quarta-feira, 25 de março de 2020

O presidente precisa se calar

Circula na mídia, afirmação de famoso médico, com o seguinte conteúdo, verbis: “O vírus não tem essa potência toda. De cada 100 pessoas que pegar o vírus, 80 a 90 têm um resfriadinho de nada.”.
Logo embaixo do referido texto, consta a expressão atribuída ao presidente da República, nestes termos: “Imaginem se eu digo isso.”.
O presidente da República não precisa dizer absolutamente nada, salvo para transmitir algo relevante e de interesse público à nação, em cadeia nacional de rádio e televisão, o que vale dizer que ele tem a obrigação de somente agir em função do interesse geral da população, adotando, nesse caso do coronavírus, por exemplo, as medidas inerentes ao combate à temível pandemia, não importando se o vírus tem ou não potência.
A população precisa estar preocupada tão somente com as ações efetivas adotadas pelo governo, de modo que elas correspondam às necessidades inerentes ao combate à poderosa pandemia, independentemente se o vírus tem ou não potência, porque o que interessa mesmo é a eficácia das medidas para o seu extermínio.
A opinião pública faz parte da democracia e a sua existência é importante, o que é bem diferente do caso do que diz o mandatário do Brasil, que precisa se voltar para o cumprimento de suas atribuições institucionais, próprias do Estado.
Enquanto o mandatário ficar se manifestando desnecessariamente, as suas funções de estadista estão se distanciando dos fatos em termos de qualidade e efetividade.
Os brasileiros esperam que o presidente da República se conscientize, o mais rapidamente possível, de que os estadistas são lembrados pelo povo exatamente pelos resultados de seu governo e não pelo o que é dito por eles, porque, quase sempre, as suas palavras são constituídas por conteúdo que levam apenas à perda do precioso tempo.
As pessoas precisam apenas de algumas referências para acreditar nas informações oficiais, nas palavras confiáveis e seguras sobre o que está acontecendo no país e que o governo precisa transmitir notícia fidedigna, justamente para mostrar a verdade dos fatos para a sociedade.
Agora, quando o próprio presidente fica dando opinião que mais confunde e distorce as fontes oficiais, o governo fica desacreditado e ninguém consegue firmar entendimento sobre o que é o correto.
É preciso que o governo centralize as informações no seu órgão de comunicação, que existe precisamente para essa finalidade e que é a maneira legítima e correta para o relacionamento do trato dos assuntos oficiais.
O presidente da República deve cuidar e tratar exclusivamente dos assuntos pertinentes às suas atribuições de mandatário do país, como forma legítima de se tentar cumprir com competência, inteligência e eficiência a relevante missão para a qual ele foi eleito, precisamente para cuidar da governança da nação, com a responsabilidade que os brasileiros esperam de quem precisa prestar contas à nação sobre os seus atos, com acerto e na melhor forma prevista nas leis e na Constituição do país.
           Brasília, em 24 de março de 202

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