como sendo criminoso.
Na
realidade, os delitos julgados pelo mencionado magistrado têm como autor apontado,
na for da denúncia à Justiça, o próprio político, que foi condenado à prisão e
se encontra em liberdade condicional, não por ter conseguido provar nada sobre a
sua inocência, mas sim por manobra de juízes do Supremo Tribunal Federal, que
derrubaram a prisão na segunda instância, onde ele também foi considerado
culpado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Fora
de dúvida, a famosa capital francesa tem todo direito de conceder título de cidadão
honorário a quem bem entender, como achou por bem atribuí-lo a cidadão que, em
termos de qualificação de cidadania, se encontra em estado de completa precariedade,
por ter sido condenado pela Justiça brasileira à prisão, em duas ações penais sob
denúncia da prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em operação
que consiste no recebimento de propina, não tendo ele, evidentemente, conseguido
demonstrar a sua inocência nos casos de condenação.
Em
princípio, há o entendimento segundo o qual a concessão de título com tamanha
distinção, em nível de honraria, corresponde exatamente à altura da dignidade representada
pelo homenageado, justamente para destacar o prestígio da autoridade
personificada sob o mérito da comenda.
No
caso do brasileiro, à toda evidência, a sua distinção com o título de cidadão
honorário de Paris funciona muito mais como homenagem que, nas circunstâncias,
denigre extremamente a imagem da “Cidade Luz” e ainda tem o condão de
desmerecer a relevância de todos os cidadãos que já foram honrados com o mesmo
título, de vez que fica muito evidente que não foram avaliadas as reais
condições de cidadania do ex-presidente brasileiro, que não passa de condenado
pela Justiça brasileira à prisão e ainda responde a outros seis processos
criminais, podendo até ser condenado outras vezes, o que contribui ainda mais para
a desmoralização do instituto honorífico de “Cidadão de Paris”.
Chega
a ser risível a afirmação do político brasileiro, de que “alguém tinha que
provar que o juiz Moro era criminoso e que os representantes do Ministério
Público que me acusaram eram mentirosos.”, dando a entender que ele teria
conseguido realizar tamanha proeza, quando, na verdade, ele próprio não teve
uma prova considerada satisfatória para livrá-lo da prisão, contando que o
veredicto do então juiz da Operação Lava-Jato se manteve intacto e com validade
até hoje, prevalecendo a sentença de que o verdadeiro criminoso é precisamente
ele.
Não
obstante, para a sua satisfação pessoal, é preferível que esse deprimente
título de criminoso seja, por ele designado sem a menor pertinência, a quem o
condenou sem a menor dificuldade, por que com base nas robustas e consistentes
provas constantes dos autos, à vista da confirmação, em um caso, em duas instâncias
superiores, o que bem demonstra a indignidade de quem prefere dizer inverdades
e não aceitar a verdade real dos fatos, por imaginar que todo mundo acredita
nas suas mentiras, que somente têm validade para aqueles que pensam e acreditam
nas suas fantasias, que não conseguem enganar as pessoas conscientizadas sobre
o que realmente aconteceu na Petrobras, na forma das revelações vindas à tona
por meio das investigações promovidas pela Operação Lava-jato.
À
toda evidência, não é verdade a afirmação do petista de que, no Brasil, há “(...)
cenário de desprezo mesquinho pelos direitos humanos, (...)”, salvo na
cabeça dele, que, de maneira irresponsável, faz acusação sem qualquer
fundamento, justamente para atribuir culpados por algo absolutamente fantasioso
e sem que ele possa provar, ou seja, não passa de afirmações mentirosas e
totalmente fora do contexto, porque a realidade ajuda a desmascará-lo.
Por
seu turno, funciona como ridícula a afirmação do político de se dizer disposto
a “reconquistar a democracia de nosso país”, como se o Brasil estivesse
vivendo em verdadeiro e pleno estado de balbúrdia e esculhambação na
administração pública, com as instituições desorganizadas e desestruturadas, em
termos de funcionamento e garantias da cidadania.
Na
verdade, à toda evidência, as instituições públicas e as autoridades constituídas
estão funcionando em plena harmonia com os princípios democráticos e a garantia
dos direitos humanos e dos sagrados fundamentos da República e da democracia,
na melhor forma de se assegurar a integridade social, em nível próprio de nação
evoluída e civilizada, onde há garantia e respeito à plena cidadania.
Enfim,
os fatos mostram que a premiação do pomposo título de cidadão honorário da
capital francesa, com tamanha distinção no passado, em nível da relevância da honraria,
corresponde, na atualidade, ao mero significado dado pela ideologia da esquerda,
que demonstra total desprezo ao que representam os princípios da verdade, da ética
e da moralidade, quando ele é atribuído a pessoa com condenações à prisão pela
Justiça, em razão da prática de crimes contra a administração pública, exatamente
em dissonância com a dignidade e o prestígio que o homenageado não os ostenta,
no momento, fato que contribui para denegrir a imagem das grandes personalidades
que honraram-no em recebê-lo, no passado, com absoluto mérito objetivado por
tão nobre e relevante comenda.
Brasília,
em 3 de março de 2020
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